ESTUDOS
DAS
ESCRITURAS
SÉRIE II
O
Tempo
Está Próximo
ESTUDO I
OS TEMPOS E AS ÉPOCAS
ESPECIAIS
DIVINAMENTE
DETERMINADOS
Os Tempos e as
Épocas de Designação Divina — Por Que Não Declarados Mais Claramente — A
Seu Tempo Revelados — Sério Desejo pelo Conhecimento dos Tempos e Épocas
é Recomendável — Os Erros dos Adventistas — O Real Objetivo das
Profecias de Tempo — Nossa Posição Presente — O Objetivo dos Estudos
Seguintes.
[13]
ASSIM COMO
em “O PLANO DIVINO
DAS ERAS” procuramos apresentar os proeminentes delineamentos dos arranjos
divinos para salvação humana a partir de um ponto de vista puramente das
Escrituras, do mesmo modo este é o propósito deste volume para indicar, com
a mesma autoridade, que os vários delineamentos desse plano têm determinado
definitivamente os tempos e as épocas para o seu cumprimento; que, até aqui
esse plano tem progredido, cada delineamento sucessivo dele tem sido
cumprido exatamente no tempo; e que
o tempo está
próximo agora
para sua
culminação na bênção de todas as famílias da terra. — Gên. 28:14; Gál. 3:16.
Durante os longos
séculos da Idade Evangélica, a Igreja, assim como instruída pelo seu Senhor,
tem orado: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como
no céu”. Mas, como crianças sonolentas, porque o tempo tem sido longo,
muitos haviam quase que esquecido a importância das palavras que agora
parecem como mortas nos seus lábios. A todos estes cujos corações são ainda
leais ao Senhor, recorremos com as palavras do apóstolo
[14]
Paulo: “E isso
fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertares do sono; porque a
nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando nos tornamos
crentes. A noite é passada, e o dia [Milenar] é chegado”. Sim, ele está
próximo, mesmo às portas. É chegado o reino dos céus, agora não em seu
simples estágio embrionário ou incipiente, como na primeira vinda do nosso
Senhor (Mat. 3:2), mas no sentido no qual ele declarou que ainda devia vir
outra vez (João 18:36, 37) — “com poder e grande glória”.
Apenas esses,
entretanto, que têm feito um cuidadoso estudo de “O Plano Divino das Idades”
estão preparados para apreciar o ensino deste volume concernente aos tempos
ou épocas divinamente determinados para o desenvolvimento dos vários
delineamentos desse plano, e de sua consumação final. Assim é esperado que
ninguém poderia empreender este estudo, pois, antes eles têm de compreender
completamente as lições do volume precedente. Caso contrário este volume não
lhes será o sustento a seu tempo. A verdade é somente alimento a seu tempo
quando estamos preparados para aceitá-la. Uma criança não está preparada
para resolver um problema matemático antes dela ser primeiro instruída no
uso dos números e da linguagem. Assim também é com a divina verdade: ela é
desenvolvida passo por passo, e para obter um conhecimento dela nós temos de
ascender pelos passos providos — cuidadosamente, naturalmente, comprovando
pelas Escrituras cada passo avançado a ser usado, contudo sem timidez para
tomar os passos bem como para acharmos em seguida um fundamento firme.
Somente aqueles que têm fé implícita em Deus, e para os quais um “assim diz
o Senhor” é o fim de toda dúvida e controvérsia, podem ser guiados pelo
Espírito de Deus dentro da verdade avançada assim como eles viessem a ser
devidamente — guiados para coisas novas, tanto como confirmadas nas coisas
antigas como também provadas certas pela mesma autoridade.
Somente a tais,
Deus propõe-se a guiar desta maneira. No fim da Idade, que é o tempo da
ceifa, muita verdade devida está para ser [15]
descoberta, a qual Deus não fez conhecer em tempos passados, nem ainda aos
seus mais fiéis e dedicados filhos. Isto devia ser no
tempo do fim
do qual o
profeta Habacuque (2:3, AL) declarou que a visão, concernente à gloriosa
consumação do plano de Deus, devia falar e não mentir; e que para alguns
filhos de Deus ela deve falar tão claramente, que eles serão capazes, bem
como dirigidos, para torná-la bem legível sobre tábuas, para que por meio do
seu auxílio outros sejam capacitados para lê-la claramente; e então Daniel
também (12:4, 9, 10) declarou que a ciência se multiplicará, e que os sábios
(através da fé) entenderão a visão.
Nosso objetivo
aqui não é para profetizar além da abundante imaginação humana, nem em algum
sentido para sermos sábios além do que está escrito nas Escrituras Sagradas.
Portanto, rejeitando todas as invenções humanas, nós mantemo-nos na fonte da
verdade divina. Procuraremos interpretar as profecias à luz da profecia e de
seu manifesto cumprimento; e para torná-la bem legível sobre tábuas aquela
que Deus disse que seria sobre selos, a qual portanto não pode ser entendida
antes do tempo do fim, mas da qual Ele dá garantia que ela deve
então
ser entendida.
Neste volume
oferecemos uma cadeia de testemunhos sobre os assuntos de Deus que
determinam os tempos ou as épocas, cada ligação a qual consideramos
fortemente de acordo com a Escritura, enquanto o conjunto dela quando visto
ao mesmo tempo, na conexão que uma parte possui para uma parte adicional,
dando as evidências de um plano tão amplo e abrangente, um desígnio tão
profundo, e uma harmonia tão perfeita, bem como para claramente manifestar
ao estudioso e reverente pesquisador que este plano é fora da amplitude e da
profundeza do pensamento humano, e portanto não pode ser de origem humana.
Constatamos que o
fim da Idade Evangélica, tal como o fim da Idade Judaica, é chamado ceifa
(Mat. 9:37; 13:24, 30, 39); que assim como aquele, como também este, são
períodos de quarenta anos; e que sobre a ceifa das Idades os raios de
testemunho profético estão especialmente concentrados, particularmente [16]
sobre a
ceifa desta idade, onde ainda a luz da Idade Judaica — por causa de seu
caráter típico — convergem num glorioso foco. Nesta luz podemos agora
distintamente ver o grandioso modo de andar de nosso Deus, não apenas à
vista do longo alcance das idades passadas, mas também no trabalho presente
do Seu plano. E não somente assim, como também de acordo com a Sua promessa
de nos anunciar as coisas vindouras (João 16:13), vemos, com notável
distinção de visão, Seu sábio programa para as bênçãos de todos na entrada
da Idade Milenária — ainda até sua gloriosa consumação na restauração de
todas as coisas. Descobrimos que muito grandes e maravilhosos eventos
concentram-se nesta ceifa: que nela ocorrerá o grande tempo de tribulação, o
dia de Jeová; a final e completa derrota do Anticristo e a queda da Grande
Babilônia; o começo da volta do favor para os judeus; o Segundo advento de
nosso Senhor e o estabelecimento do seu reino; também a ressurreição e a
recompensa dos santos.
Descobrimos na
profecia o começo e o fim deste período da ceifa claramente marcados, como
também os eventos para ocorrerem devidamente nela. E para chamar a atenção,
também para traçar as várias linhas do tempo profético para os eventos em
que eles culminam é, em substância, o objetivo deste volume. Para receber
seu testemunho, o leitor necessitará de ter ouvidos para ouvir (Apoc. 2:7;
Mat. 11:15), e deve esperar humildemente jogar for a muitas opiniões
preconcebidas logo assim que chegar a ver a falta de harmonia delas com a
Palavra de Deus. Portanto a tais que estão assim dispostos, e aqueles que
procurarem as lições deste volume com paciência e atenção, e na ordem de seu
arranjo, não temos dúvida que ele virá ser uma grande bênção. Se suas lições
são recebidas com coração reto e bom, confiamos que ele virá a ser um poder
para separá-los da parte do mundo e para amadurecê-los como trigo para o
celeiro. Para deste modo avivar, amadurecer e separar os santos, como trigo
do joio, neste tempo de ceifa, o objetivo é que entendamos estas profecias
agora esclarecidas, de certo modo intencionalmente pelo nosso Senhor.
[17]
Aqueles que Deus
permitiu verem o grande Mapa das Idades, o qual tão claramente por meio dos
mapas revela em ordem o arranjo, o profundo desígnio e a maravilhosa
finalidade do plano divino como demonstrado no volume precedente, devem
estar ansiosos para descobrir tudo quanto Deus pode estar satisfeito para
reveler algo concernente a seus tempos ou épocas. Este interesse neste
assunto deveria ser muitas vezes maior do que algum na idade passada que não
fez ver as grandes bênçãos em reserva para todos. Fiéis, filhos de Deus
anelam em saber quando o Rei da Glória deve vir na sua glória, e o príncipe
das trevas será amarrado; quando os filhos da luz resplandecerão como o sol,
e as trevas se dispersarão; quando os santos devem ser aceitos para a total
adoção divina, e a gemente criação há de ser liberta do cativeiro da
corrupção; e quando o glorioso caráter do nosso Pai celestial há de ser
totalmente revelado para grande surpresa do mundo, causando assim que todos
aqueles que amam a justiça dobrarão os seus corações na adoração, amor e
obediência.
Ser falto de tais
desejos indica uma falta de interesse e apreciação de planos de Deus. Os
apóstolos, os profetas, e todos os anjos desejavam e procuravam seriamente
saber a que
tempo
o espírito de Deus
indicava através dos profetas. E este interesse sobre a parte de seus filhos
é sempre agradável a Deus; por pensamento Ele nunca anteriormente gratificou
tais desejos de alguma amplitude considerável, porque o tempo oportuno ainda
não havia chegado, Ele nunca algum dia repreendeu tal interesse. Pelo
contrário, Ele chama o inquiridor Daniel de muito amado, e responde sua
inquirição na medida em que está consistente com seu plano.
Tais inquirições,
portanto, não devem ser consideradas como impróprias curiosidades para
dentro dos segredos de Deus. Deus quer que manifestemos esse interesse em
seus planos o qual determina: “Examinais as Escrituras”, e “temos ainda mais
firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos”, e assim estar
nessa propriamente dita, esperada atitude a qual rapidamente [18]
discerne a verdade no momento em que ela torna-se
devida.
As coisas
encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós
e a nossos filhos para sempre. (Deut. 29:29) Portanto, se nós mesmos nos
limitamos estritamente à Palavra de Deus, e evitamos a especulação inútil,
nós estamos sobre um fundamento seguro. Se os planos de Deus, os tempos ou
as épocas não estivessem registrados nas Escrituras, ninguém poderia
encontrá-los ali; e Deus certamente não teria registrado pelos seus profetas
e Apóstolos o que Ele desejava reservar secretamente para sempre. No tempo
oportuno cada registro e ordem de delineamento do plano divino, e seus
tempos e épocas, são manifestados a esses vigilantes; mas o inteiro esboço
do plano, junto com o tempo de seu delineamento, não foi previsto para ser
entendido até “o tempo do fim”. (Dan. 12:9, 10) E tenhamos em mente que até
certo tempo como Deus propôs revelar seus segredos, nenhum sábio nem piedoso
poderá descobri-los fora dele. Apesar de que as profecias encontravam-se
durante séculos diante dos olhos de todos aqueles que liam as Escrituras,
elas não
podiam
ser desvendadas e seus mistérios decifrados antes que o tempo oportuno
tivesse vindo.
Quando alguns dos
discípulos vieram ao nosso Senhor perguntando concernente ao tempo para o
estabelecimento do Reino de Deus, antes que ele fosse ainda oportuno para
ser revelado, respondeu-lhes: “A vós não vos compete saber os tempos ou as
épocas que o Pai reservou à sua própria autoridade.” (At. 1:7) E em outra
ocasião, concernente ao mesmo assunto, ele disse: “Quanto, porém, ao dia e à
hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai. Olhai!
Vigiai! Porque não sabeis quando chegará o tempo. ... O que vos digo a vós,
a todos o digo:
Vigiai.”—
Mar. 13:32, 33, 37.
Estas palavras de
nosso Senhor não podem ser entendidas para pretender que ninguém apenas o
Pai
sempre
saberá os seus tempos ou épocas; pois isto não prova mais de que nós não
podemos saber esses tempos ou épocas
agora,
e que nosso Senhor não pode sabê- [
19] los
agora. E o próprio fato de que o inteiro esboço do plano de nosso Pai, e
também seus tempos ou épocas, são agora claramente discerníveis, é forte
prova que agora vivemos no fim do tempo do presente domínio do mal, e na
aurora do Dia Milenar, em que a ciência se multiplicará, e os sábios
entenderão. (Dan. 12:4, 10) Se as profecias nunca fossem designadas para
serem entendidas, não poderia ter havido objetivo razoável para que fossem
dadas.
Estas expressões
do Mestre indicam que Deus não executa as várias partes de seu plano num
acaso, por casual maneira, mas que Ele tem
fixado
e definido os
tempos ou as épocas para cada delineamento de Sua palavra. E Seu infinito
poder e sabedoria garantem que não pode haver fracasso ou demora.
Estas palavras
também impressionam o pensamento que até esse tempo o Pai não havia revelado
os tempos ou as épocas ligadas aos seus planos, a ninguém, nem sequer para o
nosso Senhor Jesus. Tão longe de autorizar a suposição comum, de que nosso
Senhor censurou a investigação e o interesse nos tempos ou nas épocas, e por
estas palavras
proibiu
tal pesquisa,
exatamente o reverso é a verdade. Suas palavras claramente indicam que
apesar de que o conhecimento dos tempos e das épocas
ainda não
foi dado, ele
seria muito importante em alguma época, e seria nesse tempo revelado a
aqueles que estão vigilantes. À vista dos fatos que ele em algum tempo seria
descerrado, e que
então
seria muito
importante, Jesus urge-lhes, dizendo:
“Olhai”,
e não
permitais que o desinteresse venha sobre vós, mas
“vigiai”
continuamente,
para que possais saber quando o tempo oportuno deve vir.
Esses que
vigiaram
durante toda a
idade, embora eles acabassem não vendo tudo o que esperavam, foram todavia
grandemente abençoados, sustentados e separados do mundo, por fazê-lo assim;
enquanto aqueles que estarão vivos
“em tempos
oportunos”
e obedientemente
vigiarem,
saberão, verão, “entenderão”, e não estarão em ignorância, no meio dos
maravilhosos eventos da “ceifa” desta idade. Aquele que em qualquer tempo
negligencia em vigiar, perde uma bênção sobre a qual o Mestre deu grande
[20]
ênfase
e ele mesmo demonstra que está cegado com preconceito pelo deus deste mundo,
ou sobrecarregado com os cuidados desta vida e interesses presentes, para a
negligência de seus votos de total consagração ao Senhor, para buscar
principalmente o Reino e a vida futura.
Os apóstolos
Pedro e Paulo chamam a atenção a este assunto dos tempos ou das épocas.
Pedro declarou (2 Ped. 1:16), que não seguimos fábulas engenhosas; o que ele
viu numa figura foi a glória do vindouro reino de Cristo sobre o monte da
transfiguração, quando ele viu a gloriosa
“visão”
de Moisés e Elias,
e Jesus em vestes resplandecentes — Moisés representando os antigos dignos
(Heb. 11:38-40), que serão os representantes terrestres do Reino celestial,
e Elias representando os “vencedores” desta Idade Evangélica — o cenário
como um todo prefigurava a “glória que se lhes havia de seguir”, pois depois
do sofrimento por causa da justiça finalmente deve ser completada segundo a
eleição da graça. Entretanto Pedro, ainda enquanto relata sua visão, aponta
o testemunho profético, dizendo: “E temos ainda
mais firme
a palavra
profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia
em lugar escuro, até que o dia amanheça.” (2 Ped. 1:19) Ele também sabia que
todas as profecias não podem ser compreendidas totalmente por alguns
então,
e assim impeliu uma atitude de vigília sobre a parte dos santos — não uma
vigília do céu, mas uma vigília pelo cumprimento de tudo o que Deus falou
pela boca dos seus santos profetas concernente à restituição e os “tempos da
restauração”, os quais formam portanto uma parte tão grande e importante de
seu testemunho. Ele assegurou-nos que a profecia terá novamente verdades
importantes para nós, por todo o tempo no caminho
até que
o dia amanheça.
O apóstolo Paulo
declara: “Mas, irmãos; acerca dos tempos e das épocas não necessitais de que
se vos escreva; porque vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor
virá como vem o ladrão de noite; [quietamente, secretamente ele virá, e
depois que ele
[21]
tiver vindo,
muitos por algum tempo não saberão que eles estão neste dia] pois quando
estiverem dizendo: Paz e segurança! Então lhes sobrevirá repentina
destruição [repentina ou rápida, comparando com o lento progresso dos
passados seis mil anos, assim como nosso dia é chamado o dia rápido do vapor
e eletricidade — não repentino como relâmpago, mas repentino],
como as dores de
parto
àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, não
estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão vos surpreenda.” — 1 Tess.
5:1-4.
Todos os “irmãos”
têm a lâmpada, a firme palavra profética mencionada por Pedro, como uma
candeia que alumia em lugar escuro; e enquanto eles sustentam a atitude
apropriada de irmãos, como fiéis, brandos e humildes estudantes da Palavra
eles nunca estarão nas trevas;
eles
sempre terão o
suprimento da verdade como sustento
a seu tempo.
Aqueles que
haviam vivido no tempo determinado em plena harmonia com Deus nunca tinham
sido deixados em ignorância da verdade necessária, apalpando seu caminho na
escuridão com o mundo. Abraão e Ló sabiam da destruição de Sodoma
antecipadamente,
disse o
Senhor: “Ocultarei eu a Abraão o que estou para fazer?” (Gên. 18:17, SBB)
Noé sabia do dilúvio em tempo para construir a arca, e foi informado do
dia exato
que ele
devia estar dentro dela. Sobre o primeiro advento, também, Simeão e Ana, e
os magos do oriente, estavam informados para esperar o Messias. De fato, a
expectação então foi geral. (Luc. 2:25-38; Mat. 2:2; Luc. 3:15) E se Deus de
tal modo ocupou-se com a casa dos servos, fará Ele menos pela casa dos
Filhos? Nosso Senhor e Cabeça havia dito: “Já não vós chamo servos, porque o
servo não sabe o que faz o seu Senhor; mas chamei-vos amigos, por que tudo
quanto
ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.”
Nosso Senhor
certamente deverá saber dos tempos e das épocas no
tempo oportuno,
desde
que ele está para executar o plano, e a não ser que
ele tem mudado,
ele
fará conhecer os planos para esta conclusão a ele e aos associados no seu
trabalho —
seus amigos, seus
santos. [22]
A
razão, então, nos ensinará de tal maneira como assim está escrito:
“Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu
segredo aos seus servos, os profetas” (Am. 3:7), e aquilo que pela maior
parte Ele revelou-lhes não foi para si mesmos, mas foi para nós, a Igreja
Evangélica (I Ped. 1:12), também certamente os fiéis não serão deixados nas
trevas, incapazes de discernir, quando o dia do Senhor virá. Ele não virá
sobre
eles
como um ladrão e de improviso como um laço, por estarem eles vigilantes,
pois terão a prometida luz em tempo devido sobre o assunto.
O Apóstolo
declara por que ele faz a afirmação positiva que vós, irmãos, vós sabereis
dos tempos e das épocas no seu vencimento, e não estareis em trevas, o que é
dito (verso 5), “todos vós sois filhos da luz e filhos do dia”. Estes são
gerados pela palavra da verdade, e estão desenvolvendo-se na verdade mais e
mais até ser dia perfeito — para o qual pertencem. — Tiago 1:18; João 17:17,
19.
Notemos como
cuidadosamente os pronomes vos, vós, lhes e os, destas e, outras Escrituras,
distinguem do mundo as classes referidas — os santos. Este conhecimento que
os santos têm no dia do Senhor está em contraste com a ignorância, sobre a
parte do mundo, quanto á importância e tendência da realização dos eventos —
“Mas irmãos, acerca dos tempos e das épocas não necessitais de que
vos
escreva”; “pois
quando
estiverem
dizendo: Paz e
segurança! então
lhes
sobrevirá
repentina destruição, ... e de modo nenhum escaparão. Mas
vós,
irmãos, não estais
em trevas, para que aquele dia, como ladrão,
vos
surpreenda; porque
todos vos
sois
filhos da luz e filhos do dia”. “Olhai por vós mesmos”; disse nosso Senhor,
“não aconteça que os
vossos
corações se
carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia
vos
sobrevenha de improviso como um laço. Porque há de vir sobre todos
os
que habitam na
face da terra. Vigiai, pois [Vigiai
vós
mesmos, e também
tendes a palavra profética], em todo tempo, orando, para que possais escapar
de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do
filho do [23]
homem.”
Luc. 21:34-36.
Se deduzimos,
então, que se um filho de Deus, vivendo no dia do Senhor, permaneça em
trevas ou ignorância quanto ao fato, ele deve estar de algum modo a fartar-se
com as coisas desta vida e a embriagar-se com as coisas do mundo, ou além
disso deve estar sobrecarregado com os cuidados desta vida, e em um ou outro
caso indiferentemente negligenciando vigiar com a sua lâmpada bem equipada e
acesa e com azeite em suas vasilhas — isto é, com a Palavra de Deus no
coração e na mente, e com o espírito da verdade em si mesmo.
Ainda quando
muito, a conexão com os tempos ou as épocas, assim como com os detalhes do
plano, havia sido predita pelos profetas, eles confessaram sua ignorância da
importância das profecias para as quais eles davam expressão. (Veja Dan.
12:8; Ez. 20:49; Mat. 13:17; 1 Ped. 1:10-12) Ditas em linguagem obscura e
simbólica, e ligadas com eventos então futuros para eles entenderem naquele
tempo foi algo impossível. Portanto, ainda que registradas anteriormente, e
feitas para prestar testemunho da presciência e arranjo divinos, elas foram
para a erudição desses que estarão vivendo no tempo oportuno do seu
cumprimento, e não para aqueles que expressaram-nas. (Rom. 15:4) Eles
esperavam o desenvolvimento dos vários delineamentos interligados do plano
divino e da história humana, os quais, arranjados por Deus, deviam se
desvendar-lhes, e enriquecer o paciente, municiando o filho de Deus com o
“sustento a tempo” numa hora de prova e necessidade “no dia mau” — o dia de
tribulação com o qual esta idade terminará, e no meio do qual também a nova
era e dispensação amanhecerão.
Uma invenção
moderna e maravilhosa, que serve também para ilustrar o arranjo divino da
profecia de tempo, é o que é chamado de uma Combinação de Fechadura de Tempo
usada em alguns grandes bancos. Como em outras fechaduras de segredo, a
chave ou manivela permanece na fechadura constantemente. Certos movimentos
peculiares da manivela, somente conhecidos a al- [24]
guém
ciente do arranjo, são necessários para abri-lo, enquanto um pequeno desvio
dos movimentos apropriados unicamente complica o trabalho de abertura e
torna-a mais difícil para abrir. A Combinação de Fechadura de
Tempo
adiciona os
próprios dispositivos, que por um relógio harmonizado dentro das galerias do
banco, as portas quando fechadas perto da noite estão assim fechadas de tal
modo que elas não podem ser abertas por qualquer um até um horário fixado da
manhã seguinte; e então, somente em resposta para o uso de uma combinação
adequada sobre a qual a fechadura tem sido fixada.
Assim o Pai
celestial tem fechado em tempo e selado muitos delineamentos de Seu plano
durante a noite com sua grande Fechadura de Tempo, que foi apenas fixada
como que para impeder sua criatura abrir até “ao determinado tempo” — na
manhã do grande dia da restauração. E naquele tempo o ungido de Jeová, “que
tem a chave” e entende a combinação sobre a qual ela tem de ser estabelecida,
“abre, e ninguém fecha”. (Apoc. 3:7) Ele abre para nós por dar-nos a
necessária informação quanto à chave da profecia como é para ser operada por
esses que desejam descobrir os tesouros da sabedoria infinita. E podemos
abrir a fechadura dos tesouros da sabedoria divina agora, porque a hora da
manhã tem chegado — entretanto ela é matinal e ainda não iluminou ao mundo.
Mas apenas por cuidadosamente atender as instruções, e aplicar a chave da
combinação estabelecida pelo grande Desenhista, abrir-se-ão seus tesouros
para nós.
De fato, esta
ilustração ajusta-se ao inteiro plano de Deus em todas as suas partes: Cada
delineamento da verdade e cada profecia é mais do que uma parte de uma
grande combinação, que pode ser aberta agora porque é a manhã — porque os
pinos da grande Fechadura de Tempo retiraram-se. E esta grande combinação,
uma vez aberta, revela plenamente e grandemente os tesouros ilimitados da
divina sabedoria, justiça, amor, e poder. Aquele que abrirá certamente
conhecerá a Deus como nunca antes.
[25]
Permitam-nos,
então, examinarmos as Escrituras com um reverente espírito, para que
possamos aprender que Deus está satisfeito em revelar a nós algo com
referência a seus tempos e épocas. Desde que Ele tem recentemente feito tão
claro o grande esboço do Seu plano, podemos razoavelmente esperar que o seu
tempo é oportuno para guiar-nos a um conhecimento de seus tempos delineados.
Os tempos e épocas sabiamente foram escondidos no passado, e os santos foram
deste modo salvos de desânimo, porque o tempo foi longo; mas ao passo que o
plano aproxima-se de sua gloriosa consumação, é privilégio dos santos sabê-lo,
para que eles possam exultar e levantar as suas cabeças, porque a sua
redenção se aproxima. (Luc. 21:28) O esclarecimento do tempo, no “tempo do
fim”, será tão benéfico e estimulante aos santos assim como o seu
esclarecimento no passado não teria sido proveitoso e desanimador.
Evidentemente
nosso Deus é um Deus de ordem. Tudo que Ele faz está de acordo com um plano
definitivo arranjado de antemão; e seus tempos ou épocas determinados não
são parte insignificante ou sem importância desse plano. Notemos que Jesus
nasceu a tempo —
“vindo a plenitude
dos tempos,
Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher”. (Gal. 4:4) Não antes, não depois, mas exatamente
quando o tempo foi cumprido. A primeira pregação do nosso Senhor foi sobre o
assunto do tempo — “Ele veio pregando, e dizendo:
O tempo está
cumprido, ... Arrependei-vos, e crede no evangelho.”
(Mar. 1:15)
“Cristo morreu
a seu tempo”.
(Rom.
5:6) Ele “foi ressuscitado ao terceiro dia, [no tempo determinado]
segundo as
Escrituras”.
(1 Cor. 15:4)
Durante seu ministério seus inimigos freqüentemente: “Procuravam, pois,
prendê-lo; mas ninguém lhe deitou as mãos,
porque ainda não
era chegada a sua hora.”
— João 7:30.
As profecias de
tempos não foram dadas para satisfazer mera curiosidade, mas para habilitar
o estudante da Palavra para reconhecer os prévios eventos
no seu vencimento.
Por
exemplo: Apesar de que as profecias marcavam o tempo e a maneira do primeiro
advento, ele não foi compreendido até que Cristo veio; e
[26]
então ajudou
aqueles que cuidadosamente estudavam as Escrituras para identificar o homem
Jesus como Cristo, enviado de Deus de acordo com a designação e a profecia.
E, exatamente assim, as profecias marcando o tempo e a maneira do segundo
advento são exatamente para serem entendidas junto ao tempo desse evento,
para nos ajudarem na identificação de seu dia em que ele havia vindo — e a
sua ordem dos eventos e as obrigações da hora. Ninguém pode ler o Antigo
Testamento das Escrituras atenciosamente sem notar a proeminência dada às
datas, e a grande particularidade com que algumas são marcadas, até para um
dia, embora freqüentemente sejam totalmente ligadas a eventos que podem
parecer muito insignificantes. Mas o cuidadoso estudante notará que estas
várias datas e referências cronológicas são argolas numa maravilhosa
corrente de evidências, que torna notório pontos com grande precisão
particularmente dois dos mais notáveis e importantes eventos na história do
mundo, a saber: o primeiro e o segundo adventos do Senhor e Redentor do
mundo, e as importantes matérias associadas com isto.
O fato que a
maioria dos cristãos são indiferentes para estas coisas não é o motivo pelo
qual esses que amam a sua aparição, e desejam fundamentar a aprovação dele,
devam desfalecer para uma similar condição de mornidão.
Deve manter-se em
mente que o Israel carnal, exceto os “amigos” de Deus, tropeçou e
não conheceu o
tempo
de sua visitação (Luc. 19:44), e o que o profeta tinha predito: O tropeço de
duas
casas
de Israel — a casa nominal dos judeus, e a casa nominal dos cristãos. (Is.
8:14) Apenas
“um remanescente”
no fim
ou ceifa de cada dispensação é preparado para receber e para apreciar as
verdades então devidas, e, por conseguinte, em entrar para dentro dos
especiais privilégios e bênçãos da dispensação da aurora. Portanto resta a
cada cristão, no final do período desta idade, individualmente observar isto:
que ele é um dos “remanescentes”, e não um dos mornos, desatentos e
indiferentes da
[27]
Igreja cristã
nominal,
que
certamente tropeçará, assim como foi predito pelo Profeta, pelo Senhor e
pelos Apóstolos, e como foi prefigurado pelo procedimento do Israel carnal,
qual foi declarado para ser seu tipo ou sombra.
Mas enquanto a
profecia de tempo será de grande vantagem a seu tempo, demonstrando vários
delineamentos do plano de Deus pertencentes à ceifa, etc., é também verdade
que um conhecimento da maneira e aparição do nosso Senhor é muito necessário.
Para isto, muita cuidadosa atenção, no lugar apropriado, é requerida. E
antes de conhecer tudo isto, devemos submetermo-nos á santidade e humildade,
as quais devem abrir o caminho para sua recepção pela habilitação dos filhos
de Deus para remover preconceitos de seus corações e procurar diligentemente
em saber o que tinha sido revelado. Assim foi no primeiro advento: apenas os
sinceros, consagrados e humildes discerniram o tempo e a maneira. Os
mundanos e sobrecarregados, os fartos, não discernirão nem as profecias nem
os sinais dos tempos cumprindo-se, até passar a sega e findar o verão de
favor especial.
No fim ou na
“ceifa” da Idade Judaica, os verdadeiramente humildes e sinceros
“verdadeiros israelitas” estavam numa condição de expectação que diferia
largamente daquela dos orgulhosos, cercados de idéias e pensamentos mundanos
e farisaicos; por isso não somente estavam mais dispostos em aceitar o plano
de Deus assim como Ele o havia arranjado, mas também eles estavam mais
dispostos a ouvir e examinar a verdade quando eles puderam entrar em contato
com ela. E nosso Senhor, enquanto despedia os presunçosos, censurando os
sofismas dos fariseus com respostas obscuras ou evasivas, tomou o tempo e
cuidado para tornar a verdade clara e manifesta aos humildes, e sinceros que
a procuravam. (Mat. 13:10-17; 16:1-4; Mar. 7:1-23; Luc. 18:18-30; João
1:45-51; Luc. 24:13-32 e 33-49; João 20:24-28; 21:1-12) Os orgulhosos e
presunçosos, e todos aqueles que os seguiam, tropeçaram, (Mat. 15:14),
enquanto os humildes e desejosos da
[28]
verdade
interrogaram-no sinceramente acerca da verdade. (Mat. 13:36; Mar. 4:10) E o
Senhor expôs os ditos obscuros a tais, dizendo: “A
vós
é dado conhecer os
mistérios do reino de Deus; mas aos outros [não
verdadeiros
israelitas] se
fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.”
Assim, também, é
no fim desta idade. Verdade aqui, como ali, separa os sinceros e humildes, e
guia-os dentro do conhecimento presentemente devido a tais, e fortalece e
ilumina-os, para que eles não tropecem com as massas de cristãos nominais;
enquanto os mornos e presunçosos rejeitam as verdades aqui devidas, porque
são cegados pelas condições impróprias de seus corações. Por isso eles serão
rejeitados pelo Senhor como indignos de tornar-se participantes da classe a
qual há de formar a Sua Noiva. — Ef. 4:1; 1 Cor. 9:27.
Este é um sério
erro para dentro do qual muitos caem, por suporem que um conhecimento do
procedimento e dos planos de Deus é de pouca importância, que a graça e o
caráter do cristão são tudo o que Deus requer, e que estes são melhor
conservados pela ignorância. Quão diferentemente as Escrituras apresentam a
matéria! Elas nos aconselham, não apenas em cultivar a graça de caráter
cristão, mas também em preservar constantemente essa condição de coração que
habilita-nos a discernir a verdade — especialmente essa grande verdade da
presença do Senhor a seu tempo — e quando mudanças dispensacionais tomam
lugar. O conhecimento da verdade dispensacional é tão importante no fim
desta idade assim como ele foi no fim da Idade Judaica. Aqueles que não
discerniram a verdade então devida não receberam os favores então devidos. E
exatamente assim no fim desta idade: Aqueles que não podem discernir a
verdade agora a tempo, sendo cegados pela incredulidade e mundanismo, não
podem receber favores
especiais
a seu tempo.
Eles não são vencedores, e por isso são impróprios para a classe que há de
formar a noiva de Cristo, e para entrar na gloriosa herança dos santos como
co-herdeiros com Ele. A verdade nesta idade, sob as circunstâncias adversas
para sua recepção, tor-
[29]
na-se um teste de
nossa fidelidade a Deus, e portanto como uma foice separa a alguns próprios
de aqueles impróprios — o trigo do joio.
O ódio atribui-se
ao estudo do tempo profético pela razão do mau emprego no passado dele pelo
“Segundo Adventismo” e outros, e as conseqüentes falhas de se realizarem os
eventos esperados a ocorrerem nos tempos determinados. Vemos, entretanto,
que isto ainda havia sido uma parte do plano de Deus para obscurecer o
assunto a todos salvo à classe para a qual isto foi intencionado, para
permitir a atribuição de desprezo e ridicularização, impedindo assim aos
sábios e entendidos (segundo o mundo) de compreenderem-no. (Mat. 11:25) Isto,
não duvidamos, foi mais outra parte do plano divino assim como a ação de
mandar Jesus a Nazaré, uma cidade desprezada, “para que se cumprisse o que
for a dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno”, (Mat. 2:23) embora
ele tenha na realidade nascido na nobre cidade de Belém. Assim os sábios e
entendidos (segundo o mundo) daquele dia disseram: “Pode haver coisa boa
vinda de Nazaré?” Também no dia de hoje, quando o tempo profético ou
acontecimento relativo à segunda presença do Senhor é mencionado, muitos
gritam “Adventista”, assim como se dissessem: “Pode haver coisa boa vinda do
Adventismo?” — Ainda porém que eles admitam que muitas profecias contendo
tempo ainda não são cumpridas, e que a segunda vinda do Senhor é o tópico
mais proeminente da Escritura.
Nós temos grande
simpatia por ambos os Primeiros Adventistas (os judeus) e os Segundos
Adventistas, ainda que somente um pequeno número de ambos compreendeu as
verdades, eles quase portanto compreenderam, no entanto falharam em
compreender, sendo cada um cegado pelas
expectações falsas.
Nossos
amigos adventistas haviam falhado no reconhecimento tanto da maneira como do
objetivo da volta do Senhor como ensinados nas Escrituras; conseqüentemente
eles não têm esperado em vê-lo “assim como
é”,
mas assim como ele
foi.
Eles consideram o
objetivo de sua vinda de tal modo que só encherá com desânimo e [30]
terror
os corações de todos, exceto dos santos; que o seu objetivo é de reunir os
eleitos de Deus, destruir todos os outros da humanidade, e queimar todo o
mundo. Tendo tais idéias, eles usavam as profecias de tempo como um chicote
para açoitar e conduzir o mundo para Deus. Mas o mundo calmamente olhou para
os esforços deles, e disse que estes são irracionais entusiastas, e, se
existe um Deus, Ele certamente é mais racional e mais justo do que aquele
que eles apresentam. O desprezo do mundo aumentava cada vez mais
intensamente, ao passo que tempo após tempo eles prediziam uma destruição
parcial ou total da matéria e um esmagamento dos mundos, e tempo após tempo
suas predições falharam — até agora a verdadeira menção do tempo profético é
reconhecida grandemente em geral com um incrédulo sorriso, ou claro desprezo,
ainda pelos cristãos que bem sabem que a cronologia e a profecia constituem
uma grande proporção da revelação de Deus.
Mas abençoado é
aquele,
“Que não afogam
aflições,
Nem Satanás seduz;
Que suporta trevas
aqui,
Num mundo zombador.”
Mas Deus
providenciou as profecias de tempo não para tal propósito, também não tentou
converter o mundo de tal modo como este; porque Ele procura a tais que o
adorem em espírito e em verdade (João 4:23), e não a tais que são
amedrontados para Seu serviço. Se Ele havia designado aterrorizar o povo à
obediência, Ele podia ter planejado algum método mais auspicioso do que a
proclamação do
tempo
— como nossos
amigos adventistas têm dado a conhecer. O tempo profético foi dado, não para
alarmar o mundo — nem para o mundo em qualquer sentido — mas para iluminar,
fortalecer, confortar, encorajar, e guiar
a Igreja
nos tempos
turbulentos no fim da idade. Portanto, está escrito, “nenhum deles [os
ímpios] entenderá; mas os sábios entenderão”. A estes (os sábios), isto se
tornará sustento a seu tempo, e, com outro
[31]
sustento,
fortalecerá aqueles que o usarem, desta maneira para que eles possam
“resistir
no dia mau” —
o dia da tribulação com o qual esta idade terminará. Este sustento
habilitá-los-á para entenderem os maravilhosos eventos realizados em torno
deles, de tal modo que eles nem serão consumidos pelo medo e terror, nem
tragados pelos projetos e falsas teorias — da falsamente chamada ciência —
com os quais o dia de hoje está cheio. E além disso, eles podem estar no
fogo devorador [tribulação], testemunhando para Deus e Seu plano, e ser
professores do povo — indicando para o glorioso resultado do plano de Jeová,
arvorando o estandarte aos povos. — Is. 62:10 (TB).
Este é o objetivo
da profecia de tempo, e quão importante, quão indispensável — para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado, neste tempo. Sem
estas provas de tempo profético, poderíamos ver os eventos deste dia do
Senhor, e não saber dele, ou de nossos deveres e privilégios nele. Ninguém
deixe, então, da verdadeira consagração subestimando estas evidências dos
tempos proféticos, os quais foram designados para guiar nossas palavras e
obras na matinal Aurora do Milênio, antes de nascer o sol, enquanto o mundo
e a Igreja nominal ainda estão adormecidos, ignorantes e negligentes das
mudanças dispensacionais presentemente ocorridas. Estas provas de tempos
proféticos foram amplos recursos de Deus para chamar a atenção do escritor
detalhadamente e atentamente para os outros delineamentos do plano divino. A
atenção dada a estes deve resultar em proveito durável para o estudante, não
somente por informá-lo da “verdade já presente”, mas também por dar força e
realidade vital a todas as verdades das Escrituras, por fornecer provas que
todos os planos de Deus são obra simultaneamente em
tempo,
tanto como em
espécie
para o
desenvolvimento de seus gloriosos propósitos.
A falha das
predições dos adventistas, que tentaram fixar um tempo para a queima da
terra, etc., etc., tem sido mais em consideração ao caráter dos eventos
esperados de que do tempo. Iguais aos judeus, eles erraram por esperarem
pelas
coisas impróprias
no
[32] tempo próprio.
Isto
foi a causa secundária deles falharem em aprender claramente a verdade,
entretanto a causa primária disto foi o fato que isto ainda não estava no
tempo para um entendimento esclarecedor. Contudo foi um tempo estimulante
aos santos para olharem para a aparição do Senhor — para um andamento forte
para encontrar o Noivo, e um desapontamento prévio à sua vinda atual — tudo
do que foi indicado nas parábolas de nosso Senhor das Dez Virgens, como será
demonstrado detalhadamente depois. Como demonstrado no volume precedente, o
fogo que será para devorar a terra no dia do Senhor, é simbólico, não
literal; e nos estudos seguintes será demonstrado que as aplicações de
algumas das profecias de tempo que os adventistas haviam descartado como
falhadas, não foram falhadas, mas corretas, e que claramente marcam o
simbólico fogo deste tempo — o qual logo estará em marcha.
O povo adventista,
labutando sob a dificuldade de esperar uma queima literal da terra, tentou
forçar todos os períodos proféticos para um dia comum de terminação — mesmo
sendo um dia de vinte e quatro horas — e assim eles fizeram violência a
algumas profecias afim de fazerem-nas ajustadas e concluídas com outras. Mas
a mais clara visão do plano divino agora revela a harmonia perfeita das
várias profecias de tempo, e não é necessário torcer ou violar algumas a fim
de fazê-las ajustarem-se com as outras. Como nos estudos seguintes
instituímos um exame das principais profecias, fizemos procurando não formar
uma teoria e em seguida subjugar a ela todos os períodos proféticos, mas
cuidadosamente traçamos cada período até a sua terminação, e então tecemos
simultaneamente a teoria ou plano assim indicado pelo grande Revelador de
segredos. Será constatado que a ordem e harmonia do plano de Deus são,
exatamente, assim manifestos em seus tempos e épocas como delineamentos
gloriosos desse plano traçado no volume precedente, e mostrados no Mapa das
Idades. E quando o grande relógio das idades bater a hora indicada no
mostrador profético, os eventos preditos, com certeza, haverão de se
concluírem assim como Deus os predisse.