Studies in the Scriptures

Tabernacle Shadows

 The PhotoDrama of Creation

[left.htm]

 

ESTUDOS

DAS

ESCRITURAS

 

SÉRIE II

 O Tempo
Está Próximo

 

ESTUDO IX

O HOMEM DO PECADO — ANTICRISTO

 

O Anticristo deve ser Desenvolvido, Revelado, e Atingido Duramente antes do Dia do Senhor — Uma Visão Contrária deste Assunto Considerado — Delineamento Profético — Nascimento do Anticristo — Seu Rápido Desenvolvimento — A Ilustração Histórica e a Descrição Bíblica estão de Acordo — Seu Reino uma Falsificação — Sua Cabeça e Boca são Notáveis — Seu Grande Aumento de Palavras de Blasfêmia — Seus ensinamentos Blasfemos — Seu Desgaste dos Santos do Altíssimo — Seu Reino de Mil Anos — Anticristo Atingido com a Espada do Espírito — Sua Luta Final e seu Fim.         

[267]  “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição.” 2 Tess. 2:3.

À VISTA destas aguçadas palavras do apóstolo Paulo, demonstrando que um caráter qual ele designou “O Homem do Pecado” deve preceder a vinda do dia do Senhor, do qual a aurora já tem começado como temos provado, isto é importante para que olhemos em redor, para ver se um tal caráter já tinha aparecido. Pois se tal caráter como Paulo e os outros Apóstolos tão cuidadosamente descreveram já não tem vindo, as palavras acima devem ser entendidas como veto de Paulo para todos os outros testemunhos concernentes a presença do Senhor e o estabelecimento de seu Reino agora. E esse veto deve ficar como um incontestável argumento até este Homem do Pecado ser reconhecido, correspondendo detalhadamente à toda descrição profética.

Está dito claramente, não somente que este Homem do Pecado deve primeiro levantar-se, mas também que ele deve desenvolverse e prosperar, antes da vinda do dia do Senhor. Antes do dia [268] de Cristo a prosperidade e a influência deste poder terão chegado a seu clímax e estarão no declínio; e isto é para ser pelo claro esplendor da presença do Senhor no seu segundo advento que este Homem do Pecado deverá ser totalmente destruído. Estas circunstâncias preditas nós devemos observar, em ordem para ver se esta precaução para a Igreja nos dias de Paulo é ainda aplicável em nossos dias. Agora, depois de dezoito séculos, a reivindicação é novamente feita que o dia de Cristo tem vindo; e a importante pergunta aparece, alguma coisa qual Paulo disse a fim de corrigir o erro dos tessalonicenses permanece agora como uma objeção a esta reivindicação?

Das exortações do Apóstolo para a Igreja, a fim de vigiar à volta do Senhor, prestando atenção à firme palavra profética, e por causa de seu cuidado em apontar os sinais da presença de Cristo, o caráter de seu trabalho naquele tempo, etc., isto é evidente que ele estava totalmente como preocupado que a Igreja deveria ser capaz de reconhecer a presença do Senhor quando ele viria, como que eles não deveriam ser enganados com o erro que ele tinha vindo, antes do tempo de sua presença. Uma caída dentro do último erro, na primitiva parte da idade, expondo que aqueles que abraçaram isto para as decepções do princípio do Anticristo qual estava então igualmente trabalhando; embora uma falta para reconhecer o dia do Senhor, e sua presença no dia em que sua presença é devida, expôs aquelas faltas para reconhecê-lo as decepções continuadas e doutrinas falsas do Anticristo, e cegando-os para as grandes verdades e privilégios especiais deste dia. Por esta razão a preocupação do Apóstolo a respeito da Igreja nos ambos termos da idade, e sua advertência: “Ninguém de modo algum vos engane”. Daqui também a descrição exata do Homem do Pecado, na ordem que ele pode ser reconhecido a seu tempo.

Enquanto cristãos neste fim da idade estão inclinados para esquecerem igualmente a promessa da volta do Senhor, e, quando eles lembrarem isto, para pensarem disto somente com medo e [269] temível pressentimento, a Igreja primitiva olhou para isto ansiosamente, e com jubilosa antecipação, como a fruição de todas suas esperanças, a recompensa de toda sua fidelidade e o término de todas suas tristezas. Conseqüentemente, os crentes daquele dia estavam prontos para ouvirem diligentemente a algum ensinamento qual reivindicava que o dia do Senhor estava também muito próximo ou presente; e por esta razão eles estavam em perigo de serem desapontados neste detalhe a não ser que eles fossem cuidadosos estudantes dos ensinamentos dos Apóstolos a respeito deste assunto.

A Igreja em Tessalônica, impressionada com os erroneous ensinamentos de alguns, com o propósito que o Senhor tinha vindo novamente, e que eles estavam vivendo no seu dia, evidentemente supondo que a idéia estava em harmonia com ensinamentos de Paulo na sua primeira epístola dirigida a eles, na qual ele disse (I Tess. 5:1-5) que o dia do Senhor virá quietamente entrando furtivamente e inobservado, como vem o ladrão de noite, isto é, ainda que outros estariam em seu descuido, os santos estariam na luz concernente a ele. Sabendo dos sérios erros dentro dos quais eles tinham caído, por suporem que o dia da presença do Senhor já tinha vindo, Paulo escreveu a eles uma segunda epístola, o central pensamento do qual foi a correção deste erro. Ele disse: Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse [presente - enestemi] já perto. Ninguém de modo algum vos engane; porque não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus [poderoso soberano] ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário [templo] de Deus, apresentando-se como Deus. Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas [270] quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém para que [Cristo] a seu próprio tempo seja revelado. Pois o mistério da iniqüidade [para Cristo] já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua [presença] vinda”. Paulo pôde escrever assim positivamente do desenvolvimento do Homem do Pecado antes do dia do Senhor, por causa de seu estudo da profecia de Daniel, à qual o nosso Senhor também fez alusão (Mat. 24:15); e provavelmente por próprio Paulo, em suas “visões e revelações”, tinha sido demonstrado a grande devastação que este caráter faria na Igreja.

Isto deve ser observado que Paulo não fez uso de argumentos tais como alguns hoje estão dispostos para aplicação contra a pretensão que o dia do Senhor tinha começado. Ele não disse: Ó insensatos tessalonicenses, não sabeis que quando Cristo viesse vossos olhos o veriam, e vossos ouvidos ouviriam um terrível som da trombeta de Deus: e que vocês teriam além disso provas disso na cabalmente pedra tumular e a ressurreição dos santos? Isto não é evidente que se tal censura tinha sido propriamente dita, Paulo teria sido ligeiro para aproveitar-se de um argumento tão simples e tão fácil de compreender? E além disso, não é o fato que ele não fez uso deste argumento como uma prova que se tal argumento não é, e não pode ser, fundamentado sobre a verdade?

De acordo com o fato que Paulo, em seu esforço enérgico para corrigir os erros deles, ofereceu a reivindicações deles apenas esta única objeção, ele desse modo evidentemente endossou como corretas suas vagas idéias do dia do Senhor — que ele podia ser iniciado enquanto muitos podem estar em ignorância dele, que isto podia vir sem aparência para marcar esta demonstração. Mas a única base de sua objeção foi, que deve vir primeiro a apostasia, e em conseqüência daquela apostasia, o desenvolvimento do Homem do Pecado — qual, por mais que ele pode ser (quer um único  [271] indivíduo, ou um grande sistema Anticristo qual ele desse modo personifica), deve levantar-se, existir com renome o declínio — antes do dia da presença do Senhor. Assim, então, se esta única objeção qual Paulo ofertou não estará por longo tempo longe — se nós podemos claramente ver um caráter em atual existência cuja história em todo particular corresponde à profética descrição do Homem do Pecado, desde o começo de sua existência e decadência no tempo presente — então a objeção de Paulo, qual foi bem feita em seu dia, e sua única, não é uma longa válida objeção contra a presente reivindicação que nós estamos vivendo no dia do Senhor, o dia da presença do Senhor. E, além disso, se o Homem do Pecado pode ser facilmente distinguido, se sua ascensão, desenvolvimento e declínio são claramente vistos, então este fato torna-se outra corroborativa prova do ensinamento dos precedentes estudos, que demonstram que nós estamos agora no dia do Senhor.

Delineamento Profético do Homem do Pecado

O estudante da profecia encontrará que o Homem do Pecado é distintamente notável através das Escrituras Sagradas, não apenas por darem uma clara descrição de seu caráter, mas também por demonstrar os tempos e lugares de seu começo, prosperidade, e declínio.

Este caráter é muito forçosamente delineado ainda nos nomes aplicados a eles pelos escritores. Paulo chama-o: “esse iníquo”, “o homem do pecado”, “o mistério da iniqüidade”, e o filho da perdição”; o profeta Daniel chama-o “a abominação desoladora” (Daniel 11:31; 12:11); e nosso Senhor refere-se ao mesmo caráter como “a abominação da desolação, predita pelo profeta Daniel” (Mat. 24:15), e novamente como uma “besta” (Apoc. 13:1-8) Este mesmo caráter foi também prefigurado por outro chifre, pequeno, ou poder, de um animal terrível que Daniel viu na visão profética, e eis que neste chifre, pequeno havia olhos, como os de homem, e [272] uma boca que falava grandes coisas, e quais prosperaram, e fazia guerra contra os santos, e prevalecia contra eles. (Daniel 7:8, 21) João também viu e preveniu a Igreja contra este caráter, dizendo: “ouvistes que vem o anticristo”. Ele então advertiu como escaper da influência do Anticristo. (I João 2:18-27) O livro do Apocalipse, também, é em grande parte um detalhe simbólico das profecias concernentes a este mesmo Anticristo — ainda que a isto nós devemos meramente dar uma olhada aqui, deixamos o seu mais minucioso estudo para um subseqüente volume.

Estas várias denominações e breves descrições indicam uma base, sutil, hipócrita, ilusória, tirânica e caráter cruel, desenvolvido no meio da Igreja cristã; no primeiro rasteiro e em subir muito gradualmente, então rapidamente ascendendo em poder e influência até isto atingir o verdadeiro pináculo do poder terrestre, prosperidade, e glória — entretanto mostrando sua influência contra a verdade, e contra os santos, e por seu próprio engrandecimento, reivindicando, para o último, santificação peculiar, autoridade e poder de Deus.

Neste estudo propomos demonstrar que este Homem do Pecado é um sistema, e não um único indivíduo, como muitos têm a impressão de inferir; que como o Cristo consiste do verdadeiro Senhor e da verdadeira Igreja, então o Anticristo é uma imitação do sistema consistente de um falso senhor e uma igreja apostata, qual por um tempo é permitida para deturpar a verdade, para praticar engano e para imitar a autoridade e futuro reino do verdadeiro Senhor e sua Igreja, e para intoxicar as nações com falsas pretensões e suposições.

Temos esperança de provar, para a satisfação de todos leitores conscienciosos, que esta grande apostasia mencionada por Paulo tem vindo, e que este Homem do Pecado tem sido desenvolvido, tem sentado “no santuário de Deus” (o real, não o típico), tem cumprido todas as predicações dos Apóstolos e profetas concernentes a [273] seu caráter, obra, etc., tem sido revelado e já, desde 1799 d. C., está sendo consumido pelo sopro de sua boca (a verdade), sera totalmente destruído durante este dia da irá do Senhor e manifestação em chama de fogo da retribuição, já começada.

Sem algum desejo de tratar ligeiramente as opiniões dos outros, todavia sentimos a necessidade de apontar aos leitores um pouco dos absurdos ligados com a comum visão concernente a Anticristo, para que por meio disso a dignidade e razoabilidade da verdade neste assunto possa ser propriamente estimada, em contraste com a estreita reivindicação para tudo o que as Escrituras predizem concernente a este caráter será efetuado por um único homem literal. Este homem, ele é reivindicado, então atrairá todo o mundo que em uns poucos anos ou por pouco tempo ele segurará para ele mesmo a homenagem e adoração de todos homens, quem sera então facilmente imposto sobre como para supor este homem para ser Deus, e, em um reedificado templo judaico, para adorar ele como o Todo-Poderoso Jeová. Tudo isto é para ser concluído na velocidade de um relâmpago — três anos e meio, dizem eles, mal interpretando o tempo simbólico, igualmente como eles mal interpretaram o “homem” simbólico.

Narrações de ficção e o maior número de absurdas imaginações da infância não fornecem paralelo à extrema visão de algum Deus das crianças queridas que estão erradas sobre uma interpretação literal da linguagem de Paulo, e por meio disso estão cegando a si mesmos e outros sobre muitas preciosas verdades, que, são por causa do erro neste assunto, eles estão despreparados para ver em uma luz sem preconceitos. Não importa quanto podemos simpatizar com eles, sua “fé cega” força um sorriso com eles, seriamente falam sobre os vários símbolos do Apocalipse quais não entendem, empregando mal literalmente para seu homem maravilhoso. Nisto, a mais séptica idade o mundo tem sempre conhecido, eles alegam que o Homem do Pecado, no curto espaço de três anos e meio, terá todo o mundo debaixo de seus pés, adorando ele como um Deus, [274] enquanto os Césares, Alexandre, Napoleão, Maomé e outros navegaram através dos mares de sangue e gastaram muito mais tempo que três anos e meio, sem concluir uma milésima parte do que é reivindicado por este homem.

E já aqueles conquistadores tinham todas as vantagens de densa ignorância e superstição para ajudá-los, enquanto hoje vivemos sob condições muitíssimo desfavoráveis ao desenvolvimento de engano e fraude: num dia em que todas coisas ocultas estão sendo manifestadas como nunca antes; num dia em que fraudar da sorte reivindicada é também prepóstero e ridículo para consideração. Entretanto, a tendência de nossos dias está favorável a uma necessidade de respeito aos homens, não como boa matéria, talent e habilidade, ou que posição de confiança e autoridade eles possam ocupar. Até tal grau isto é verdade, como nunca antes, que isto é mil vezes mais provável que todo o mundo negaria que existe algum Deus, é verdade de que eles sempre adorariam um sujeito humano como sendo um Deus Todo-Poderoso.

Um grande obstáculo para muitos, considerando este assunto, é a idéia contraída geralmente mantida do significado da palavra deus. Eles faltaram de notar que o grego theos (deus) não referia-se invariavelmente a Jeová. Isto significa um único poderoso, um soberano, e especialmente um religioso ou uma ordem ou rito sacerdotal. No Novo Testamento, theos é raramente usado exceto com referência a Jeová, porque, em seus discursos, os Apóstolos falam raramente e pouco dos falsos sistemas de religião, e por isso raramente noticiam seus sagrados governantes ou deuses; já nos seguintes textos a palavra deus (theos) é usada com referência a outros do que a único supremo ser, Jeová — a saber: João 10:34, 35; At. 7:40, 43; 17:23; I Cor. 8:5.

Reconhecendo a amplitude da palavra grega theos, isto sera percebido por mais uma vez que a declaração do Apóstolo concernente ao Anticristo — que ele mesmo se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. Não fazendo de necessidade significar que o Anticristo tentará exaltar a si mesmo sobre Jeová, [275] nem ainda que ele tentará de tomar o lugar de Jeová. Isto simplesmente significa que este um se exibirá como um soberano religioso, reivindicando, e exercendo autoridade em toda parte além de outros soberanos religiosos, ainda até o grau de exaltar a si mesmo na Igreja, que é o verdadeiro Santuário ou Templo de Deus, e ali reivindicando e exercendo arrogantemente autoridade como seu chefe ou soberano autorizado. Onde no grego a palavra theos é usada em alguma sentença onde seu significado será ambíguo, então é precedido pelo artículo grego, se isto refere-se a Jeová; como se em português disséssemos o Deus. Nos textos acima, quais referem-se a outros deuses, e neste texto (2 Tess. 2:4), qual referees ao Anticristo, não existe tal ênfase.

Com isto compreendendo claramente, um grande obstáculo é removido, e a mente é preparada para olhar para as coisas certas como cumprimento desta predição: não para um Anticristo reivindicando para ser Jeová e exigindo culto como tal, mas por uma reivindicação para ser o chefe, supremo mestre religioso na Igreja; quem deste modo tentará a usurpação da autoridade de Cristo, o divinamente indicado Cabeça, Senhor, e Mestre.

Estranhamente o bastante, também, estes que fazem esta visão literal do Homem do Pecado são geralmente aqueles que são crentes na pré-milenar vinda de Cristo, que estão procurando e aguardando o Senhor para vir “agora a qualquer momento”. Por que não podem totalmente entender o significado da expressão do Apóstolo, quando ele positivamente declara que o dia do Senhor (o dia de sua presença) não pode vir e não deve ser esperado antes que o Homem do Pecado seja revelado? Foi preciso mais que quarenta anos para construir o primeiro templo judaico, e certamente sera preciso pelo menos dez a vinte anos para construir, com mais magnificência do que o anterior, o novo templo em Jerusalém, onde eles aguardam um literal Homem do Pecado para ser instalado e adorado como Deus. Por que então devem aqueles que acreditam deste modo esperar o Senhor para vir agora em qualquer momento? Tal visão esta fora da harmonia tanto com a razão como [276] com a profecia do Apóstolo. Consiste em exigir que eles deveriam de dar qualquer de duas alternativas: uma que tem aspecto ou aparência pelo que toca à volta do Senhor a qualquer momento, ou dar outra sobre sua expectação de um futuro Homem do Pecado; pois a presença do dia do Senhor não poderá vir antes de estar no lugar a apostasia, e antes do que o Homem do Pecado seja desenvolvido e revelado inteiramente dessa apostasia.

Mas quando obtemos uma visão correta das palavras do Apóstolo, junto com idéias corretas da maneira da vinda do Senhor, desta maneira não encontramos discrepância e contradições, mas uma convincente harmonia e conveniência. E tal parecer apresentamos de acordo com as Escrituras. O leitor deve provar.

Os diversos títulos aplicados a este sistema são evidentemente simbólicos. Eles não fazem referência como nomes de um único indivíduo, mas como delineações características de uma combinação religiosa e civil corrupta, desenvolvida dentro da Igreja cristã nominal, qual, pela sua discreta oposição a Cristo, o Cabeça, e sua verdadeira Igreja, seu corpo, tornando-se bem merecedora do nome Anticristo. Desta maneira um sistema poderia cumprir todas as predições feitas concernentes ao Anticristo, ou Homem do Pecado, apesar de que um indivíduo não podia. Isto é evidente, além disso, que este sistema do Anticristo não é um dos sistemas religiosos pagãos, tal como maometismo ou bramanismo; pois a Igreja cristã nunca tem estado sob o controle de algum sistema semelhante, também não fez algum destes sistemas originar-se na Igreja cristã. Eles agora são, e sempre têm sido, independentes da Igreja cristã.

O sistema qual plenamente responde à descrição dada pela inspiração deve ser declaradamente cristão, e deve conter uma grande maioria daqueles que reivindicam para ser cristãos. E deve ser único tendo seu começo como um apostata, ou apostasia da verdadeira fé cristã — uma apostasia, também, qual foi secreta e furtiva, até as circunstâncias favorecerem sua pretensão de poder.  [277] Isto começou secretamente nos dias dos Apóstolos — no desejo de alguns professores para serem grandes.

Não necessitamos procurar muito longamente para encontrar um caráter adequado a todos os requisitos com perfeição; um cujo registro, escrito por historiadores seculares tanto como pelos seus próprios desiludidos escritores, devemos perceber e chegar a um entendimento ou acordo com as delineações proféticas do Anticristo. Mas quando declaramos que somente um único sistema cuja história é apropriada a estas profecias é o papado, não permite um mal-entendido para significar que todo católico romano é um homem do pecado; nem que os padres, nem ainda os papas da Igreja de Roma, são ou têm sido, o Anticristo. Nenhum homem é “o anticristo”, “o homem do pecado”, descrito na profecia. Papas, bispos, e outros são quando muito somente partes ou membros do sistema de Anticristo, igualmente como todos do Sacerdócio Real são somente membros do verdadeiro Cristo, sob Jesus seu cabeça, e na mesma maneira que esses em sua presente condição estão juntos e são o Elias antitípico, ainda que nem um deles é o Elias ou o Cristo profetizado. Note, mais adiante, que a Igreja de Roma como um sistema eclesiástico não é somente o “Homem do Pecado”, e nunca foi representada sob alguma figura de um homem. Pelo contrário, uma mulher é sempre o símbolo usado para uma igreja separada de seu cabeça e senhor. A verdadeira Igreja é simbolizada por uma “donzela pura”, embora a igreja apóstata, qual tem decaído desde a primitiva pureza e fidelidade ao Senhor, é simbolicamente chamada “meretriz”. Assim como a verdadeira “virgem” a Igreja continuará a ser assim até o fim da idade, quando ela será unida com seu Senhor e tomar seu nome — Cristo — também a igreja apóstata não era o Anticristo, ou Homem do Pecado, até reunir-se com seu senhor e cabeça, o papa, o reivindicado vigário de risto, e tornou-se um império religioso, falsamente intitulado cristandade — qual significa Reino de Cristo.

Papado é o nome deste reino falso; e ele foi construído sobre uma [278] verdade empregada mal — a verdade que a Igreja é chamada para ser reino, sacerdotes para Deus e para reinar na Terra. Entretanto o tempo para reinar ainda não tinha vindo; a Idade Evangélica não estava determinada para aquele propósito, mas para a seleção, desenvolvimento, disciplina, humilhação, e sacrifício da Igreja, seguindo nas pisadas do seu Senhor, e pacientemente ficar à espera até o tempo determinado para o prometido enaltecimento e glorioso reino — a Idade Milenar.

O Senhor previu que o cristianismo nominal se expandiria sobre o mundo, e que, se tornaria popular, seria seguido por muitos que apreciam a forma sem entrada do espírito dentro de sua instituição. Ele previu que como grandes números desta classe identificariam a si próprios com a Igreja, o espírito mundano, qual é o oposto do espírito da abnegação e ato de sacrifício, entraria neles; que o egoísmo e um desejo de enaltecimento e de governar, não teriam de esperar por longo tempo até eles poderem aproveitar-se de uma oportunidade; e que desse modo a Igreja procuraria dominar o mundo antes do tempo — ou, antes, que o elemento mundano qual se introduziria na Igreja faria sentir sua influência, e no nome da verdadeira Igreja pegaria e seguraria o poder civil da terra qual Deus tinha entregado aos gentios, e qual não pode passer totalmente às mãos da verdadeira Igreja até o fim do Tempo dos Gentios, 1914 d. C.

E assim verdadeiramente aconteceu: a Igreja nominal começou de cair imediatamente assim como aumentar em número sob o ensinamento e exemplo de homens ambiciosos, cujas idéias cresceram cada vez mais favoráveis ao poder e influência mundana, quais grande número de membros e riquezas trouxeram com eles. Gradualmente o espírito da Igreja tornou-se mundano, e as coisas do mundo estavam cobiçadas. A sugestão de ambição foi: “Se o grande Império Romano, com todo seu poder e influência, seu exército e riquezas, estava somente para amparar a Igreja, quão [279] honrável e nobre isto então seria para ser um cristão! Quão rapidadamente então perseguições pagãs cessariam! Então isto estará em nosso poder não somente para intimidar eles, mas também para compelir sua aderência à Igreja, à cruz e ao nome de Cristo. Isto evidentemente não é o desígnio de Deus que a Igreja deve para sempre estar sujeita ao mundo e perseguida por ele, as palavras do Apóstolo são: ‘Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?’ Além disso as promessas de nosso Senhor que nós devemos reinar com ele, e muitas profecias quais referem-se ao reino da Igreja, indicam claramente que desta maneira é o plano de Deus. Precisamente, o Apóstolo escreveu que nosso Senhor primeiro voltaria e enalteceria a Igreja, e exortou que nós devemos ‘esperar’ pelo Senhor; mas vários séculos estão agora passados, e nós não vemos sinal da vinda do Senhor. Devemos entender que os Apóstolos estavam até certo grau no erro. Para nós isto parece claro que podemos e devemos usar todos os meios para obter um apoio sobre o governo civil e conquistar o mundo para o Senhor. Isto deve ser, também, que a Igreja deve ter um cabeça — um para representar o ausente Senhor e para representar a Igreja diante do mundo — um quem recebe o respeito e a homenagem do mundo, exercendo a autoridade de Cristo, e reger o mundo com uma vara de ferro [regime de ferro], como o profeta Davi predicou. Deste modo, gradualmente por um lento processo de raciocínio que cobre séculos, a real esperança da Igreja por enaltecimento para governor e abençoar o mundo — a saber, a segunda vinda do Senhor — foi perdida de vista, e uma nova esperança tomou seu lugar: a esperança de sucesso sem o Senhor, sobre a chefia e conduta de uma linha de papas. E desse modo, pela fraude, intriga e troca de favores com o mundo, a esperança da Igreja tornou-se uma esperança falsa, uma cilada ilusória através da qual Satanás induziu de um mal e erro a outros, ambos da doutrina e da prática.

O ponto no qual a apostasia desenvolveu-se dentro do “homem do pecado” foi quando a hierarquia papal exaltou a si mesmo sob [280] a chefia de uma arranjada linha de papas e reivindicou e esforçouse pelo posto ou dignidade da terra no nome de Cristo, pretendendo de ser, o Reino Milenar de Cristo. Isto foi uma reivindicação falsa e fraudulenta, não importa como inteiramente alguns de seus defensores acreditavam nisto. Isto foi uma fraudulenta, imitação do reino, não importa quão sinceros alguns de seus organizadores e sustentadores poderiam ter sido. Isto foi do Anticristo, não importa como muitos deles reivindicaram e acreditaram nisto de ser a verdadeira glória, reino e poder de Cristo sobre a terra. Isto é um erro de supor que ser consciencioso é ser sempre honesto. Cada sistema de erros sem dúvida tem muitos membros conscientemente iludidos assim como tem hipócritas, ou mais destes últimos. A consciência é honestidade moral, e não é dependente do conhecimento. O pagão, informado erroneamente, conscienciosamente adora e sacrifica-se à ídolos; Saulo, informado erroneamente, conscienciosamente perseguiu os santos; e então, também, muitos papistas, informados erroneamente, conscienciosamente fizeram violência a profecias, perseguiram os verdadeiros santos e organizaram o grande sistema do Anticristo. Por centenas de anos o Papado tem não somente enganado os reis da terra quanto ao seu poder e reivindicação de divina autoridade, e governado sobre eles, mas também na Igreja, o Templo de Deus, onde somente Cristo deve ser reconhecido como Cabeça e Mestre, tem sentado ele mesmo e reivindicado para ser o único mestre, e legislador; e aqui tem enganado todos, com exceção de poucos, pelo seu sucesso fenomenal e jactanciosas reivindicações. “Todo o mundo se maravilhou” — sendo abismados, enganados, desnorteados — “cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro”, e muitos cujos nomes estão escritos como santos de Deus ficaram seriamente perplexos. E esta decepção foi o forte pelo motivo de muita gradual formação destes desígnios ambiciosos e sua ainda mais gradual realização. Eles estenderam-se durante séculos, e, como uma ambição, estava já secretamente no trabalho nos dias de Paulo. Isto era um processo de pouco a pouco adicio- [281] nando erro ao erro — o suplemento de um homem de declarações ambiciosas por aqueles de uma outra e outra mais afastada época no decurso do tempo. Desse modo, insidiosamente, Satanás fazia plantação e irrigação das sementes do erro, e desenvolveu o maior e mais influenciador sistema que o mundo nunca havia conhecido — o Anticristo.

O nome “anticristo” tem um duplo significado. O primeiro é contra (isto é uma oposição a) Cristo: o segundo é em vez (isto é, uma imitação) de Cristo. No primeiro sentido a expressão é em geral uma, qual aplica-se a algum inimigo oposto a Cristo. Neste sentido Saulo, (mais tarde chamado Paulo), e cada judeu, e cada maometano, e todos os imperadores pagãos e povos de Roma, eram anticristos — opositores de Cristo (At. 9:4) No entanto isto não é neste sentido da palavra que as Escrituras usam o nome Anticristo. Elas passam sobre todos tais inimigos, e aplicam o termo Anticristo no sentido dado acima, como agora seu Segundo significado, isto é — como contra, no sentido de adulterar, imitar, tomando o lugar do verdadeiro Cristo. Deste modo João observa: “conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado”; (I João 2:18, 19) (o grego distingue entre o especial Anticristo e os numerosos inferiores). E a subseqüente observação de João indica que ele não referiu-se a todos opositores de Cristo e da Igreja, mas a uma certa classe daqueles que ainda professam de serem do corpo de Cristo, a Igreja, tinham abandonado os fundamentos principais da verdade, e estavam por essa razão não apenas dando uma impressão falsa da verdade, mas estavam nos olhos do mundo, tomando o lugar e o nome da verdadeira Igreja — daqui realmente imitando os verdadeiros santos. João disse desses: “Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos”; não nos representam, ainda pensam poder enganar a si próprios e o mundo neste assunto. Na mesma epístola João declara que estes ele menciona como muitos anticristos, isto significa, que possuem o espírito do Anticristo. [282]

Aqui, então, é que devemos aguardar, e que achamos no Papado; não uma oposição ao nome de Cristo, mas um inimigo ou oponente de Cristo em que ele falsamente exibe seu nome, imitando seu reino e autoridade, e adultera seu caráter e planos e doutrinas diante do mundo — certamente um mais nocivo inimigo e oponente — pior em grande parte que um sincero inimigo. E isto é verdadeiro, lembremos, entretanto que alguns que estão em conexão com este sistema estão conscienciosamente desencaminhados — “enganando e sendo enganados.”

Com essas imitações como para a individualidade e características do Homem do Pecado, e quando, e onde, e sobre que circunstâncias, devemos de esperar por ele, devemos prosseguir para uma examinação de alguns dos acontecimentos históricos, submetendo à prova, sem dúvida formando opinião sobre razoável questão, que cada prognóstico concernente a Anticristo tem sido cumprido no sistema Papal, numa maneira e até um grau que, com a iluminação deste dia de hoje tomando em consideração, todos devem admitir que nunca pode ser repetido. O espaço limitado obriga nos aqui a limitar a um simples resumo do grande número das descrições do testemunho histórico. Temos também nos limitado a historiadores de reconhecida exatidão, em muitas instâncias dirigimos a atenção a escritores católicos romanos, a seus testemunhos ou a suas admissões.

As Circunstâncias que deram Origem

ao Homem do Pecado

Uma Grande Apostasia. Nós primeiro inquirimos, fazendo a história recordar um cumprimento da profecia de Paulo, de uma grande apostasia da original simplicidade e pureza das doutrinas e vida da Igreja cristã, e do trabalho secreto de um iníquo, ambiciosa influência na Igreja, antes do desenvolvimento do Papado, o Homem do Pecado — isto é, antes do reconhecimento de um papa como a cabeça da Igreja?

Sim, muito claramente: A Hierarquia Papal não veio à existência [283] por vários séculos depois que o Senhor e os Apóstolos tinham fundado a Igreja. E no meio do intervalo, nós lemos*:—

“Como a igreja cresceu em número e riquezas, preciosos edifícios foram construídos para prestar culto; os serviços tornaram-se muito elaborados; escultura e pintura foram registradas no trabalho de providenciarem ajudas a devoção. Relíquias de santos e mártires eram cuidadas como sagradas posses; observâncias religiosas foram multiplicadas; e a Igreja sob os imperadores cristãos [no quarto século], com sua ordem de clérigos e de imponentes cerimônias, assumiu muito da ostentação e visível esplendor que pertenceram ao sistema pagão, qual ela tinha suplantado.”

Dizendo um outro: **“Contemporaneamente com o estabelecicimento [do cristianismo como a religião do império no quarto século] estava o progresso de uma grande e geral corrupção qual levantou-se dois séculos antes. Superstição e ignorância investiu os eclesiásticos com um poder qual eles aplicavam a seus próprios engrandecimentos.”

Rapin observa que: “No quinto século o cristianismo foi rebaixado por um vasto número de invenções humanas; a simplicidade de seu governo e disciplina estavam reduzidos a um sistema de poder clerical; e seu culto estava poluído com cerimônias emprestadas dos pagãos.”

Mosheim, em sua “História do Cristianismo”, traçou a apostasia da Igreja de sua original simplicidade e pureza, passo por passo, descendo para sua profunda degradação qual culminou no desenvolvimento do “homem do pecado”. Quer ou não faz ele aparecer reconhecendo o Anticristo, no entanto num magistral aspecto ele tem traçado as obras do “ministério da iniqüidade”, na Igreja, numa época anterior ao começo do quarto século — quando sua obra foi repentinamente interrompida pela morte. Da sua excelente e volumosa obra nosso espaço aqui não permite fazer citações, todavia recomendamos a obra inteira como altamente instrutiva em seus significados sobre o assunto.

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*História Universal de Fisher, página 193.

**História Universal de White, página 156.

 

Citamos do “Velho Mundo Romano” por Lord, um sumário e [284] guçado esboço da história da Igreja durante os primeiros quarto séculos, quais demonstram claramente e resumidamente seu gradual declínio, e sua rápida degeneração depois quando o impedimento referido pelo Apóstolo foi removido. Ele disse:

“No Primeiro século não foram muitos os sábios, nem muitos os que foram chamados. Nenhum dos grandes nomes têm sido conhecidos para nós; nenhum dos filósofos, ou políticos, ou nobres, ou generais, ou governadores, ou juízes, ou magistrados. No primeiro século os cristãos não eram de muita importância para serem largamente perseguidos pelo governo. Eles não tinham ainda arresto da atenção pública. Ninguém escreveu contra eles, nem sequer os filósofos gregos. Não lemos de protestos ou apologias da parte de próprios cristãos. Não tinham grandes homens em suas fileiras, tampouco por erudição, ou talentos, ou riquezas, ou posição social. Nada na história é mais pobre do que os anais da Igreja no primeiro século, então em grande parte grandes nomes são confundidos. Sim, neste século convertidos estavam multiplicando-se em todas as cidades, e pontos tradicionais para os martírios daqueles que eram proeminentes, incluindo aproximadamente todos dos apóstolos. .

“No segundo século não existiram mais grandes nomes do que Policárpio, Ignácio, Justino Mártir, Clemente, Melito e Apolonio, bispos pacíficos ou intrépidos mártires, aqueles que discursaram a suas congregações em aposentos superiores, em qualquer recinto ou compartimento fechado, e que não possuíram posições nem dignidades mundanas somente por sua santidade ou simplicidade de caráter, e somente são mencionados por seus sofrimentos e fé. Lemos sobre os mártires, dos quais alguns escreveram valiosos estudos e apologias: mas entre eles não encontramos pessoas de posição. Isto foi uma desgraça para ser um cristão nos olhos da moda ou poder. A primitiva literatura cristã é essencialmente apologética, e o caráter é simples e prático. Existiam controvérsias na Igreja, uma intensa vida religiosa, grandes atividades, grandes virtudes, mas não conflitos externos, nem história profana. Eles ainda não tinham criticado o governo ou as grandes instituições sociais do império. Isto foi um pequeno [285] grupo de pessoas puras e inocentes, que não faziam aspiração ao controle social. No entanto atraída a atenção do governo e isto foi motivo suficiente para serem perseguidos. Foram considerados como fanáticos que procuravam destruir uma reverência das instituições existentes.”

[Organizou-se para Conseguir o Poder]

“Neste século, isto é, no segundo século a constituição foi calmamente organizada. Existia uma organizada cordialidade entre os membros; bispos tinham tornado-se influentes, não na sociedade, mas entre os cristãos; dioceses e paróquias foram estabelecidas; havia uma distinção entre bispos da cidade e bispos rurais; delegados de igrejas reuniam-se para discutir pontos de fé ou suprimir heresias nascentes; o sistema diocesano ficou desenvolvido, e a centralização eclesiástica começou; diáconos começaram de ser contados entre os mais altos clérigos; as armas da excomunhão foram forjadas; esforços missionários estavam continuando; os festivais da Igreja foram criados; gnosticismo foi abraçado por muitos líderes principais; escolas catequéticas ensinaram a fé sistematicamente; as fórmulas de batismo e os sacramentos tornaram-se de grande importância; e o monacato tornou-se popular. A Igreja estava desse modo colocando a fundação de sua futura constituição e poder.

“O Terceiro Século viu a Igreja muito poderosa como uma instituição. Regulares sínodos tinham reunido-se nas grandes cidades do império; o sistema metropolitano ficou amadurecido; os cânones da Igreja foram definitivamente numerados; grandes escolas de teologia atraiam mentes; as doutrinas estavam sistematizadas [isto é, definidas, limitadas e formuladas dentro de credos e confissões de fé]. Cristianismo tinha difundido muito extensivamente que era necessário de ser um outro perseguido ou legalizado; grandes bispos governaram a crescente igreja; grandes doutores [da divindade] especulavam sobre as questões [filosofia e a falsamente chamada ciência] que tinham agitado as escolas gregas; edifícios eclesiásticos foram aumentados, e banquetes instituídos em honra dos mártires. A Igreja estava rapidamente [286] avançando para uma posição qual extorquiu a atenção da humanidade.

“Isto não foi até o Quarto Século — quando a perseguição imperial tinha parado; quando [o Imperador Romano] Constantino foi convertido; quando a Igreja aliou-se com o Estado; quando a primitiva fé foi corrompida; quando a superstição e vã filosofia tinham-se associado a fileiras de fiéis; quando bispos tornaram-se cortesãos; quando igrejas tornaram-se tanto ricas como esplêndidas; quando sínodos foram guiados sob influência política; quando monacatos [monges] tinham estabelecido um falso princípio de virtude; quando políticos e dogmáticos passavam de mão em mão, e imperadores obrigavam a cumprir os decretos de concílios [da Igreja] — que homens de posição introduziam na Igreja. Quando o cristianismo tornou-se a religião da corte e das classes que seguem à moda, isto era usado para apoiar muitos males contra quais ele primitivamente protestava. A Igreja não estava somente impregnada com os erros da filosofia pagã, mas ela adotou muitas das cerimônias de adoração oriental, quais estavam tanto minutas como grandiosas. As igrejas tornaram-se, no quarto século, tão imponentes como os velhos templos da idolatria. Festivais tornavam-se freqüentes e imponentes. Os povos apegavam-se a eles porque eles obtiveram excitamento e uma cessação do trabalho. Veneração a mártires desenvolveu-se em introdução de imagens — uma futura fonte de idolatria popular. Cristianismo estava exaltado em pomposas cerimônias. A veneração a santos aproximou a sua deificação, e a superstição exaltou a mãe de nosso Senhor a um objeto de absoluta adoração. Mesas de comunhão tornaram-se imponentes altares típicos dos sacrifícios judaicos, e as relíquias dos mártires eram preservados como sagrados amuletos. A vida monástica também desenvolvia-se em um grande sistema de penitência e ritos expiatórios. Exércitos de monges retirados para lugares melancólicos e isolados, e entregando-se a rapsódia e jejum de própria expiação. Eles estavam num escuro e fanático grupo de homens, omitindo a intenção prática de vida.

“O clero, ambicioso e mundano, procurava posição e distinção. [287] Eles ainda aglomeravam as cortes de príncipes e aspiravam por honras temporárias. Eles já não estavam mantendo-se pelas voluntárias contribuições dos fiéis, mas pelos rendimentos fornecidos pelo governo, ou propriedade herdada proveniente de velhos templos [pagãos]. Grandes legados foram feitos à Igreja pelos ricos, e estes o clero controlava. Estes legados tornaram-se fonts de inesgotáveis riquezas. Enquanto a riqueza aumentava e estava confiada ao clero, tornavam-se indiferentes às necessidades do povo — já não suportadas por eles. Tornaram-se ociosos, arrogantes e independentes. O povo foi afastado e excluído do governo da Igreja. Os bispos tornaram-se grandes personagens que controlavam e designavam seu clero. A Igreja estava aliada com o Estado, e dogmas religiosos foram impostos pela espada do magistrado.

Uma Imponente Hierarquia de Vários Graus

foi Estabelecida, a qual Culminou

no Bispo de Roma

“O Imperador decidia pontos de fé, e o clero foi isentado quanto aos deveres do Estado. Havia um grande número para a profissão sacerdotal, quando o clero controlou tanto poder e tornou-se tão rico; e homens eram levados a grandes posições [ou dignidade de bispos], não por causa de suas piedades ou talentos, mas devido as suas influências com os grandes. A missão da Igreja estava perdida de vista numa degradante aliança com o Estado. Cristianismo foi uma representação teatral, um ritualismo, um braço do Estado, uma vã filosofia, uma superstição, uma fórmula.”

Assim a grande apostasia da fé, predita pelo apóstolo Paulo, é um estabelecido fato da história. Todos historiadores dão testemunho disto, ainda aqueles que aprovam a assunção do poder e elogiam os principais atores neste esquema. Sentimos que nosso espaço limita nossas citações a algumas das mais aguçadas expressões. A grande apostasia, cobriu um período de séculos, era tão gradual que era muito perceptível a aqueles que então viviam no seu meio do que para nós que então vemos ela como um todo; e o mais ela era engano por causa de todos os passos da organização, e todo avanço [288] favorável a influência e autoridade na Igreja e sobre o mundo, era feito no nome de Cristo, e abertamente para glorificar ele e cumprir seus planos registrados na Bíblia. Deste modo foi o grande Anticristo desenvolvido — o mais perigoso, mais sutil e mais persistente oponente do verdadeiro cristianismo, e o mais diabólico perseguidor dos verdadeiros santos.

O Obstáculo Removido

O apóstolo Paulo profetizou que este iníquo princípio operaria secretamente por um tempo, enquanto alguma coisa oposta continuasse no caminho, até que, o obstáculo fosse removido, podendo ter um curso livre, e progredir rapidamente para o desenvolvimento do Anticristo. Ele disse: “Pois o mistério da iniqüidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora”. (2 Tess. 2:7) O que a história tem feito para mostrar no cumprimento desta perdição? Ela indica que o fator que retardava um rápido desenvolvimento do Anticristo era o fato que o lugar aspirado já estava ocupado por outro. O Império Romano não tinha somente conquistado o mundo e aplicado suas políticas e leis, mas, reconhecia superstições religiosas para serem a forte corrente pela qual mantinha-se firme e controlava o povo, ele tinha adotado um esquema qual tinha sua origem em Babilônia, no tempo de sua grandeza como soberanos do mundo. Aquele plano foi, que o imperador deveria de ser considerado o diretor e governador tendo no religioso como nos afazeres civis. Em defesa disto, foi afirmado que o imperador era um semideus, que em algum sentido descendia de suas divindades pagãs. Como tal estava idolatrando e adorando suas estátuas; e como tal foi intitulado Sumo Pontífice — isto é, Sumo Sacerdote ou administrador supremo do Direito Religioso. E este é o verdadeiro título reivindicado por e dado aos pontífices ou papas da Hierarquia Romana, desde que este Anticristo obteve “o seu poder e o seu trono e grande autoridade” do antigo monarca de Roma. Apoc. 13:2.

Mas a antiga Roma pagã e Babilônia tinham somente um mero projeto de poder sacerdotal enquanto comparado com o maquinismo complexo e elaborado, e habilidade de invenções de doutrinas e práticas da Roma Papal, a triunfante sucessora de seus esquemas,  [289] que agora, depois de séculos de astúcia e habilidade, tem o seu poder desta maneira fortificado que ainda hoje, quando seu poder esta visivelmente enfraquecido e é despojado do governo civil, governa o mundo e controla os reinos secretamente, apenso, mais inteiramente do que os imperadores romanos sempre governaram os reis subordinados a eles.

Para seus créditos serem registrados que nem um dos imperadores romanos, como Sumo Pontífice ou administrador supremo do Direito Religioso, alguma vez exerceram a tirania de alguns de seus sucessores no trono Papal. Neste ponto Gibbon disse:* “Isto deve ser admitido que o número de protestantes que eram executados numa única província e um único reino, em grande parte ultrapassa aquele dos primitivos mártires no espaço de três séculos e do [inteiro] Império Romano.” De acordo com o costume de seus dias eles faziam favores aos mais populares deuses, mas em qualquer parte que seus exércitos iam, os deuses e seguidores do povo conquistado eram geralmente respeitados. Isto foi ilustrado na Palestina, na qual, ainda que sobre controle romano, liberdade religiosa e liberdade de consciência eram geralmente respeitadas pelo imperial Sumo Pontífice, quem como administrador religioso deste modo demonstrou sua clemência para o povo, e sua harmonia com todos os deuses populares.

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*Volume II, página 85.

 

Assim, então, vemos o que impedia o prematuro desenvolvimento do Anticristo foi o fato que a cobertura instituída de spiritual supremacia era ocupada pelos representantes do poderoso império, qual o mundo outrora conheceu; e que por alguns para ter tentado uma abertura de manifesto de ambição nesta direção teria exposto eles à ira dos senhores do mundo. Por isso esta iníqua ambição no começo trabalhou secretamente, desaprovando qualquer intento para ganhar poder ou autoridade, até uma favorável oportunidade foi apresentada — depois a Igreja nominal tinha tornado-se grande e influente e o poder imperial estava fragmentado por dissensões políticas e começou a arruinar-se. O poder de Roma estava rapidamente enfraquecendo, seus poderes e unidade foram divididos entre seis pretendentes das [290] honras imperiais, quando Constantino tornou-se imperador. E aquele, em parte pelo menos, ele adotou o cristianismo para fortalecer e unificar seu império, é uma — razoável suposição. Neste ponto a história diz:.

“Se Constantino abraçou o [cristianismo] segundo a convicção de sua verdade, ou apartir da diplomacia, é um assunto de disputa. Certo isto é, que esta religião, satisfatoriamente ainda que recebendo do poder romano somente censura silenciosa, ou perseguição ativa, tinha se estendido entre o povo, assim que Constantino fortificou-se na afeição dos soldados por adotar isto. ... Mundana ambição visando ao curso qual o imperador seguiu em declarar-se ele mesmo um cristão, e não o espírito de Cristo, quem disse: O meu reino não é deste mundo. Constantino fez o cristianismo a religião do império, e desde aquele tempo em diante encontramos sua influência manchada com coisas mundanas. ... Nenhum bispo particular era considerado como cabeça de toda a Igreja, mas o imperador estava desta maneira na realidade. Nesta qualidade ele convocou o Concílio de Nice, tendo na controvérsia entre Atanásio e Ário tomando partido contra o último. O concílio concordou com o imperador.”*

Por mais que vantagens poderiam ser derivadas por causa da aquisição de um prosélito imperial, ele estava ilustre pelo splendor da púrpura, melhor do que a superioridade da sabedoria ou virtude, de acordo com muitos milhares de seus súditos que tinham abraçado as doutrinas do cristianismo. ... No mesmo ano do seu reino no qual Constantino convocou o Concílio de Nice poluiu-se pela execução de seu filho primogênito. A gratidão da Igreja tinha exaltado as virtudes e desculpado as fraquezas de um patron generoso, quem assentou o cristianismo no trono do mundo romano.”**

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*História Universal de Willard, página 163.

**Gibbon, Volume II, página 269.

 

Aqui, então, sob o reino de Constantino, a oposição do império ao cristianismo cedeu ao favor, e o Imperial Sumo Pontífice tornou-se o patrono da declarada, mas realmente apostata Igreja de Cristo; e, tomando ela pela mão, ele ajudou ela tomar um lugar de [291] popularidade e esplendor a partir do qual ela foi capaz mais tarde, quando o poder imperial tornou-se fraco, de pôr seus próprios representantes sobre o trono religioso do mundo e era ela administrador supremo do Direito Religioso — Sumo Pontífice.

Mas é um equívoco supor, como muitos fazem, que a Igreja naquele tempo era uma igreja (virgem) pura, repentinamente levantada a uma dignidade e poder e o que tornaram-se para ela cilada. Totalmente ao contrário é verdade. Como já foi declarado, uma grande apostasia tinha ocorrido, a partir da primitiva pureza e simplicidade e liberdade em determinadas crenças, ambiciosas facções, cujos erros e cerimônias, semelhantes àqueles das pagãs filosofias, enfeitados com algumas verdades, reforçados e rebitados com as doutrinas do tormento eterno, tinham atraído para dentro da igreja uma vasta multidão, cujos números e influências tornaram-se valiosos para Constantino e eram respeitados e usados adequadamente. Desta maneira ninguém dos mundanos alguma vez pensou seriamente de aderir a causa do humilde, semelhante a Cristo “o pequeno rebanho” — a verdadeira Igreja consagrada, cujos nomes estão escritos nos céus. A popularidade do Constantino com seus soldados, mencionada pelos historiadores, é muito diferente da popularidade com o verdadeiro soldado da cruz.

Em prova disto deixe-nos aqui citar a partir da história, com referência ao estado de sociedade religiosa sob Diocleciano, o antecessor de Constantino, quem, perto do fim de seu reino, crendo que cristãos tinham atentado para destruir sua vida, ficou amargurado contra eles e perseguiu-os por disposição a destruição de Bíblias, o banimento de bispos, e finalmente por decreto de pena de morte de tais como os contrários a estes decretos-lei. Gibbon* disse desta era:

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*Volume II, página 53 e 57. 

 

“Diocleciano e seus colegas freqüentemente conferiam os mais importantes postos a estas pessoas que declaravam sua repugnância à adoração de deuses, mas que mostravam habilidades próprias para o serviço do Estado. Os bispos ocupavam uma honrosa posi- [292] ção em suas respectivas províncias, e eram tratados com distinção e respeito, não somente pelo povo, mas também pelos próprios magistrados. Em quase toda cidade, as antigas igrejas ficaram com construções insuficientes para abrigar o crescente número de convertidos; e em seus lugares eram construídos edifícios mais grandiosos e espaçosos para o público adorador da fé. A corrupção de maneiras e princípios, tão forçosamente lamentada por Eusébio, podia ser considerada não somente como uma conseqüência, mas também uma prova da liberdade, qual cristãos gozavam e abusavam sob o reino de Diocleciano. A prosperidade tinha relaxado os nervos da disciplina. Fraude, inveja e malícia prevaleciam em toda congregação. Os prosélitos aspiravam para o serviço episcopal, qual todo dia tornava-se um objeto muito digno de suas ambições. Os bispos, que competiam um com o outro por proeminência eclesiástica, apareciam por suas condutas para reivindicar uma secular e tirânica força na Igreja; e a viva qual entretanto distinguia os cristãos dos gentios foi demonstrada muito mais em suas vidas do que em seus escritos controversos.

“A história de Paulo de Samosata, quem ocupou a autoridade metropolitana [bispado] de Antioquia enquanto o Leste estava nas mãos de Odenatus e Zenóbia, poderia servir para ilustrar a condição e caráter dos tempos. [270 d. C.] Paulo considerou o serviço da Igreja uma profissão muito lucrativa. Sua jurisdição eclesiástica era venal e voraz: ele extorquia freqüentes contribuições dos mais opulentos dos fiéis, e convertia para seu próprio uso uma considerável parte das rendas públicas. [Ele é reivindicado pelos críticos, disse Gibbon, que Paulo ocupou o posto Imperial de Ducenarios, ou foi procurador, com um salário annual de duzentos Sestertia — $77.000.] Pelo seu orgulho e luxúria, a religião cristã estava apresentando-se odiosa nos olhos dos gentios. Sua câmara de conselhos, e seu trono, o esplendor com qual ele apareceu em público, a suplicante multidão que solicitou sua atenção, a multidão de cartas e petições a quais ele ditou suas respostas, e a continua pressa de atividades nas quais ele estava envolvido, eram circunstâncias muito melhor apropriadas ao Estado de um civil magistrado do que à humildade de um primitivo bispo. [293] Quando do púlpito fazia discurso bombástico ao seu povo, Paulo atacava o figurativo estilo e os gestos teatrais de um sofisma asiático, enquanto na catedral ressoavam com as mais extravagantes aclamações no louvor de sua eloqüência divina. Contra aqueles que resistiam ao seu poder, ou recusavam a lisonjear sua vaidade, o prelado de Antioquia era arrogante, rígido e inexorável, mas ele relaxou a disciplina e esbanjou os tesouros da Igreja com seu clero dependente.”

Desse modo sob o reino de Constantino todo obstáculo foi finalmente removido, e, como devíamos encontrar, a organização do Papado — a igreja nominal sob a chefia do bispo de Roma como papa — foi ligeiramente efetuada.

O Rápido Desenvolvimento do Anticristo

O rápido desenvolvimento da Hierarquia Papal após a ascensão de Constantino é um muito notável caráter de sua história. “O príncipe deste mundo” foi verdadeiro à sua promessa de dar poder e domínio como uma recompensa pela adoração e obediência a ele. (Mat. 4:8, 9) Pelo édito de Milão, Constantino deu legal segurança para as possessões da Igreja, e os cristãos recuperaram terras dantes perdidas. Um segundo édito, no ano 321 d. C., outorgou a liberdade de legar por testamento a propriedade à Igreja, enquanto o próprio Constantino aplicou um exemplo de dar generosamente e liberalmente bens ao clero cristão sem poupar. Este exemplo do Imperador foi seguido por milhares de seus súditos, cujos oferecimentos durante a vida e cujos legados na hora da morte fluíam para o tesouro eclesiástico. White, diz:*

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*História Universal de White, página 155.

 

“A Igreja de Roma começou cedo de assumir autoridade sobre as outras [sobre as igrejas de outras cidades e países], além disso dos números e riquezas de seus convertidos como de suas posições na cidade capital. Muitas circunstâncias concorreram para aumentar a influência de seu bispo, contudo sua usurpação e ambição era por um tempo vigorosamente repelida. A transferência do assento de poder [por Constantino, de Roma para Constantinopla, no ano 334 [294] d. C.] aumentou o poder da Igreja ocidental por conferir ao bispo a principal magistratura. Por isto devia ser adicionada a sensação dada por Gratiano e Valentiniano ao costume de apelar para Roma, e as freqüentes peregrinações a túmulos de São Pedro, e São Paulo e outros mártires.”

Após a morte de Constantino as variadas fortunas do Império Romano pareciam de cooperarem para o desenvolvimento da Igreja apostata e o desenvolvimento do Anticristo; pois uma união sob um cabeça ou papa, considerado o representante ou vicegerente de Cristo, não tinha ainda sido firmada. Os imperadores sucedendo Constantino, até Teodósio, continuavam de considerar a si mesmos como os cabeças da Igreja, nos quais centralizava-se a divina autoridade. Apesar de que nenhum dos mil oitocentos bispos do império ainda não estavam preparados para demander reconhecimento como o cabeça, ou papa, vários tinham seus olhos naquele prêmio, e os imperadores estavam demonstrando a superficialidade de suas pretensões do título Sumo Pontífice, no argumento desta maneira desde que adorassem os santos mortos, possuiriam um similar respeito a seus representantes vivos — os bispos. Contudo, os imperadores em seus editos repentinamente referiam-se ao imperador como uma hierarquia divina e para eles mesmos como personagens divinos.*

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*Ver Gibbon, Volume II, página 108.

 

O poder e autoridade do bispo de Roma vieram apressadamente: no período de cinqüenta anos a partir do tempo em que o cristianismo foi legalmente estabelecido, sua prosperidade e dignidade, como bispo da capital e principal cidade do mundo, era muito grande. Ammianus, um historiador contemporâneo, descrevendo sua prosperidade e ostentação disse: “Ele ultrapassou reis em esplendor e magnificência, viajou nas luxuosas carruagens, estava vestido com trajes de excelente qualidade, e era distinguido pelo seu luxo e orgulho.” A mudança do assento do império para Constantinopla, a exposição da cidade de Roma à invasão dos bárbaros provenientes do norte, as contínuas trocas de generais e [295] governadores no império já em rápida decadência, deixou o bispo da Igreja em Roma o mais permanente e o mais honrado oficial lá; e seu prestígio gradualmente aumentado ficou enaltecido ainda mais por remoção dos esplendores rivais da corte imperial para Constantinopla, assim como pela reverência atribuída ao próprio nome de Roma entre todos os povos do mundo.

Como uma ilustração disto, notamos que quando, em 455 d. C., a cidade de Roma foi invadida e pilhada pelos vândalos, e tudo ao redor foi aflição e desolação, Leão, o bispo de Roma, aproveitou a oportunidade para imprimir sobre todos, ambos, bárbaros e romanos, sua reivindicação de poder imperial. Para os barbarous rudes e supersticiosos; já gradualmente impressionados pelo que eles viram em volta deles, da Roma de grandeza e riqueza. Leão, vestido com suas vestes pontificais, exclamava: “Cuidado! Eu sou o sucessor de São Pedro para quem Deus tem dado as chaves do reino dos céus e contra cuja igreja as portas do hades (do inferno, AL; SBB) não prevalecerão contra ela; eu sou o vivo representante do poder divino na terra; eu sou César; um César cristão governando em amor, para quem todos cristãos devem obediência; eu seguro em minhas mãos as maldições do inferno e as bênçãos dos céus; Eu absolvo todos assuntos da submissão aos reis; Eu dou e tomo para posse de outros, por direito divino, todos tronos e principados da cristandade. Tomai cuidado com vocês para que não profanais o patrimônio sagrado concedido-me pelo vosso rei invisível; realmente, curvai para baixo vossos pescoços diante de mim e orai que a ira de Deus possa ser desviada.”

A veneração ao lugar e nome foi ativamente aproveitada pelo bispo de Roma, quem logo reivindicou uma superioridade para todos outros bispos, governadores e monarcas. Logo ele reivindicou não somente o domínio eclesiástico do mundo, mas também o domínio civil: o direito de coroar e descoroar, de promover e degradar qualquer e todos governadores do velho Império Romano, era o direito e herança da Igreja de Roma, qual foi reivindicado que Deus tinha assim dado poderes para o domínio da Terra. Estas reivindicações foram feitas repetidamente e repentina- [296]  mente negadas por bispos opostos, portanto para fixar um ano exato como a data de seu começo seria impossível. Como por ele mesmo, as reivindicações do Papado que ele foi organizado nos dias dos apóstolos, e que Pedro foi o primeiro papa; no entanto isto não é apenas sem prova, mas isto é muito positivamente contradito por toda história, qual demonstra que ainda que a iniqüidade da ambição tem trabalhado secretamente por um longo tempo, ela foi impedida de desenvolver-se em Anticristo e de fazer absolutamente tais reivindicações, até o Império Romano começar a desintegrarse.

Daqui em diante trataremos do Anticristo, cujo gradual desenvolvimento e organização por causa da secretamente trabalhada ambição são um apropriado prelúdio para o terrível caráter exibido depois do desejado poder ter sido alcançado — a partir do ano 539 d. C. até o ano 1799 d. C., isto é, durante 1.260 anos. Deste período os primeiros trezentos anos marcaram o avanço deste poder temporal; os últimos três marcaram sua decadência sobre as influências da Reforma e civilização; e o intermediário período de sete séculos compreendeu o tempo de glória do Papado e a “Idade Média” do mundo, cheio de fraudes e decepções em nome de Cristo e da verdadeira religião.

Um escritor católico romano plenamente corroborou nossas descobertas nestes assuntos, e nós apresentamos suas palavras sem consideração de seu glossário, como corroborativo testemunho. Dando, com incandescente entusiasmo, uma descrição da ascensão do Papado para o poder temporal, descrevendo ele como uma planta de origem celeste, e portanto de rápido crescimento e alta exaltação no mundo, ele disse:

“A ascensão do poder temporal dos papas apresenta à mente um dos mais extraordinários fenômenos quais os anais da raça humana oferecem para nosso espanto e admiração. Por uma singular combinação de circunstâncias concorrentes, um novo poder e um novo domínio crescia, silenciosamente e firmemente, nas ruínas daquele Império Romano qual tinha estendido sua influência sobre, [297] ou fez-se respeitado por, quase todas as nações, povos e raças que viveram no período de sua força e glória; e que novo poder, de origem modesta, lançava raízes profundas, e logo exercia uma mais ampla autoridade, do que o império cujas gigantescas ruínas ele fez quebrarem-se em fragmentos e reduzirem-se ao pó. Em própria Roma o poder do sucessor de Pedro crescia ombro a ombro com o poder do imperador e sob a proteção da sombra deste; e assim foi aumentado a influência dos papas, de modo que a majestade do supremo Pontífice foi provavelmente em breve obscurecida por esplendor da púrpura.

“A mudança por Constantino da capital do império do Oeste para o Leste, desde históricas ribanceiras do Tiber para as formosas costas do Bósforo, colocou a ampla fundação de uma supremacia na realidade começada desde aquela momentosa mudança. Praticamente, quase a partir daquele dia, Roma, qual tinha testemunhado o nascimento, a fase inicial, o esplendor, e a decadência, da potente raça por quem seu nome tinha sido carregado com suas águias até as remotas regiões do então conhecido mundo, estava gradualmente abandonada pelos herdeiros de seu renome; e seu povo, abandonado pelos imperadores, e exposto a uma fácil pilhagem e devastações pelos bárbaros, aos quais não tinha mais coragem para resistir, notou no bispo de Roma seu guardião, seu protetor, seu pai. Ano a ano a temporária autoridade dos papas cresceu em forma e endureceu em força, sem violência, sem derramamento de sangue, sem fraude, pela força de circunstâncias opressivas, feito, como se visivelmente, pela mão de Deus.”

Enquanto católicos romanos assim representam a ascensão do Papado sobre as ruínas da Roma Pagã como um triunfo da cristandade, aqueles que estão familiarizados com o verdadeiro espírito do cristianismo olham em vão para ver algum traço daquele espírito na prostituição da Igreja e sua profana aliança com o mundo. Tampouco pode o verdadeiro cristão ver nas vantagens fornecidas pela ignorância, superstição, calamidades e as várias [298] circunstâncias dos tempos nos quais a Igreja de Roma tomou vantagem, alguma evidência da divina interposição em seu favor. Nem ainda podem eles descobrir, na exaltação da Igreja de Roma ao poder terrestre e glória, alguma verificação da promessa do Senhor para a verdadeira Igreja, para que a seu tempo seja exaltada — depois do Anticristo ter vindo e ido; visto que a exaltação do verdadeiro trono da Igreja não é para ser um ensangüentado e poluído com crime, assim como o trono do Papado tem sido desde seu próprio começo: tampouco o verdadeiro Cristo jamais necessitará de recorrer a reis terrestres para estabelecer ou defender seu poder. As marcas quais distinguem a imitação desde o real reino de Cristo são facilmente reconhecíveis por aqueles que são instruídos, através das Escrituras, com o Cristo real e seu corpo, a verdadeira Igreja, com os princípios sob quais seu reino é para ser estabelecido, e com o propósito por qual é para ser estabelecido.

Mas não permita uma suposição que a real Igreja de Cristo, ainda naqueles tempos corruptos, estava de modo idêntico extinguida ou perdida de vista. “O Senhor conhece os seus” em toda idade e sob toda condição. Como trigo estão permitidos para crescerem no meio de terrenos infestados de pragas; como ouro estão no forno, sendo experimentados e purificados “para participar da herança dos santos na luz”. É verdade, o curso da multidão, que chamou a si próprios cristãos, ocupou os mais proeminentes lugares nas páginas da história; mas indubitavelmente uns poucos fiéis através de todas perseguições, e no meio de todas artes enganosas do mistério da iniqüidade, andaram como é digno na sua vocação celestial, deitaram para descansar e serem registrados por Deus como herdeiros da coroa imarcescível, reservada nos Céus para eles.

Deste modo, claramente, nas páginas da história, o fato é indicado que este Homem do Pecado, Anticristo, nasceu em Roma; e, ainda que no princípio deparou com a oposição, ele gradualmente levantou a si próprio ao poder; ou, expressado na profecia de Daniel, como “chifre, pequeno”, ele subiu da cabeça daquela velha besta romana, aquele “animal, terrível e espantoso”, para qual Daniel não pôde encontrar nome, qual tinha desta  [299] maneira poder para fazer mal e dano. E, enquanto prosseguiremos, devemos achar que a história do Anticristo corresponde exatamente, não somente com as profecias de Daniel, mas também com todas as profecias registradas concernentes a ele.

Caráter do Anticristo na História

Tendo localizado o Anticristo, em seguida procedemos para comparar o caráter do Papado com as profecias registradas, descritivas do caráter e realidades do Anticristo ou o Homem do Pecado.

Alguns podem inquirir se ele será adequado para transpor os imperadores de Roma (que reivindicavam para serem os supremos soberanos religiosos), sem chamar seu sistema de Anticristo, e para aplicar aquele título completo e inteiro para o organizado sistema Papal. Respondemos, isto é certamente correto. e submetemos o leitor novamente à definição do Anticristo já apresentada como usada nas Escrituras, a saber, no lugar de, em vez de, isto é, para ser um império espiritual; ele deve reivindicar para governar os reinos da Terra por esta autoridade espiritual; ele deve deste modo não ser somente um único adversário, mas também uma imitação, deturpando e pretendendo de ser o reino de Cristo, e exercendo o que no devido tempo de Deus será a autoridade do verdadeiro Cristo, a Igreja glorificada e completa sob o único Cabeça e Senhor — o real Sumo Pontífice.

Não somente fez a reivindicação Papal para ser o glorificado reino de Cristo prometido pelo Senhor, os apóstolos e os profetas, mas também ele aplicou a si mesmo e a seus sucessivos cabeças (os papas, que, reivindicam, ocupar o lugar de Cristo, como Pontífices, Chefes, ou Reis deste reino) todas aquelas passagens dos profetas que descrevem a Milenar glória de Cristo. E, “enganando [outros] e sendo enganados” eles mesmos (pelas suas falsas teorias, desenvolveram-se lentamente pela pecaminosa ambição em prol da grandeza, durante séculos), os papas têm peça por peça arranjado os títulos de todos associados na hierarquia, suas deslumbrantes [300] roupas, suas imponentes cerimônias, suas grandes catedrais como solenidades, reverenciando — serviços inspirados, numa escala para corresponder tão de perto como possível com suas reivindicações — os ambientes deslumbrantes, roupas e cerimônias igualando, tanto quanto melhor podiam fazer eles igualavam, as glórias e grandezas retratadas pelos profetas.

Por exemplo, no Salmo 2:12 lemos: “Beijai o Filho, (ó reis, juízes da terra, verso 10) para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua irá.” Isto não é uma ordem para beijar literalmente, mas para conceder prontamente, agradável submissão ao nosso Senhor, e aplica-se à presente hora, em que, fazem-se preparatórias para o grande e verdadeiro reino Milenar do verdadeiro Cristo, os reis ou os grandes da terra, politicamente, socialmente, financeiramente e eclesiasticamente, estão sendo testados por sua boa vontade ou má vontade para reverenciar as regras justas agora devidas a entrarem em vigor. Aqueles que resistirem à retidão, resistirem ao cetro deste Rei da Glória, e todos tais serão derrotados no grande tempo de tribulação qual introduzirá o reino milenar do novo Rei: todos aqueles que não quiserem seu reino serão matados. (Luc. 19:27) “Os seus inimigos lamberão o pó” — serão subjugados.

Desviando esta profecia para seu reino falso, cabeça representativa do Anticristo, o papa, nos dias de felicidade de sua prosperidade estabelecia reis e imperadores para reverenciarem diante dele, assim como diante de Cristo, e para beijarem seu grande dedo do pé — aplicando o mesmo como cumprimento desta grande profecia.

Reivindicações tais como estas são geralmente omitidas muito ligeiramente pelos estudantes e escritores proféticos, enquanto eles procuram saber e especialmente noticiar imoralidades; mas nisto eles grandemente enganam-se, por criminalidades terem sido abundantes o bastante em cada idade, e não necessitariam delineações proféticas tão especiais como são dadas do Anticristo. Poderia isto ser provado que aqueles relacionados com o sistema [301] papal seriam verdadeiros modelos de moralidade, isto seria todavia idêntico com o caráter notável na Escritura como o grande Anticristo — a imitação qual tem atribuído a si mesmo os títulos, privilégios, poderes, e reverência pertencentes ao Ungido do Senhor. Como uma imitação, ele tem também adulterado o plano de Deus com referência à seleção de um “pequeno rebanho”, ou Igreja, no tempo presente; e ele tem inteiramente posto de lado a verdadeira esperança da Igreja, e a provisão do Senhor para a bênção do mundo durante o Milênio do Reino de Cristo — qual ele representa como cumprindo-se em seu próprio reino.

Os maus efeitos de tal perversão e informação falsa do plano de Deus raramente podem ser estimados. Eles têm sido a direta fonte de informações da qual nasceram todas as doutrinas corruptas quais, uma após outra, eram introduzidas para amparar as reivindicações e aumentar a dignidade do Anticristo. E apesar da Reforma, três séculos depois, introduzir uma era de estudos bíblicos e liberdade de pensamento, e induzir à rejeição de muitos males e erros, ainda a imitação estava assim por diante elaborando uma escala, tão completa em todas suas partes e arranjos, e tinha tão completamente enganado o mundo todo de modo que, até depois Lutero e muitos outros tinham reconhecido o Papado como a conseqüência da grande apostasia — o Anticristo da profecia — enquanto o denunciavam como um sistema, eles se firmaram na falsa teoria que conduzia para seus peculiares erros de doutrina e prática. Até o dia de hoje grande maioria de protestantes de todas dominações sustentam a teoria do Anticristo, que o Reino de Cristo tem sido estabelecido. Alguns esforçavam-se para fazer como o Papado fez — para organizar sua Igreja sob alguma única pessoa como seu cabeça — enquanto outros preenchem o lugar deste cabeça com um conselho ou sínodo; mas todos estão sob a desilusão imposta pelas falsas e corrompidas interpretações das Escrituras, doutrinas começadas pelo Anticristo — que agora, e não em um tempo futuro, é o reinado do Reino de Cristo; e, negando a idade vindoura, assim como o Anticristo faz, eles, igual aquele sistema, estão descuidados do amplo desenvolvimento da santidade [302] entre os crentes e são zelosos mais propriamente para o cumprimento agora da obra da próxima idade (a conversão do mundo) — tanto assim, que eles estão muitas vezes dispostos de deturpar o plano e Palavra de Deus, e de inventar teorias para amedrontar e guiar o mundo em uma fé de piedade; e dispostos também a recorrer a métodos mundanos e incorretos afim de acrescentarem a suas atrações, para fazerem seus vários sistemas os mais tentadores para os não convertidos, os quais eles, igual o Anticristo, estão dispostos de incluir na conta por causa de seu orgulho e para fazer uma boa exibição.

Tais encontram isto difícil de entender para ver que o Papado é o Anticristo. Como podem eles, enquanto a fé ainda não é livre do veneno, e a razão é ainda grandemente cegada por muita essência de erros do Anticristo. A grandeza, a magnificência e a necessidade do Milênio do Reino de Cristo e sua obra de bênção de todas as famílias da Terra devem ser vistas, antes que a grandeza da falsidade do Anticristo pudesse ser apreciada, ou sua destruição da verdade e sua desoladora e corrompida influência na igreja nominal ou santuário de Deus pudessem ser corretamente estimados.

Ninguém precisa surpreender-se sobre a perfeição desta imitação, quando refletimos que ela é a obra do Diabo, e tem sido modelada segundo os tipos e ilustrações da futura glória apresentada nas Escrituras. Visto que o tempo para a seleção da Igreja tinha vindo, e aquelas verdades plantadas pelo Senhor e os Apóstolos tinham ganhado rápido progresso contra todas as religiões pagãs, procurando alguém humilde em qualquer parte que ele estivesse, o grande adversário procurava destruir a pureza da Igreja e transformar os outros em canais falsos esses que ele não podia fazer parar. Deste modo tanto o triunfo do Anticristo, como seu poder presente, têm realmente sido sucesso de Satanás. Mas aqui nós observamos a sabedoria de Deus; por enquanto o sucesso do Anticristo dava a impressão de pressagiar a derrota do plano de Deus, ele estava de fato, apesar de sem perceber, cooperando para garantir o sucesso do plano de Deus; porque de nenhuma outra

 

A IGREJA DE DEUS

O SACERDÓCIO REAL

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A REALIDADE DURANTE

O MILÊNIO DO REINO

 

O TIPO VERDADEIRO
Arão —

e os sucessores — Chefe ou Sumo Sacerdote, cabeça e representante e portavoz.

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Subsacerdotes, derivaram as suas dignidades oficiais, direitos e privilégios de serviço através de Arão, cujo corpo eles representavam, tipificando a Igreja de Cristo.
 

DE CRISTO NA TERRA
Cristo Jesus,

nosso Senhor e Cabeça também representante; o Sumo Sacerdote da nossa confissão ou ordem.

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A Igreja glorificada, o corpo de Cristo, participantes de sua glória, majestade, e postos do governo: cujos postos serão diferentes, como uma estrela difere em glória de outra estrela.
 

A IMITAÇÃO
Dos Papas,

Por seu turno, representtam o Sumo Sacerdote da hierarquia papal; seu Senhor, cabeça e porta-voz.

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A Igreja de Roma consiste dos bispos e prela dos, que compartilham as dignidades da hierarquia, ainda que diferindo em graus de honra — carde ais, bispos, etc. 
 


Os Sujeitos à Hierarquia são assistentes, como segue:
 

Os levitas, que fizeram serviços ligados com o Tabernáculo típico — ensi nando, etc., etc.., Uma ordem inferior de sacerdotes não permitia a entrar no Mais Sagrado Santuário — o Santíssimo (típico da natureza espiritual) nem a o-lhar para aquele lugar.

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Todo Israel era ensinado e guiado pela hierarquia acima descrita. E em Moisés quem foi um tipo do completo Cristo, eles tinham nele profeta, sacerdote e rei unidos, típico da autoridade Milenar de Cristo — At. 3:22.

 

A fase terrestre do Reino de Deus; através de quem a glorificada Igreja terá mais contato direto com o mundo, em ensinamento, governo, etc., o mundo também terá aconchegada comunhão com a espiritual Igreja em glória.
 

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O mundo será ensinado, guiado, governado e ajudado pelo acima descrito Reino de Deus e seus representantes terrestres, quais terão todo poder, e deverão ser obedecidos; e todo aquele que não obedecer será “exter-minado” — At. 3:23.

Os frades e freiras do Papado, não são partes ou membros da I greja ou hierarquia, mas chamam-se “irmãos” e “irmãs”. Destes são os professores, enfermeiras, etc., em contato direto tanto com o povo como com a hierarquia.
 

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Papado reivindica a odo-bediência do mundo para seu poder e doutrinas — como sendo o Reino de Deus. O inferior sacerdó cio é seu agente. Quando estava no poder intentou de impor suas leis, e de “exterminar” aqueles que não obedeciam. 

 [304] maneira poderiam os verdadeiros consagrados terem sido completamente provados, e sua fidelidade à Palavra de Deus tão completamente testada, como por permissão desta grande imitação.

A tabela anexada servirá para demonstrar como completa tem sido a imitação da futura organização do reino de Cristo no Papado, e como ele estava declinado conforme o típico sacerdócio judaico.

Mosheim, explicando a ascensão do hierárquico sistema na Igreja, muito claramente demonstra sua imitação, nestas palavras, Vol. I, pág. 337.

“Enquanto a menor probabilidade resta que Jerusalém poderia em um tempo ou outro novamente levantar seus cabeças do pó, professores e líderes cristãos não adotaram a si próprios títulos ou distinções, pelo menos nenhum, nem sequer o mais modesto e humilde; mas no tempo em que a cidade tinha sido fechada por Adriano [135 d. C], e a maioria dos judeus já não podiam entreter alguma esperança, de verem seu antigo governo restabelecido, estes mesmos pastores e ministros conceberam um anseio para serem acreditados pelos seus rebanhos que eles mesmos tinham sucedido aos direitos do sacerdócio judaico. Os bispos, portanto, fizeram seus trabalhos de inculcar a idéia que eles estavam investidos com um caráter parecido com aquele do grande Sumo Sacerdote dos judeus, e estavam conseqüentemente dotados de todos aqueles direitos quais tinham sido reconhecidos como pertencentes ao alto dignitário eclesiástico judaico. O exercício do ordinário sacerdote judaico era em igual maneira, determinado para ser transmitido, ainda que sob a mais perfeita forma, sobre os presbíteros da Igreja cristã: e finalmente os diáconos foram localizados num paralelo com os levitas, ou ministros inferiores.”

A Cabeça e Boca do Anticristo

Sua Grande Expansão de Palavras

O papa (cada papa em seu turno) é a cabeça da falsa Igreja, que é o seu corpo, igualmente como Cristo Jesus é a cabeça da verdadei- [305] ra Igreja, que é o seu corpo. Visto que a cabeça é o representante do corpo, e sua boca fala pelo corpo, encontramos, como devemos esperar, este aspecto do Anticristo proeminentemente referido nas Escrituras. Em Daniel 7:8, 11, 25, e no Apocalipse 13:5, 6, a boca do Anticristo é apresentada especialmente para nossa observação como uma característica principal. Daniel disse que neste chifre havia “olhos, como os de homem”, — símbolo de inteligência e de uma perspicaz diplomacia. Este “chifre” era para ser diferente de todos os outros poderes; ele era para ser muito sábio, muito mais habilidoso, do que outros impérios quais intentaram de governar o mundo; seu poder havia de ser aquele de sua boca (forma de expressão) guiado pelos seus olhos (conhecimento) antes do que aquele de força física. E ninguém informado com a história do Papado pode negar que as figures usadas para ilustrar seu poder e métodos estão notavelmente bem.

“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; ... E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu.” “Proferirá palavras contra o Altíssimo”. — Apoc. 13:5, 6; Dan. 7:8, 25.

Não deve esquecer-se que estas são expressões figurativas, descritivas do caráter e pretensões de uma simbólica “besta” (governo) e “chifre” (poder) da velha besta romana ou império. Em alguns aspectos, o Papado era um novo governo (“besta”), distino a partir do velho império romano; e em outros, ele era um chifre ou poder entre outros daquele império, qual por um tempo ocupou controle superior sobre os outros chifres ou poderes. Ele é apresentado em símbolo desde estes ambos pontos de vista para tão completamente localizá-lo e designá-lo.

Do anticristo que proferia arrogância e blasfêmias; cobrindo todo período de sua longa carreira. A expressão, “blasfêmia em nossos dias, é usualmente dar apenas um significado grosseiro, como se relacionado à mais vulgar forma de blasfêmia e unicamente [306] profanação. Mas, em seu verdadeiro significado, a palavra “blasfêmia” é aplicada a alguma indignidade oferecida a Deus. Bouvier define ela deste modo: “Blasfêmia é atribuir a Deus aquilo que é contrário a sua natureza, e não fazer caber a Ele, — e de não reconhecer o que fez.” Completo Dicionário Webster sob cabeçalho de Blasfêmia e com Blasfêmia. E em evidência que este é o sentido no qual a palavra “blasfêmia” é usada nas Escrituras, repare a maneira em que nosso Senhor e os fariseus a usavam: “Responderam-lhes os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-te, mas por blasfêmia; e porque sendo tu homem, te fazes Deus.” “Tornou-lhes Jesus: ... àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse: Sou Filho de Deus?” — João 10:33-36. Veja também Mar. 14:61-64.

Com isto, a própria definição de “blasfêmia”, diante de nós, quão evidente deve ser para os sinceros que aquelas grandes e elevadas palavras e jactanciosas reivindicações do Papado tinham, uma e todas, sido blasfêmias. O estabelecimento de um imitante Reino de Deus foi um libelo sobre o governo de Deus, uma grossa blasfêmia, e uma informação falsa de seu caráter, plano e palavra. Caráter de Deus, isto é, seu “nome”, era blasfemado nos milhares monstruosos éditos, bulas, e decretos emitidos em seu nome, pela longa fila daqueles que reivindicavam, como vigários, para representar seu Filho; e o tabernáculo de Deus, a verdadeira Igreja, era blasfemada pelo falso sistema qual reivindicou para tomar seu lugar — qual reivindicou que sua fé era o verdadeiro e único tabernáculo ou Igreja de Deus. Mas devemos deixar a história dizer desta grande expansão de palavras, estas suposições blasfemas, que cada sucessivo papa, como o cabeça do Anticristo, proferiu e aprovou.

Numa obra intitulada, “Papa o Vigário de Cristo, o Cabeça da Igreja”, pelo célebre católico romano, Monsenhor Capel, está uma lista de nada menos do que sessenta e dois títulos de blasfêmias aplicados ao papa; e, se ele citou, estes não são meros títulos [307] mortos desde o passado, pois eles foram arranjados por um dos principais escritores, do Papado, vivo. Citamos a lista como segue:

“Mais Divino de todas Cabeças.”

“Santo Padre dos Padres.”

“Pontífice Supremo sobre todos Prelados

“Supervisor da Religião Cristã.”

“O Pastor Chefe — Pastor dos Pastores.”

“Cristo pela Unção.”

“Abraão pelo Patriarcado.”

“Melquisedeque em Ordem.”

“Moisés em Autoridade.”

“Samuel no Ofício Judicial.”

“Sumo Sacerdote, Bispo Supremo.”

“Príncipe dos Bispos.”

“Herdeiro dos Apóstolos; Pedro em Poder.”

“Chaveiro do Reino dos Céus.”

“Bispo designado com Plenitude de Poder.”

“Vigário de Cristo.”

“Sacerdote Soberano.”

“Cabeça de todas as Santas Igrejas.”

“Chefe da Igreja Universal.”

“Bispo dos Bispos, que é, Sumo Pontífice.”

“Soberano da Casa do Senhor.”

“Senhor Apostólico e Padre dos Padres.”

“Pastor Chefe e Professor.”

“Médico de Almas.”

“Rocha contra qual as orgulhosas portas do inferno não prevalecerão.”

“ Papa Infalível.”

“Cabeça de todos os Santos Sacerdotes de Deus.”

Em adição à longa lista de títulos, da qual os acima são citados como exemplos, o autor dá as seguintes citações de uma carta qual São Bernardo, Abbott de Clairvaux, escreveu para o Papa Eugênio III, no ano 1150 d. C. [308]

“Quem és tu? — O Sumo-Sacerdote, o Bispo Supremo. Tu és o príncipe dos Bispos, tu és o Herdeiro dos Apóstolos. Tu és Abel em Primazia, Noé em governo, Abraão em fileira patriarcal, em ordem Melquisedeque, em dignidade Arão, em autoridade Moisés, Samuel em ofício judicial, Pedro em poder, Cristo em Unção. Tu és aquele a quem as chaves dos céus são dadas, a quem as ovelhas são confiadas. Existem de fato, outros porteiros dos céus, e outros pastores de rebanhos; mas tu és o mais glorioso em proporção como tu tens também, num diferente estilo herdado, diante de outros estes ambos nomes. ... O poder de outros é limitado por limites definidos: o teu estendeu-se até sobre aqueles que têm recebido autoridade sobre outros. Tu não podes, quando uma justa razão ocorrer, fechar o céu contra um bispo, destituí-lo do ofício episcopal, e entregá-lo a Satanás? Portanto teu privilégio é imutável, ainda mais nas chaves entregues a ti assim como nas ovelhas a proteção é entregue aos cuidados de ti.”

Todos estes títulos agradáveis com blasfêmia, têm sido aplicados e recebidos pelos pontífices romanos com complacência e marcante satisfação, como legalmente pertencentes a eles.

Desde o Papa Bonifácio VIII, nós temos o seguinte decreto, qual é até agora existente no direito comum: “Nós declaramos, dizemos, definimos, pronunciamos o necessário à salvação de cada criatura humana é de sujeitar-se ao Pontífice romano.” Papa Gregório VII, quem no ano 1063 ordenou que o papa deveria ser chamado padre dos padres, deduziu o seguinte de Gên. 1:16, afim de apoiar as suas pretensões papais: “Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; ambos grandes, mas um mais grande. ‘No firmamento dos céus,’ que é, a igreja universal, ‘Deus, pois, fez os dois grandes luminares’: isto é, instituiu duas dignidades, que são a autoridade pontifical e o poder real; no entanto essa que preside sobre o dia, essa é, a espiritual, é a maior; mas essa que preside sobre coisas carnais é a menor; pois como o sol diferencia-se da lua, então faz os papas diferirem de acordo com os reis.” Outros O Homem do Pecado [309] papas têm aceitado esta interpretação, qual tem feito muito para reforçar a idéia de supremacia papal.

Santo Antonius, Arcebispo de Florença, depois de citar o Salmo 8:4-8, AL: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos”, etc., e aplicando isto a Cristo, transferiu isto ao papa nas seguintes palavras: “E porque ele nos deixou em sua presença corpórea, ele deixou seu vigário [substituto] na Terra, a saber, o Sumo Pontífice, qual é chamado papa, que significa padre dos padres; para que estas palavras pudessem ser adequadamente esclarecedores do papa. Do papa, como Hostiensis disse, é maior do que o homem e menor do que um anjo, porque ele é mortal; todavia é grande em autoridade e poder. Pois um anjo não pode consagrar o corpo e o sangue de Cristo, nem absolver ou ligar, o alto decreto do qual poderes cabem ao papa; nem pode um anjo ordenar ou conceder indulgências. Ele é de glória e de honra coroado; a glória da recomendação, porque ele é chamado não somente abençoado, mas também muitíssimo abençoado. Quem deveria duvidar chamá-lo abençoado a quem o cargo mais alto de tão grande dignidade tinha tão grandemente enaltecido? Ele é coroado com a honra da veneração, assim que o fiel pode beijar seus pés. Uma maior veneração não pode existir — ‘prostrai-vos diante do escabelo de seus pés’. (Sal. 99:5) Ele é coroado com a magnitude de autoridade, porque ele pode julgar todas pessoas, mas por ninguém pode ser julgado, a não ser que seja encontrado desviando-se da fé [a fé do Anticristo, naturalmente]. Por esta razão ele é coroado com uma tríplice, coroa de ouro, e é posto sobre todas ‘as obras das suas mãos’, para fazer o que quer de todos inferiores. Ele abre os céus, envia os culpados para o inferno, confirma impérios, põe em ordem todo clero.”

O Concílio de Latrão em sua primeira sessão deu ao papa o título de “Príncipe do Universo”; em sua segunda sessão chamou-o Sacerdote e Rei, que é para ser adorado por todo povo, e que é muito semelhante a Deus”; e em sua quinta sessão fez alusão às profecias do glorioso reino de Cristo para Leão X nestes termos: “Não chores; ó filha de Sião, eis o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, trouxe Deus a ti um Salvador”. [310]

Do Dicionário Eclesiástico de Ferrari, um modelo padrão de autoridade Católica Romana, nós citamos o seguinte esboço resumido do poder papal como dado sob a palavra papa, artigo 2.º:

“O papa é tão grande dignidade e elevação que ele não é simplesmente um homem, mas como se fosse Deus, e o vigário [representante] de Deus. ... Por esta razão o papa é coroado com uma tríplice coroa, como rei dos céus, da terra e do inferno. Mais ainda, a excelência e poder do papa são não tão-somente sobre coisas celestiais e infernais, mas ele é também sobre os anjos, e é superior deles; para que se fosse possível que os anjos poderiam desviar-se da fé, ou entreter sentimentos contrários a isso, eles poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. ... Ele é de tão grande dignidade e poder que ele ocupa o único e o mesmo tribunal com Cristo; para que tudo o que o papa faça pareça que sai da boca de Deus. ... O papa é, por assim dizer, Deus na terra, o único príncipe dos fiéis de Cristo, o grande rei de todos reis, possuindo a plenitude do poder; a quem o governo da Terra e o reino dos Céus estão incumbidos.” Ele mais adiante acrescenta: “O papa é de tão grande autoridade e poder que ele pode modificar, declarar, ou interpretar a lei divina.” “O papa pode às vezes contrariar a lei divina.” “O papa pode em qualquer tempo neutralizar a lei divina por limitação, explicação, etc.”

Deste modo, o Anticristo não tão-somente esforçou-se para estabelecer a Igreja em poder antes do tempo do Senhor, senão também ele era audacioso o bastante para tentar de “neutralizar” e “modificar” leis divinas para adaptar seus próprios esquemas. Quão claramente fez ele deste modo cumprir-se a profecia qual sobre mil anos antes declarou — “cuidará em mudar os tempos e a lei”. Dan. 7:25.

Em uma bula papal, ou édito, Sixtus V declarou:

“A autoridade dada a São Pedro e seus sucessores, pelo imenso poder do Rei eterno, sobressai-se a todo o poder de reis e principles da Terra. Ele passa incontrolável sentença sobre eles todos. E se encontrar algum deles resistindo a ordenação de Deus, toma a mais severa vingança sobre ele jogando-o fora de seu trono, por mais [311] poderoso que ele possa ser, e tombando-o para as profundas partes da terra como ministro do ambicioso Lúcifer”.

Uma bula do Papa Pio V, intitulada “A condenação e excomunhão de Elizabeth, rainha da Inglaterra, e seus aderentes — com uma adição de outras punições”, a escrita é como segue:

“Aquele que reina nas alturas, para quem é dada toda a autoridade no céu e na terra, confiou unicamente a santa igreja católica e apostólica (fora da qual não há salvação) e a um único sobre a terra, a saber: a Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, e ao sucessor de Pedro, o bispo de Roma, para governar com plenos poderes. Ele apenas o fez príncipe sobre todas as nações, e sobre todos os reinos, para arrancar e derribar, para destruir e arruinar; e também para edificar e plantar.

São Bernardo afirmou que “ninguém exceto Deus é semelhante ao papa, quer no céu quer na terra”.

“O Imperador Constantino”, disse do Papa Nicolau I, “confiro o nome de Deus ao papa; quem, por essa razão, sendo Deus, não pode ser julgado pelo homem.”

Disse o Papa Inocente III — “O papa ocupa o lugar do verdadeiro Deus”; e a lei canônica, na lei, no glossário, denominam o papa — “Deus nosso Senhor.”

Inocente e Jacobatius afirma que “o papa pode fazer quase tudo o que Deus pode fazer,” enquanto Decius rejeita a palavra quase, como desnecessária, Jacobatius e Durand declaram que “ninguém atreve-se a dizer a ele sequer mais do que a Deus — Senhor: Que é o que fazes?” E Antonius escreveu:

“Para ele [ao papa] pertence a ordenar estas coisas quais pertencem ao bem público, e remover aquelas coisas quais previnem este fim, como vícios, abusos quais apartam homens de Deus. ... E isto de acordo com Jeremias 1:10 [Aqui novamente atribuída a Anticristo uma profecia qual pertence ao reino Milenar de Cristo]: ‘Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares’; isto é quanto aos vícios; e também ‘para edificares e plantares’, isto [312] é quanto às virtudes. ... Quanto ao poder do papa sobre aqueles que estão no inferno, que são designados como peixes do mar (Sal. 8) — porque, como os peixes estão continuamente agitados pelas ondas do mar, igualmente aqueles no purgatório estão continuamente exercitados pelas aflições de punições — Deus tem submetido ao papa também os peixes do mar, isto é, aqueles que estão no purgatório, para aliviá-los pelas indulgências.

“Pagãos estão submetidos ao papa, que preside no mundo no lugar de Cristo. Mas Cristo tem pleno poder sobre toda criatura. O papa é o vigário de Cristo, e ninguém pode legalmente afastar a si mesmo da sua obediência, como ninguém pode afastar a si mesmo legalmente da obediência a Deus. ... papa pode punir pagãos e nações bárbaras. ... E ainda que os pagãos não podem ser punidos com a espiritual punição da excomunhão e o equivalente, já eles podem ser punidos pela Igreja com punição pecuniária, e pelos príncipes com punição corporal, também. ... A Igreja pode punir, indiretamente, os judeus com punição espiritual, pela excomunhão cristã de príncipes a quem os judeus estão submetidos, se eles negligenciarem de puni-los com punições temporárias quando fizerem alguma coisa contra os cristãos. ... Se a conversão de alguns for desejada, eles podem ser compelidos por terrores e açoites, não realmente para receberem a fé, mas para que eles não apresentassem obstáculo à fé por uma obstinação. Para a conversão dos infiéis, o julgamento de Deus deve ser imitado.”

Aqui está uma ilustração como o erro de doutrina produz injustiça. Os povos podem ligeiramente serem induzidos em toda forma de crueldade e opressão, se primeiro convencerem a si próprios que no exercício de tal depravação eles são mais semelhante a Deus — imitadores de Deus. A admiração é que os povos são tão comportados e moderados como nós os encontramos, com todas as terríveis, doutrinas e idéias falsas concernentes ao plano de Deus para a humanidade, com quais Satanás tem cegado e iludido-os através da fonte de erro papal, deixando-os num curso congenial da sua caída natureza. Continuando, o mesmo autor acrescenta:

“O poder do papa é exercido sobre heréticos e cismáticos, simbo- [313] lizados também pelos bois, porque eles resistem à verdade com o chifre da soberba. Deus tem submetido estes também sob os pés do papa para serem punidos num modo quadruplicado, isto é, pela excomunhão, deposição, privação temporária de posses e perseguição militar. Entretanto são unicamente para serem considerados heréticos quando recusam a reformar suas doutrinas pestíferas, e obstinadamente dispostos a defendê-las. ... O papa pode escolher, ou eleger o imperador. O imperador é o ministro [servo] do papa, nisto, que ele é o ministro de Deus, cujo lugar o papa ocupa; visto que Deus tem nomeado o imperador como o ministro do papa. ... Eu suponho isto para ser dito como uma verdade, que o papa, o vigário de Cristo, possue jurisdição universal das coisas espirituais e terrestres, no mundo inteiro, no lugar do Deus vivo.”

As seguintes formas de expressões dos papas, tiradas da obra de Fox “Atos e Monumentos”, por H.G. Guinness, um escritor ingles de reputação, merece um lugar de proeminência; e nós podemos simpatizar sinceramente com este comentário do escritor sobre este sistema cuja boca apresenta adiante certas expressões, quando ele diz: “Qualquer, pois, que a si mesmo exaltar, será humilhado”; que degradação pode ser comensurada com tal exaltação própria como esta”?

“Portanto, desde que tal poder é dado a Pedro, e a mim em Pedro, sendo seu sucessor, quem é então em todo o mundo que deve não ser sujeito a meus decretos, que têm tal poder no céu, no inferno, na terra, com os vivos e os mortos. ... Pela jurisdição da qual confere a plenitude do meu poder que é tão grande, ao passo que todos outros estão sujeitos — a essa plenitude de poder, e os imperadores eles mesmos devem persuadir suas execuções a mim — somente Eu não estou sujeito a ninguém, não, nem a mim mesmo; assim minha majestade Papal sempre continuará não diminuída; superior a todos os povos, quem todas pessoas devem obedecer e seguir, quem nenhum homem deve julgar ou acusar de algum crime, nenhum homem pode depor, mas eu mesmo. Nenhum homem pode excomungar-me, sim, ainda que eu receba ou tome em comunhão o excomungado; por nenhum cânon atar-me; a quem [314] nenhum homem deve mentir, pois aquele que mentir a mim é um herético, e uma pessoa excomungada. Assim, então, isto torna-se aparente que a grandeza do sacerdócio começou com Melquisedeque, foi celebrado ou realizado com solenidade por Arão, aperfeiçoado por Cristo, representado por Pedro, exaltado na jurisdição universal, e manifestado no Papa. Para que através desta preeminência do meu sacerdócio, tendo todas as coisas sujeitas a mim, pode parecer bem verificado em mim, o que foi falado de Cristo, ‘e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés’.

“E, do mesmo modo, isto é para ser presumido que o bispo dessa igreja é sempre bom e santo. Sim, embora ele caia em homicídio ou adultério, ele pode pecar, no entanto ainda ele não pode ser acusado, mas pelo contrário desculpado pelos assassinatos de Sansão, pelos roubos dos hebreus, etc. Toda a terra é minha diocesse, e eu o superior eclesiástico sobre todos os povos, tenho a autoridade do Rei de todos reis sobre os súditos. Eu sou tudo em tudo, e sobre todos, para quem Deus só, e eu, o vigário de Deus, tenhamos ambos um consistório, e eu sou capaz de fazer quase tudo o que Deus pode fazer. Em todas as coisas que eu me desejar seria pretender razão, pois eu sou capaz pela lei de dispensar sobre a lei, e da iniqüidade fazer justiça corrigindo leis e trocando-as. Portanto, se aquelas coisas que eu faço para serem ditas não para serem feitas por homem, mas por Deus — O que pode você fazer me a não ser Deus? Novamente, se prelados da igreja eram por Constantino chamados de deuses e considerados como tais, eu então, sendo sobre todos prelados, tenho a impressão por esta razão de ser sobre todos deuses. Portanto, não maravilhei-vos se isto está em meu poder para mudar os tempos e momentos, para alterar e ab-rogar leis para dispensar em todos assuntos, sim com os preceitos de Cristo; por onde Cristo disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha, e censurou seus discípulos para não usarem alguma força material por vingança a si próprios, não fiz eu, papa Nicolau, escrevendo aos bispos da França, exortando-os a desembainharem suas espadas materiais? ... E ao passo que Cristo estava presente ele mesmo no casamento em Caná da Galiléia, não fiz eu, papa Martin, em minha distinção, inibindo o clero espiritual de apresentar-se nas bodas, e também de casar-se? Além disso, onde Cristo ordenou-nos empres- [315] tar sem esperança de lucro, não fiz eu, papa Martin, concedendo dispensações para o mesmo? O que devo eu falar dos assassinos, fazendo para não serem assassinos ou homicidas para matarem aqueles que foram excomungados? Do mesmo modo, contra a lei da natureza, também contra os Apóstolos, igualmente contra as regras dos Apóstolos, eu posso e faço dispensa; por onde eles, em suas regras, ordenam que o sacerdote por adultério deve ser destituído, Eu, através da autoridade de Silvestre, faço alterar o rigor daquela constituição, considerando tanto as mentes como também os corpos dos homens de agora de serem mais fracos do que eram naquele tempo. ... Se especificamos sumariamente para ouvir o número total de todos tais casos como propriamente acabam pertencer a minha dispensação Papal, qual chegou ao número de cinqüenta e um pontos, com quais nenhum homem pode intrometer-se mas somente eu mesmo exclusivamente, eu recitarei eles. [Aqui segue a lista.]

“Depois que eu tenho agora suficientemente declarado meu poder na terra, no céu, no purgatório, como grande é ele, e o que é a plenitude disso em ligação, exonerando, comandando, permitindo, elegendo, confirmando, dispensando, fazendo, e desfazendo, etc., Eu falarei agora um pouco de minhas riquezas e de minhas grandes possessões, para que cada homem possa ver minha riqueza e abundância de todas as coisas — rendas, dízimos, tributos; minha seda, minha púrpura, coroas, ouro, prata, pérolas, e jóias, terras, e domínios. Para minha honra pertence primeiro a cidade imperial de Roma; o palácio de Lateran; o reino de Sicília é próprio para mim; Apula e Capua são minhas. Também os reinos da Inglaterra e Irlanda, não são eles, ou eles não devem ser, tributários a mim? A estes eu junto também, em adição outras províncias e países, em ambos: o Ocidente e o Oriente, desde o norte até o sul, estes domínios pelo nome. [Aqui segue uma longa lista.] O que devo eu falar aqui de meus rendimentos diários, de meus primeiros frutos, anata, pálios, indulgências, bulas, confessionários, indultos, e rescritos, testamentos, dispensações, privilégios, eleições, prebendas, casas religiosas, e similares, quais alcançam notáveis somas de dinheiro? ... do que vantagens aquelas que chegam para meus cofres podem parcialmente ser conjeturadas. ... Mas o que [316] deverei Eu falar da Alemanha, quando todo o mundo é minha diocese, como meus canonistas fazem dizer, e todos os povos são compelidos a acreditar. Portanto, como eu comecei, assim eu concluo, comandando, declarando, e pronunciando, para ficar sobre necessidade de salvação, para cada criatura humana ser sujeita a mim.”

Isto é presumido por muitos hoje que estes motivos de orgulho do Papado pertencem somente ao passado distante, e que uma grande mudança tem vindo sobre aquele sistema em tempos posteriores; no entanto um pouco de reflexão e observação provam que estes sentimentos do Papado são ainda inalteráveis. Devemos ter em mente, também, que a constante reivindicação do Papado é que suas doutrinas são inalteráveis: que os decretos de seus papas são infalíveis; e que aqueles decretos, manifestam blasfêmias contra Deus, e perseguição contra seus santos, são até agora mantidos sagrados pela Igreja Católica Romana hoje em dia. A mudança no Papado é meramente a perda do poder trazida perto pelo despertar da Reforma. A vontade é possessiva, entretanto o poder para fazer é diminuído pelos progressos da ciência e liberdade em que a Bíblia tem sido o fator principal. O Anticristo está sendo gradualmente rendido e enfraquecido pelo verdadeiro Cristo — pelo “sopro de sua boca” — sua Palavra. Brevemente o radiante resplendor da presença de Emanuel completamente destruirá a vangloriosa imitação, e totalmente libertará o mundo das correntes de suas ilusórias pretensões e erros.

Para uma ilustração de pretensões dos últimos tempos, nota o fato que o presente papa, a partir da ascensão ao trono papal, tomou o título de Leão XIII, e logo depois subscreveu ele mesmo “Leo de tribus Juda” — isto é, “Leão da tribo de Judá”— um dos títulos do verdadeiro Cabeça. Certamente em reivindicações presunçosas, portanto, ele não está recuado daqueles que apoiaram o mesmo ofício durante a Idade Média.

O seguinte, chamado A Adoração, é ainda uma parte da cerimônia ligada com a instalação de um novo papa. O novo papa, vestido de branco, enfeitado com muitas pedras preciosas, e usando sapatos vermelhos com grandes cruzes douradas por dobras, é conduzido para o altar, onde ele ajoelha-se. Depois — “O papa levan- [317] ta-se, e usa sua mitra, é levantado pelos cardeais e colocado por eles sobre o altar do trono para sentar lá. Um dos bispos ajoelhados, e a canção do Te Deum [Nós louvamos te, ó Deus] inicia-se. Entrementes os cardeais beijam os pés, as mãos e a face do papa.” Uma moeda representando esta cerimônia, estampada na casa da moeda Papal, ostentando as palavras “Quem eles criam, eles adoram.”

Cardeal Manning, representante chefe do Papado na Inglaterra, endossa e atrai atenção pública para a seguinte cláusula da fé católica:

“Nós declaramos, afirmamos, definimos, e pronunciamos o necessário para a salvação, para cada criatura humana ser sujeita ao Pontífice Romano.” E num discurso publicado ele descreve o papa assim dizendo: “Eu reivindico para ser o Supremo Juiz e Diretor das consciências dos homens; do camponês que lavra o campo, e o príncipe que senta-se no trono; da casa que vive na sombra da solidão, e a legislatura que faz leis para reis. Eu sou o único, último, Supremo Juiz do que é justiça e injustiça.”

Seguramente, também observando a moderna instância do Papado de duras e bombásticas palavras de vaidade, devemos não negligenciar o notável decreto do Concílio Ecumênico, presidido em Roma em 1870 d. C., declarando a infabilidade do Papa. De fato, ela tem sido reivindicada agora e foi também no passado, pelos arrogantes papas, que eles eram e são infalíveis; e bispos e principles desejosos de lisonjear suas vaidades tinham virtualmente então pronunciado a eles, na declaração: “Tu és mais um deus, na terra”; mas ele permanece por um Concílio Papal neste culto século XIX para friamente e deliberadamente informar o mundo quão grande é este “deus na terra” — que ele é quase perfeito como o outro Deus nos céus; que ele não pode mais errar assim, como os outros humanos; que em sua ex cátedra de elocuções o papa é infalível — imperturbável.

O voto do concílio foi tomado no dia 13 de julho de 1870, e no dia 18 o decreto era formalmente promulgado, com cerimônia, na grande Catedral de São Pedro em Roma. A seguinte descrição do evento, pelo Dr. J. Cummings, de Londres, será lida com interesse. Ele disse: [318]

“O Papa tinha um grande trono erguido em frente da janela oriental na basílica de São Pedro, e exibiu-se num perfeito esplendor de pedras preciosas, e rodeado por cardeais, patriarcas e bispos em deslumbrantes vestes, para uma magnífica cena espetacular. Ele tinha escolhido a hora matinal e a janela oriental — para que o nascer do sol refletisse sua luz sobre sua magnificência, e pelos seus diamantes, rubis e esmeraldas foi tão refratado e refletido para que ele pudesse apresentar-se não para ser um homem, mas o que o decreto lhe proclama, um tendo toda a glória de Deus. ... O papa pôsse numa hora matinal na janela oriental, ... mas o sol recusou-se a ... brilhar. A escura alvorada escureceu rapidamente até a profundidade e profunda escuridão. O deslumbramento de glória não pôde ser produzido. Os idosos olhos do suposto Deus não podiam enxergar para ler através da luz do dia e ele tinha que apelar para as velas. Luz de vela também forçou muito seus nervos da visão, e ele passou a sobra da leitura a um cardeal. O cardeal começou de ler no meio e sempre enegrecido pela escuridão, mas não tinha lido muitas linhas diante de tal resplendor de fogo lúrido e de tal estampido irrompido do escuro céu como nunca igual antes em Roma. Terror caiu sobre todos. A leitura cessou. Um cardeal saltou trêmulo de sua cadeira, e exclamou. ‘Esta é a voz de Deus falando, os trovões do Sinai.’ ”

Entre as pretensões blasfemas do Anticristo deveria ser lembrado várias de suas doutrinas, particularmente a doutrina da Missa, qual noticiaremos em um subseqüente volume. Passando sobre a veneração dos santos e de Maria, notaremos ainda alguns dos mais graves erros.

A infabilidade da Igreja foi um dos primeiros, e abriu o caminho para outros. Ela tinha sido reivindicada antes do ofício do Papa ser aprovado. Ela tem sido o mais sério erro, e tem barrado o caminho contra o processo de retificar dos erros quando mais tarde descobertos. Ela tem estabelecido os decretos dos concílios da Igreja depois da contribuição ou interrogatório, ambos pela razão ou pelas Escrituras, e tem feito a ignorância humana, fraquezas e concepções errôneas aos estandartes da fé em lugar da palavra de Deus — a Bíblia; Pois uma vez concedido que a voz do concílio da Igreja era infalível (imperturbável), tudo fora forçado a conformar- [319] se a isso; e cada concílio sentia limites para não apresentar decisões contrárias a precedentes concílios; e aqueles que fizessem de outra maneira estariam sujeitos de serem repudiados. Então um erro uma vez que confirmado não poderia ser negado nem ainda derrubado, e a Bíblia e a razão haviam de ser interpretados e torcidos para igualar os infalíveis decretos de homens falíveis. Não é de admirar que foi estabelecido que isto precisava um teólogo muito experto para interpretar as Escrituras, como também para fazer concordarem, com os assim chamados decretos infalíveis. Não surpreende-se um e outro que, a partir da oportunidade, o Anticristo —

Proscreveu a Bíblia. A história do Papado demonstra claramente que, enquanto professa a reverenciar a Bíblia como a Palavra de Deus, ele tem mantido-a na obscuridade e suas próprias palavras infalíveis na frente. Não só por isto, mas ele tem proscrito a Palavra de Deus inteiramente, como inadequada para ser lida e perigosa para o povo, para que sua própria palavra infalível pudesse ter complete controle. Ele sabia bem que a Bíblia era perigosa para seu poder, e uma constante denúncia de suas pretensões blasfemas.

Nos dias do poder Papal, a posse ou leitura da Bíblia pelas pessoas foi tratada como uma ofensa criminosa. A arte gráfica, e a ação de imprimir e o geral restabelecimento da aprendizagem resultando disto, em volta do século XVI, garantiu a ressurreição da Bíblia desde o sepulcro de linguagens mortas onde o Anticristo tinha por longo tempo mantido escondido, proibindo a tradução dela sob severas penalidades. E quando um despertado espírito da independência começou de espalhar as Escrituras em vivas linguagens entre o povo, queima de Bíblias não foi uma coisa incomum; e longas e berrantes foram as impiedosas maldições que saiam desde o Vaticano contra os presunçosos pecadores que tinham a ousadia de traduzir, publicar, ou ler a Palavra de Deus.

Quando Wycliffe publicou sua tradução, Papa Gregório enviou uma bula papal para a Universidade de Oxford condenando o tradutor como “caindo num detestável tipo de perversidade”. A tradução de Tyndale foi também condenada; e quando Lutero publicou sua tradução em alemão, o Papa Leão X editou uma bula [320] contra ele. Contudo, o trabalho andou grandemente e desenvolvia-se firmemente: a Bíblia estava para ter uma completa ressurreição, e estava destinada a emitir luz sobre povos de todas nações e línguas. Lentamente a Igreja de Roma chegou a realizar isto, e resolveu, portanto, permitir a tradução das Escrituras para linguagens modernas, por tradutores católicos, acompanhados com comentários católicos. Estas Escrituras, todavia, não eram para serem dadas ao povo, exceto onde estava o perigo dos seus receberem as traduces dos protestantes. A tradução de Rhemish declara isto.

O seguinte demonstra o caráter de algum dos Comentários da tradução de Rhemish — qual, entretanto, estava nos recentes anos sendo assumida pela tradução de Douay, muito similar, mas com menos referências de comentário. Um comentário em Mateus. 3 lê-se: “Heréticos podem ser punidos e eliminados; e podem, e devem, pela autoridade pública, seja espiritual ou mundana, ser castigados ou executados.” Gal. 1:8 lê-se: “Católicos não devem poupar seus próprios parentes, se forem heréticos.” Aos Heb. 5:7 o comentário lê-se: “Os tradutores da Bíblia protestante devem ser mudados para as profundezas do inferno.” E no Apocalipse 17:6 o comentário lê-se: “Mas o sangue de protestantes não é chamado o sangue dos santos, não é mais do que o sangue de ladrões, homens assassinos, e outros malfeitores, pelo derramamento do qual, por ordem da justiça, a comunidade não deve responder.”

O seguinte são algumas das restrições impostas quando foi descoberto que a leitura da Bíblia não poderia ser totalmente impedida. O quarto regulamento do Index Espurgatoris diz:

“Se qualquer um deve ter a presunção de ler ou possuir a Bíblia sem permissão escrita, não deve receber absolvição até que ele tenha primeiro entregado tal Bíblia ao superior eclesiástico. Livreiros quem devem vender ou por outro lado disporem de Bíblias no idioma comum, aquelas pessoas que não tendo tal permissão devem perder o direito do valor dos livros, ... e serem submetidas pelo bispo a tal e outras penalidades como o bispo [321] deve julgar propriamente dito, correspondendo à qualidade da ofensa.”

Disse o Concílio de Trento, em sua sessão no ano 1546 d. C.: “Na ordem de restringir as mentes petulantes, o concílio decretou que em matérias de fé e princípios morais, e por mais que relate ao sustento da doutrina cristã, ninguém, confiando em seu próprio julgamento, deve de atrever-se para torcer as Escrituras Sagradas para seu próprio entendimento delas, contrário ao qual tem sido mantido, e até agora é mantido, pela santa mãe Igreja, cujo direito é para julgar o verdadeiro significado.”

Desde a bula de Pius VII, contra Sociedades Bíblicas, emitida em 29 de junho de 1816, para o Primaz da Polônia, citamos:

“Temos sido exatamente chocados com este mais decisivo artifício, pelo qual as muitas fundações de religião são enfraquecidas; e tudo, porque da grande importância do assunto, conferida no concílio com nossos irmãos veneráveis, os cardeais da sagrada Igreja Romana, nós temos, com o maior cuidado e atenção, deliberado sobre a própria medida para ser adotada pela nossa autoridade pontifical, em ordem para remediar e abolir esta pestilência tanto quanto possível. ... De nosso próprio acordo você já tem demonstrado um ardente desejo para detectar as maquinações ímpias destes inovadores; já, em conformidade com nosso ofício, nós novamente e novamente exortamos você que por mais que você pode realizar pelo poder, provido pelo concílio, ou realizado pela autoridade, vocês dia a dia executem com a máxima seriedade. ... A Bíblia imprimida por heréticos é para ser incluída entre outros livros proibidos, conformemente com as regras do Index.”

O mesmo papa, no ano 1819, emitiu uma bula contra o uso das Escrituras nas Escolas da Irlanda. Da qual citamos:

“A informação tem atingido os ouvidos da sagrada congregação que Escolas Bíblicas, apoiados pelos recursos dos heterodoxos, têm sido estabelecidas em quase toda parte da Irlanda; nas quais as inexperiências de ambos sexos são investidas com o veneno fatal de doutrinas depravadas. ... Cada possível esforço deve portanto ser feito, para manter a juventude longe destas escolas destrutivas. Fazeivós o trabalho com toda a vossa força para proteger dos [322] ortodoxos a vida da juventude corrompida por eles — um objetivo qual desejo, eu espero, ser facilmente efetuado pelo estabelecimento de escolas católicas por toda vossa diocese.”

Aqui nós temos uma sincera admissão do real objetivo do estabelecimento de escolas paroquiais católicas na Grã Bretanha e América do Norte, isto é: para proteger suas linhas. Anticristo não tem outro objetivo em oferecer educação para o povo. Ignorância e superstição são baluartes do Papado; e os séculos de seu poder, incluindo o que é conhecido como a “Idade Média”, prova isto. A educação do clero sob “restrições” não era negligenciada; mas, que nenhuma provisão era feita para a educação do povo, a densa ignorância de todos velhos países católicos romanos é a forte prova. Escolas e Bíblias têm sempre sido intoleráveis inimigos do Anticristo, e não podiam ser toleradas, exceto quando tornarem-se necessárias — sobre quais uma falsa luz é difundida para a preservação da existência do Anticristo.

De uma bula por Leão XII para o clero católico romano da Irlanda, no ano de 1825 d. C., citamos:

“Isto não é segredo para vocês, irmãos veneráveis, que uma certa Sociedade Bíblica, está audaciosamente espalhando-se por todo o mundo. Depois desprezando as tradições dos santos padres, e em oposição para o bem conhecido decreto do Concílio de Trento, esta sociedade tem ajuntado todas suas forças, e dirige todos os meios para um objetivo: para a tradução, ou melhor para a perversão, da Bíblia para as linguagens vernáculas de todas nações.”

Até o Papa Pio IX expressou sua angústia de coração no triunfo em todos os lados deste grande inimigo do Anticristo — a Bíblia. Ele disse: “Malditas são aquelas muito astutas e enganosas sociedades chamadas Sociedades Bíblicas, que empurram a Bíblia para dentro das mãos dos jovens inexperientes.” De fato, isto estava decretado no Plenário do Concílio Católico Romano de Baltimore, em 1886 d. C., que a Bíblia aprovada deve ser permitida nas escolas católicas dos Estados Unidos. Isto, no entanto, não mostra mudança no real sentimento do Anticristo;  [323] isto é todavia outro golpe de sua diplomacia perspicaz, em diferença do espírito de liberdade neste país, qual sente nojo a tal restrição. Eles bem sabiam, neste ínterim, que a liberdade e não a Bíblia era desejada; e inquiriu descobrimentos que agora, dois anos depois, a Bíblia não é para ser encontrada, nas escolas católicas por aqui.

A doutrina da natural, inerente imortalidade do homem (que uma existência humana uma vez que começou nunca pode cessar) foi outro erro frutífero, emprestado da filosofia grega. E, sendo admitida, ela deixa naturalmente à conclusão que se existe deve continuar eternamente, então as expressões bíblicas concernentes à destruição dos finalmente obstinados pecadores, a segunda morte, etc., deve ser construída para significar o oposto de o que eles disseram, isto é: vida eterna, em alguma condição. Em seguida, isto foi fácil para decretar que para os maus deve ser uma vida de sofrimento; e os tormentos eram freqüentemente pintados sobre as paredes das igrejas, tanto como pelas palavras zelosas de padres e monges. Este erro era muito facilmente estampado sobre convertidos, porque filósofos gregos (então os líderes do mundo em matérias de ciência, religião, e filosofia — cujas idéias, como Josephus demonstrou, tinham igualmente começado a colorir o judaísmo) tinham por longo tempo apoiado e ensinado uma punição para os maus após a morte. Para seu crédito, no entanto, notou-se que eles nunca rebaixaram-se a blasfêmias terríveis do caráter e governo de Deus ensinado ao mundo pelo Anticristo. Logo, estava em ordem para fixar um lugar a este tormento e chamá-lo inferno, e de buscar passagens das Escrituras referindo-se a sheol, hades e gehenna que descrevem o real salário do pecado — a primeira e a segunda morte — e destramente para aplicar estes e as parábolas do nosso Senhor e os símbolos do Apocalipse, assim como para iludir a si mesmos e o mundo inteiro neste assunto e o mais gravemente para difamar e blasfemar o caráter e plano de Deus, nosso todo sábio e gracioso Pai celestial.

Purgatório foi introduzido, para aliviar e fazer tolerável esta terrível dose de doutrina, e por outro lado para dar ao Anticristo um firme apoio sobre o povo. Ele alegou que possuía as chaves do céu [324] e do inferno e que tinha poder para diminuir ou perdoar as penas do purgatório: não somente a penalidade adâmica, e as fraquezas herdadas por meio disso, mas também as penalidades de voluntariosos e deliberados pecados. Que grande ação de poder isto deu, sobre um povo ignorante, pode ser facilmente imaginado — especialmente quando os imperadores e os mais importantes e grandes homens da terra reconheceram e curvaram-se diante do impostor.

Missas pelos mortos seguiram; e ricos, e pobres igualmente sentiram o dever de pagá-las, e liberalmente, também, de ter estas. A eficácia das missas, para o alívio dos sofrimentos relativos ao purgatório, é afirmada de ser onipotente — assim que Cristo nem o próprio Jeová não podem interferir nisto. Isto tornou-se uma fonte de grande renda para o Anticristo; porque os padres não tardavam de trazer à memória aos que estavam para morrer, se ricos, para que deixassem legações liberadas, para missas por eles mesmos — para que aqueles que herdariam suas riquezas, não abandonassem essa causa. E, de fato, no espaço deste ano advertências similares da mesma espécie apareceram nos jornais católicos, recomendando com insistência para que menos dinheiro fosse gasto com os funerais e flores, afim de que a maior quantidade de dinheiro pudesse ser gasto em missas a favor dos mortos.

Indulgências entraram, algumas vezes antes das “cruzadas”: sabemos que indulgências foram oferecidas, como um prêmio, para afiançar voluntários para estas “Cruzadas” ou “expedição military de caráter religioso que se fazia na Idade Média, contra hereges ou infiéis”. Pelo édito Papal, qualquer que se empenharia em combate nestas guerras santas não tão-somente teria perdão dos pecados passados, mas também merecimento para compensar pecados futuros; e portanto estaria garantido contra certos sofrimentos relativos ao purgatório. Estas indulgências, católicas romanas diziam-nos, não são designadas para serem licenças para cometer pecados, mas são gratificação do mérito qual compensa ou cancela um certo número de dias ou anos de agonia relativa ao purgatório: visto que se um homem de pecados fazer-se responsável por mil anos de sofrimento, e ele, em um tempo, ou em vários tempos,  [325] segurar indulgências até a soma de mil anos, tampouco pelo dinheiro, ou por serviços prestados ao Papado, ou pelas penitências feitas, estará livre; se tinha para seu crédito novecentos anos de indulgências, ele deveria de suportar cem anos de sofrimentos; e se indulgências forem calculadas para em grande parte prevalecerem suas penalidades, ele provavelmente seria considerado um santo, de especial influência no céu, para ser rogado e adorado. Desta ordem Luiz, rei da França, que organizou e chefiou a Cruzada, seria um exemplo. Ele foi canonizado, e é agora adorado e rogado como São Luiz.

Existe de fato uma diferença entre este ponto de vista de Indulgências e uma licença para cometer pecados; e agora ela é muito desprezada; Pois o Papado anexou a vários pecados comuns uma certa quantia de sofrimentos, e não somente poderiam pecados passados serem desta maneira compensados e cancelados, mas também aqueles que tinham motivo para pensar que eles poderiam cometer certos pecados, no futuro, poderiam neste caso providenciar antecipadamente méritos para cancelá-los. Comparado com isto, algumas, chamadas “plenárias [completas e inteiras] indulgências”, eram certamente compreendidas para cobrir todos pecados, passados e futuros, isto é, pecados já cometidos e também aqueles a serem cometidos.

A prática ainda hoje em dia parece raramente acreditável. Romanistas têm certas rezas, das quais a repetição constitui um fundamento para indulgências por um limitado período; e muito em conjunto, pretenderiam, proteger-se do castigo por um longo tempo. Portanto, aqueles que disseram: “Saudação, Santa Rainha” foram outorgados quarenta dias de indulgência, enquanto para dizer a “Litania da Santa Virgem” existe uma indulgência de duzentos anos; e para aqueles que disserem: “Abençoada será a santa, imaculada e mais pura concepção da Vigem Maria” cem anos de indulgência é concedido, etc., etc. Na “Idade Média”, em que as indulgências foram livremente oferecidas por dinheiro e por serviços na perseguição de infiéis e heréticos, pode facilmente ser imaginado até que corrupção esta doutrina blasfematória conduziu.

Para crimes geralmente cometidos pelos ricos; aqueles que po- [326] diam pagar liberalmente, penalidades máximas eram fixadas, enquanto as violações comuns da justiça muito comum entre as classes pobres, eram ligeiramente perdoadas. Desta maneira, casamento de primos irmãos custava $5,000, enquanto o assassinato de esposa ou parricídio custava somente $20. Spanheim disse: “A instituição da Indulgência foi a fonte de invenção que cunhou dinheiro para a Igreja Católica Romana; a mina de ouro para os devassos sobrinhos e filhos naturais dos papas; a ousadia das guerras Papais; os recursos para liquidar dívidas, e a inexaurível fonte de luxurias para os papas.”

Para regular este tráfico uma graduada escala de penalidades foi fixada para vários pecados — tantos dias ou anos no purgatório para cada um; e uma escala de preços foi também arranjada para corresponder, para que aqueles que obteriam indulgência para um assassinato ou um furto, para infanticídio, ou adultério, ou perjúrio, ou outros pecados, pagariam preços diferentes, isto é segundo a tarefa. Por esta forma punições eram canceladas e os tormentos do purgatório aliviadas ou cancelados, na vontade dos agentes do Anticristo. Não podemos surpreender-se que o povo rapidamente chegou a entender quanto dinheiro devem pagar por tanto pecado.

Até tal grau o crime foi aumentado por estas indulgências, que a indignação das melhores classes da sociedade ficou estimulada a rebelião contra a Igreja. Os olhos dos povos começaram a abrir-se, e eles viram o clero, desde os altos dignitários da igreja até a mais baixa ordem de oficiais, envolvidos em iniqüidade.

Como a hora escura precede a tempestade, assim exatamente o grande movimento de Reforma foi, moralmente, a hora escura do escuro reino do Anticristo. Lá o aberto e vergonhoso tráfico em indulgências produziu náusea, e persuadiu Lutero e outros zelosos papistas para questionar e examinar o sistema inteiro, em seus ambos aspectos: o moral, e mais tarde o doutrinal. Finalmente, Lutero descobriu a verdadeira idéia — que o Papado era realmente o Anticristo. E, tendo descoberto isto, ele intrepidamente apontou alguns dos símbolos do Apocalipse, e exibiu sua sensibilidade e parcial cumprimento na Hierarquia Papal. [327]

Neste assunto citamos o seguinte desde o estilo literário do bem conhecido clérigo, Lyman Abbott. Ele diz:

“Entre outras condições, pelas quais indulgências foram outrora concedidas mais do que agora, estava a contribuição de dinheiro para a Igreja. Este tráfico alcançou seu apogeu no começo do século XVI, sob Leão X, quem publicou indulgências para todos que contribuiriam para a construção da Catedral de São Pedro em Roma. Seu único principal agente para a venda de indulgências na Alemanha foi John Tetzel. Os notários vícios de Tetzel não impediam-no de ser escolhido como o transportador destes perdões para outras simples almas, e nenhuma extravagância parecia-lhe muito grande, para que trouxesse dinheiro para seus cofres. Ele declarou que a cruz vermelha, qual acompanhou-o onde quer que ele andava, tinha tão grande eficácia como a cruz de Cristo — que não existia pecado tão grande que ele não pudesse remitir. ‘Indulgências salvavam não os vivos apenas, elas também salvavam os mortos. No mesmo momento que o dinheiro toca nos fundos da caixa, a alma escapa do Purgatório e voa livre para os céus.’ Tais foram algumas de suas declarações blasfemas. Uma regular escala de preços estava estabelecida. ‘Poligamia custava seis ducados; sacrilégio e perjúrio, nove; homicídio, oito; feitiçaria, dois.’ Era isto tráfico indecoroso e aberto qual, mais do que qualquer outra coisa, induziu à Reforma. Indulgências continuaram sendo concedidas, não somente pelos atos de adoração, mas também pelas contribuições em dinheiro para a Igreja; mas a venda pública e aberta de indulgências está agora banida, na maioria dos casos, da Igreja de Roma.”

Outro escritor citou mais adiante a linguagem de Tetzel, deste modo:

“Aproximai-vos a mim e eu darei vossas cartas devidamente seladas, pelas quais certamente os vossos pecados que futuramente desejareis cometer devem ser todos perdoados a vocês. Não existe pecado tão grande que a indulgência não possa remitir. Pagai, somente pagai abundantemente e vocês serão perdoados. Vós sacerdotes, vós nobres, vós negociantes, vós esposas, vós donzelas, vós jovens, ouvi os vossos mortos parentes e amigos, que clamam [328] por vocês desde abismos insondáveis, ‘Nós estamos sofrendo tormentos horríveis; um pequeno donativo nos libertaria. Vocês podem dá-lo, vocês não?’ Com dez vinténs você pode libertar seu pai do purgatório. Nosso Senhor Deus por longo tempo não negociará com nós como Deus — Ele tem dado poder ao Papa.”

O seguinte abaixo é transmitido como uma cópia dos espaços em branco das quitações ou recibos usados por Tetzel — preenchidos com o nome do comprador, sem pecados, etc.:

“Nosso Senhor Jesus Cristo te tem em mercê, ... e absolve-te pelos méritos de seus mais sagrados sofrimentos. Eu, em virtude do poder Apostólico confiado a mim, absolvo-te de tudo. ... excessos, pecados e crimes que tu podes ter cometido, por mais que grandes e enormes eles sejam, e de qualquer tipo, ... Eu remito os sofrimentos que tu tens tido para suportar no purgatório, ... Eu restauro te à inocência e pureza do teu batismo, para que no momento da morte, os portões do lugar de tormento sejam fechados diante de ti, e os portões do paraíso abertos para ti. E se eu tiver vida longa, esta graça continuará imutável até o tempo do teu fim. No nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Amém. O irmão, João Tetzel, comissário, tem escrito isto com sua própria mão. ———.”

Como para o imediato presente não podemos dizer, no entanto sabemos que, apenas poucos anos depois que, imprimiram indulgências com preços fixados estavam postas à venda, nas mesas, em algumas, das grandes Igrejas Católicas Romanas do México e Cuba.

“Também lhe foi Permitido fazer Guerra aos Santos,

e Vencê-los”; — “e Consumirá os

Santos do Altíssimo”.

Fez a papal imitação do reino presidindo e exercendo poder sobre os verdadeiros consagrados filhos de Deus, e vencia-os — consumindo-os por um longo período de opressão, ou esmagandoos, como o texto hebraico, deduz? Respondemos, sim: tudo, o que pode-se pensar era empregado para esmagar o próprio espírito do verdadeiro cristianismo (João 8:36; Gal. 5:1; 2 Cor. 3:17), e para [329] assumir o espírito, as doutrinas, e as formas do Anticristo. Isto foi primeiramente menos de um ataque aberto sobre fiéis do que de uma lenta, persistente, esmagadora opressão, procedendo mais particularmente com professores antagônicos, e desgastando a paciência e também a fé de muitos. Esta persistente preocupação, e desgaste, estão bem ilustrados na instituição do Confessionário, no qual o Anticristo não somente toma conhecimento de cada criticismo e cada palavra de oposição a aquele sistema, pronunciado no ouvido de uma confissão, mas também sob ameaças de futuras penalidades compelindo-o a confessar e arrepender-se de algum pensamento oposto ou atos de si próprio. Isto, também, foi tão logo apoiado pelos poderes civis que para proferir algum protesto contra a Igreja poderia ser analisado como traição contra o poder civil, qual estava sustentado pela autoridade papal.

Na primeira expansão da exaltação papal, o povo como um todo eram nominalmente membros da igreja ou então pagãos; e todos aqueles que professavam Cristo eram esperados para adaptar-se aos costumes e regulamentos da gradualmente auto-exaltada hierarquia. Erro, sempre é mais popular do que a verdade, quando elevado à influência e ao poder, perseguiu até a morte, proscrevendo e fazendo desacreditar a verdade, e todos aqueles que defendiam a verdade. Este foi o tempo em que, como ilustrado no Apocalipse, a verdadeira Igreja (a mulher) fugiu para o deserto — para a solidão (Apoc. 12:6) — como pária por causa da sua fidelidade à verdade, e ao verdadeiro Senhor e Cabeça da Igreja. Nesse tempo, em que apóstatas estavam sendo exaltados como príncipes, os verdadeiros, humildes santos estavam experimentando aquilo que o Senhor tinha advertido-lhes, que todos os que querem viver piamente (neste tempo atual), esperam, a saber, perseguição. O homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra, e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa: Poderia algo ser formulado de mais provável para esmagar ou consumir os santos do Altíssimo do que tal procedimento, persistindo por séculos? [330]

Para ganhar uma idéia da ferocidade e implacabilidade desta perseguição, devemos novamente voltar às páginas da história.

As perseguições dos cristãos sob Roma Pagã não são notáveis em comparação com aquelas sob Roma Papal, sendo menos freqüentes, mais limitadas na extensão e muito menos severas. Isto é declarado, na autoridade dos cristãos primitivos, que a maioria dos magistrados romanos que exerciam nas províncias a autoridade do imperador, ou do senado, e em cujas mãos estava o poder da vida e morte, comportavam-se como homens de estilo refinado, educação e cultura geral, que respeitavam os regulamentos da justiça. Eles freqüentemente declinavam os serviços odiosos de perseguição, recusavam acusações formais contra os cristãos com desprezo (como Pilatos e Herodes tentaram para fazer no caso do nosso Senhor — Luc. 23:14-16, 20, 22; Mat. 27:24), ou sugeriam para cristãos acusados alguma evasão legal. Quando possível, eles usavam seus poderes muitas vezes para o alívio, do que para a opressão dos cristãos e os tribunais pagãos estavam freqüentemente garantindo refúgio contra seus acusadores judeus.* A Perseguição cruel sob o execrável tirano Nero, quem queimou alguns dos cristãos para afastar suspeita pública de si mesmo, constituindo uma das mais escuras páginas na história da Roma Pagã; entretanto suas vítimas foram comparativamente poucas. As vítimas da perseguição pagã não foram geralmente em comunidades, mas proeminentemente individuais. Estas perseguições dos principais representantes, todavia, não eram tanto fixadas, determinação persistente de oposição na parte do governo como um resultado de incontrolável clamor popular, estimulado pela superstição, que pareceu para os governos necessária de satisfazer no interesse da paz e ordem. Alguns exemplos ilustrativos disto são encontrados na carreira do apóstolo Paulo, tão bem como de outros Apóstolos. — Ver. At. 19:35-41; 25:24-27; 26:2, 3, 28. Ainda muitas persegui- [331] ções gerais, sob os impérios romanos, continuavam apesar de períodos curtos, exceto aquela sob Diocleciano, qual continuou com variada severidade por dez anos. Entre estas perseguições houve muitas vezes períodos longos de paz e sossego. Sob os impérios, embora grandemente fustigado, o cristianismo não foi abatido, mas, como temos observado, ele grandemente prosperou.

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*Gibbon, Vol. II, páginas 31-33.

Quão diferente das perseguições do Papado, qual perseguiu e prendeu não tão-somente os proeminentes opositores mas também todos, e cujas perseguições duravam não por uns poucos meses somente, mas incessantemente! Que sob imperadores pagãos tinha sido uma passagem de raiva ou frenesi, sob os papas estava reduzida a um sistema regular, animado por fanatismo religioso, e ambição integrante — também inspirada com um zelo satânico, energia, e crueldade, sem paralelo nos anais da história. Igreja apóstata pôs de lado a espada do Espírito, e, agarrando-se ao braço do império, voltou suas armas carnais com implacável fúria sobre cada débil oponente no caminho de sua ambição; enquanto ele cortejou, persuadiu com lisonjas, exaltou e enganou aqueles que tinham autoridade até ganhar sua confiança e usurpar seu lugar e poder.

Ambos paganismo e heresia então tornaram-se as causas de perseguição — especialmente o último. O assim chamado clero cristão, disse Edgar, “desviando as leis da teocracia judaica, e as transações dos anais judaicos, para os não cristãos e vis propósitos de despertar a perseguição do demônio contra os restos modelados de superstições [pagãs] gregas e romanas. ... Eles dissolveram o velho sistema de politeísmo e transferiram suas rendas para o uso da Igreja, do Estado e do exército. ... Gentilismo foi expelido desde o território romano. ... Coerção em geral foi substituída por convicção, e terror em vez de Evangelho. Um rubor para ler de um Symmachus e um Libanius, dois oradores pagãos, rogando por razão e persuasão na propagação da religião, enquanto Teodósio e um Ambrósio, um imperador cristão e outro um bispo cristão, urgem violência e constrangimento. [332]

Sob a ascensão de Constantino ao poder supremo de Roma, ele estava inclinado para tolerar todas religiões, como era demonstrado pelo celebre édito de Milão, qual concedia liberdade religiosa a todo indivíduo do Império Romano. Tal medida devia ter sido saudada com alegria pela Igreja cristã, qual tinha tão grande distância da liberdade sob prévias perseguições; mas tal não foi o caso. O verdadeiro espírito do cristianismo tinha passado, e assim sendo a ambição da igreja era de exaltar-se tão rapidamente como possível, pelo esmagamento de cada centelha de liberdade e subjugação de todas as coisas a si mesmo. Conformemente, disse Gibbon,* “Os ministros eclesiásticos de [Constantino] prontamente planejaram de reduzir a imparcialidade do magistrado, e para despertar o zelo do prosélito; ... e ele extinguiu a esperança de paz e tolerância, a partir do momento que ele reuniu trezentos bispos dentro do palácio.” O imperador estava lá persuadido para declarer que aqueles que resistiam ao julgamento deste corpo clerical nas matérias de fé deveriam preparar-se para imediato exílio. E que as suas decisões fossem declaradas serem de autoridade divina. Este espírito de intolerância prontamente amadureceu nas perseguições cruéis e implacáveis. Constantino emitiu duas leis penais contra a heresia, e seu exemplo foi seguido por sucessivos imperadores — Valentiniano, Graciano, Teodósio, Arcádio, e Honório. Teodósio publicou quinze, Arcádio doze, e Honório não menos que dezoito destes estatutos. Estes estão registrados nos códigos Teodosiano e Justiniano, para a desgraça de seus autores sacerdotais e imperiais.

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*Gibbon, Vol. II, pp. 31-33.

O que foi agradável ao Anticristo de chamar heresia (muito do que era verdade e retidão e empenhados para apoiar um fundamento) fora classificado como mais maligno do que infidelidade, e ambos eram antagônicos aos reis, imperadores, e teólogos; e ambos eram perseguidos, especialmente aqueles que [333] eram chamados heresia, pela Inquisição. Quando, sobre o começo do século 13, veio uma revivificação da ciência, e os homens começaram acordar do sono e transtornar sonhos da “Idade Média”, aqueles de cujas mentes a verdade não tinha sido inteiramente erradicada foram estimulados, e o estandarte da verdade foi levantado em oposição aos grossos erros do Anticristo. Então o perseguidor espírito do Anticristo atiçou-se para furiosa ação, para esmagar a oposição.

Reis e Príncipes que estremeciam pela segurança de suas coroas, se eles de algum modo ou grau incorressem no desagrado do papa, cujos reinos poderiam ser postos sob uma interdição terrível, se eles ou seus povos recusassem a render absoluta obediência aos mandos do papa, tinham de prestar juramento para exterminar a heresia, e foram prevenidos de purificar suas províncias da perversidade herética, sob o castigo de serem seus domínios arrancados deles; e aqueles barões que negligenciavam de ajudar no trabalho de perseguição perdiam por causa da negligência suas possessões. Reis e príncipes, portanto, não tardavam em seus esforços para sujeitar-se aos mandatos do Papado, e os barões e seus partidários estavam em serviço dele, para ajudar no trabalho de destruição.

Ainda antes que este despertasse, já no ano 630 d. C., o Concílio de Toledo compeliu o rei da Espanha, em sua ascensão ao trono, a prestar juramento para não tolerar assuntos heréticos nos domínios espanhóis; e foi declarado que o soberano que violasse tal juramento “seria amaldiçoado diante do Deus eterno, e se tornaria o combustível do fogo eterno”. No entanto a importância horrível de tal pretensão foi muito mais completamente realizada quando o despertar começou, e quando o Anticristo tinha obtido o máximo de seu poder.

O concílio de Oxford em 1160 consignou uma companhia de valdenses, que tinham emigrado de Gascony para a Inglaterra, à auto- [334] ridade secular como castigo. Em conformidade, Rei Henrique II ordenou para que eles, homens e mulheres, fossem publicamente açoitados, marcados na face com um ferro em brasa, e levados, seminus para fora da cidade no rigor do inverno; e a ninguém estava permitido mostrar-lhes piedade ou conceder-lhes um pequeno favor.

O imperador Frederico, da Alemanha, em 1224 d. C., sentenciou hereges de todas classes, a serem queimados vivos, suas propriedades à confiscação, e suas posteridades, a não ser que eles tornassem-se perseguidores, à infâmia. Luís rei da França, em 1228, d. C., publicou leis para a extirpação da heresia, e reforçou suas execuções para exterminar os hereges. Ele forçou Raimundo, Conde de Toulouse, para encarregar-se da exterminação da heresia a partir de seus domínios sem poupar amigo ou vassalo.

Desde as primitivas intromissões do poder qual pouco a pouco desenvolveu-se em sistema papal, resistência foi feita; todavia aquela resistência foi oferecida somente por uns poucos fiéis, cuja influência fez pequena impressão no esmagador fluxo de interesse pelos assuntos mundanos que derramaram-se sobre a Igreja. Gradualmente, como discerniram o erro, alguns quietamente afastaram-se da grande apostasia, para adorar Deus de acordo com os ditames da consciência, mesmo à risco de perseguição. Notáveis entre estes estavam alguns, mais tarde chamados Valdenses, Albigenses, Wycliffitas, e Hugüenotes. Estes, ainda que chamados com nomes diferentes tinham, na medida em que podemos julgar, uma origem comum e uma fé comum. “Valdesianismo,” disse Rainerous (3, 4), o notável Inquisidor do século XIII, “é a velha heresia; existente, de acordo com alguns, a partir dos dias do [papa] Silvestre, e de acordo com outros, desde os dias dos Apóstolos”. Silvestre foi papa quando Constantino era imperador e reconheceu o cristianismo; e deste modo vemos que a verdade não estava sem seus aderentes desde o princípio, quais, ainda que humildes e impopulares firmemente resistiram ao Papado e as doutrinas papais [335] do purgatório, adoração de imagens, invocação de santos, adoração da Virgem Maria, reza pelos mortos, transubstanciação, celibate do clero, indulgências, missas, etc., e romarias descoroçoadas, festivais, a queima de incenso, sepultamento religioso, o uso de água-benta, vestes sacerdotais, monarquismo, etc., e afirmaram eles que os ensinamentos das Escrituras Sagradas deveriam ser recebidos, em oposição às tradições e reivindicações da Igreja de Roma. Eles consideraram o papa como o cabeça de todos os erros, e reivindicavam que a remissão dos pecados é obtida através dos méritos do Senhor Jesus, somente.

A fé e as obras deste povo tinham rumo para Reforma, e um protesto contra o erro, por longo tempo antes dos dias de Lutero; e eles, e outros opositores do catolicismo eram procurados e detestados e perseguidos com impiedosa fúria, por emissaries papais. Os valdenses e albigenses eram os mais numerosos corpos de protestantes contra o Papado; e quando o despertar literário do décimo terceiro século veio, foi principalmente a partir destes que a verdade resplandeceu, ainda que refletiu e intensificou em elocução por Wycliffe, Huss, Lutero, e outros. E suas doutrinas, eram apoiadas pela simplicidade e moralidade, brilhou com o grande esplendor em contraste à pomposo orgulho e imoralidades flagrantes do então exaltado Papado.

Então isto foi que papas, concílios, teólogos, reis, cruzadas, e Inquisidores combinaram seus diabólicos poderes para exterminar cada oponente, e extinguir os tênues raios da luz da aurora. Para Inocêncio III primeiro enviou missionários para os distritos nos quais as doutrinas dos albigenses tinham ganhado posição segura ou estabelecida, para propagar o catolicismo, trabalhos milagrosos, etc., mas achando estes esforços inúteis, proclamou uma cruzada contra eles e ofereceu a todos que se empenhariam nisto o perdão de todos os pecados e um imediato passaporte para os céus sem passar pelo purgatório. Com ampla fé no poder do papa para entregar a prometida recompensa, quase um milhão de povos — franceses, alemães, e italianos — reunidos ao redor do símbolo da [336] cruz, para a defesa do catolicismo e a extinção da heresia. Então seguiu-se uma série de batalhas e cercos cobrindo um espaço de vinte anos. A cidade de Beziers foi atacada e tomada em 1209, e os cidadãos, sem respeito a idade ou sexo, pereceram pela espada em número de sessenta mil, como relatado por vários historiadores. O sangue daqueles que fugiram para as igrejas e foram assassinados lá pelos expedicionários das cruzadas, encharcou os altares e fluía pelas ruas.

Lavaur foi sitiada em 1211. O governador foi enforcado, e sua esposa foi jogada para dentro de um poço e coberta com pedras. Os cidadãos foram sem discriminação postos à morte, quatrocentos sendo queimados vivos. A próspera região de Languedoc ficou devastada, suas cidades queimadas, e seus habitantes removidos à distância pelo fogo e espada. Isto é estimado que cem mil albigenses caíram num dia; e seus corpos foram amontoados em pilhas conjuntas e queimados.

Todos estes crimes sanguinários e vilanias eram feitos no nome da religião; declaradamente para glória de Deus e honra da igreja, mas realmente para apoiar o Anticristo, assentado no santuário de Deus [a igreja], apresentando-se como Deus — um poderoso único — capaz de conquistar e destruir seus inimigos. O clero agradecia a Deus pela obra de destruição, e um hino de louvor a Deus pela gloriosa vitória em Lavaur fora composto e cantado. O massacre terrível em Beziers fora contado com o “visível julgamento dos céus” na heresia do albigensianismo. Os expedicionários das cruzadas assistiram missas solenes na manhã, e prosseguiram do começo ao fim do dia para devastar o país de Languedoc e assassinar seus habitantes.

Deve-se lembrar, no entanto, que estas cruzadas abertas contra albigenses e valdenses, eram empreendidas apenas porque a assim chamada “heresia” tinha ganho um forte apoio sobre largas [337] porções destas comunidades. Seria um grande erro de supor que as cruzadas foram somente perseguições: o quieto e firme esmagamento de individuais, na agregação numerando milhares, por toda parte no vasto domínio do Papado, estendia-se firmemente na consumação dos santos do Altíssimo.

Carlos V, Imperador da Alemanha e Rei da Espanha e Países Baixos, perseguiu os amigos da Reforma por toda parte nos seus extensos domínios. Sustentado pela Dieta de Worms, proscreveu Lutero, seus seguidores e seus escritos; e todos aqueles que ajudavam Lutero ou liam seus livros, condenou a confisco as suas propriedades, ao banimento do império e à penalidade de alta traicão. Nos Países Baixos os homens que seguiam Lutero foram decapitados, e as mulheres enterradas vivas ou se obstinadas eram submetidas às chamas. Ainda que esta lei de matança em grande escala foi suspensa, a obra de morte em todas suas horrendas formas prosseguia. O Duque de Alva orgulhou-se da execução de 18.000 protestantes em seis semanas. Paulo calculou o número, que nos Países Baixos foram executados por causa de suas religiões, em 50.000; e Grotius deu a lista dos mártires da Bélgica com 100.000. Carlos, na sua sorte no último alento exortava seu filho, Felipe II, a continuar até a conclusão a obra de perseguição e extermínio da heresia qual ele tinha começado — cujo conselho Felipe não foi lento de seguir. Com fúria ele estimulou o espírito de perseguição, consignou os protestantes às chamas sem discriminação ou piedade.

Francisco e Henrique, os reis franceses, seguiram o exemplo de Carlos e Felipe em seus zelos por catolicismo e a exterminação da heresia. Os massacres de Merindol, Orange, e Paris são ilustrações forçadas de seus zelos na causa do Anticristo. O massacre de Merindol, planejado pelo rei francês e aprovado pelo parlamento francês, foi confiado ao presidente, Oppeda, para execução. O presidente foi encarregado para assassinar a população, queimar as cidades e demolir os castelos dos Valdenses, grande número [338] daqueles que residiam naquele setor. Historiadores católicos romanos admitiram que em conformidade com esta comissão milhares, inclusive homens, mulheres, e crianças, foram massacrados, vinte quatro cidades foram arruinadas, e o país ficou devastado e desolado. Homens, mulheres, e crianças fugiram para as florestas e montanhas para protegerem-se e foram perseguidos e passados a fio de espada. Muitos que permaneceram nas cidades encontraram a mesma sorte, ou talvez pior. Quinhentas mulheres foram jogadas para dentro de um celeiro no qual foi posto fogo, e quando alguma pulava as janelas era recebida nas pontas de lanças. Mulheres foram violentadas e crianças foram assassinadas à vista de seus parentes, quais estavam sem força para protegê-las. Algumas foram arremetidas sobre precipícios e outras foram arrastadas despidas pelas ruas.

O massacre de Orange, em 1562 d. C., foi um similar característico daquele de Merindol, e é descrito com precisão pelos historiadores católicos. O exército italiano enviado pelo Papa Pio IV foi mandado para assassinar homens, mulheres, e crianças; e a ordem foi executada com terrível crueldade. Os hereges indefesos foram assassinados com a espada, precipitados dos rochedos, lançados sobre pontas de ganchos e punhais, pendurados, assados no fogo lento e expostos a vergonha e tortura de toda descrição.

O massacre em Paris no dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572 d. C., igualou-se em crueldade, mas ultrapassou em extensão, os massacres de Merindol e Orange. Este tem também sido detalhado pelos historiadores católicos, um dos quais, Thuanus, estigmatizou como “uma violenta crueldade, sem um paralelo em toda Antigüidade”. O badalar dos sinos à meia noite, 23 de agosto, deu o sinal de destruição, e as terríveis cenas de Merindol e Orange começaram restabelecer o ódio contra os Hugüenotes. O carnaval da morte durou sete dias; Na cidade fluía o sangue humano; a corte foi amontoada com assassinados, os quais o rei e a rainha fitavam com extrema satisfação. O corpo do Almirante Coligny foi arrastado pelas ruas; e o rio Seine estava coberto com cadavers [339] boiando. O cálculo do número dos matados vária de 5.000 a 10.000. A obra de destruição não limitou-se unicamente a Paris, mas estendeu-se grandemente de modo selvagem pela nação francesa. Nos dias precedentes foram enviados mensageiros especiais a cada direção ordenando um geral massacre dos hugüenotes. As mesmas cenas conformemente se desenvolviam em quase todas as províncias, e estimativas do número de assassinados variam de 25.000 a 70.000.

Nestas cenas terríveis de carnificina o Anticristo encontrou extrema satisfação. O papa e sua corte alegraram-se com a vitória do catolicismo sobre o valdensianismo em Merindol, e os ímpios de Appeda eram chamados: “Os defensores da fé e os heróis do cristianismo.” O rei francês foi à missa, e prestou solenes agradecimentos a Deus pela vitória e massacre dos hugüenotes em Paris. Esta carnificina sancionada pelo rei francês, parlamento e assuntos católicos romanos, estava provavelmente na direta investigação do papa e a Hierarquia Papal. Que foi grandemente aprovada, é evidente desde o fato que na Corte Papal as notícias foram recebidas com grande regozijo. O papa, Gregório XIII, em grande procissão foi à Igreja de São Luís para dar ou fazer um sinal de graça pela vitória. Ele imediatamente proclamou um jubileu, e enviou um núncio para a corte francesa, quem no nome do papa elogiou “o ato de heroísmo por longo tempo tão meditado e tão felizmente executado para o bem da religião”. Uma medalha foi estampada pelo rei em memória do massacre, carregando a inscrição “Pietas Excitavit a Justitiam” — Piedade Excitou a Justiça.

Medalhas comemorativas do evento foram também cunhadas na casa da moeda Papal pela ordem do papa. Uma destas está agora em exibição no Salão do Monumento Comemorativo em Philadelfia, Pa. Sua face apresenta uma figura elevada do papa e a inscrição abreviada “Gregorious XIII, Pontifex Maximus Anno I” — o primeiro ano de seu pontificado, a saber, 1572 d. C. No lado reverso desta medalha está uma representação de um anjo [340] destruidor, tendo na mão esquerda uma cruz, e na mão direita uma espada, diante de quem, prostados e procurando refúgio correndo, um grupo de hugüenotes, homens, mulheres, e crianças estão representados, cujas faces e figuras expressam horror e desespero. Sob este estão as palavras, “Ugonottorum Strages 1572” — qual significa: “A matança dos hugüenotes, 1572.”

Um quadro do massacre de São Bartolomeu foi pendurado no Vaticano. Ele tinha um ornamento na parte superior, no qual estavam inscritos, em Latin, palavras que significam: “O Papa aprova o acontecimento de Coligny.” Coligny foi um proeminente líder dos hugüenotes e um dos primeiros a cair. Depois foi matado, sua cabeça foi cortada de seu corpo e enviada para a rainha (que mandou embalsamá-la e enviou a Roma como troféu), enquanto seu corpo era arrastado pela população pelas ruas de Paris. Logo depois o rei ficou surpreendido com os horrors de remorso do qual ele nunca conseguiu recuperar-se. Isto está registrado que para o seu médico de confiança ele disse: “Eu não sei o que tem acontecido comigo, mas na mente e no corpo estou trêmulo como em uma febre. Parece-me a cada momento, quer acordado ou dormindo, que corpos mutilados apresentam-se a mim com horrendas faces e cobertos com sangue.” Ele morreu em grande agonia, coberto com um ensangüentado suor.

Em 1641 o Anticristo declarou uma “guerra religiosa” na Irlanda, e chamou o povo para massacrar os protestantes com todos meios em seu poder. O povo caiu em ilusão e ouviu o commando como a voz de Deus, e não foi lento para executar sua ordem. O sangue protestante corria largamente em toda parte da Irlanda, casas foram reduzidas a cinzas, cidades e vilas foram quase totalmente destruídas. Alguns foram forçados para assassinar seus próprios parentes, e em seguida tirar suas próprias vidas — as últimas palavras que caíram sobre seus ouvidos foram as garantias dos padres, que suas agonias de morte eram o começo do tormento eterno. Milhares morreram de frio e fome, enquanto esforçavam-se [341] por emigração para outras regiões. Em Cavan, a estrada por doze milhas ficou toda tingida com o sangue pelos rastos de fugitives feridos; sessenta crianças ficaram abandonadas na fuga, pelos pais ferozmente caçados, e foi declarado que qualquer um que ajudasse por um meio ou outro alguém na fuga destes pequeninos seria enterrado no meio deles. Dezessete adultos foram enterrados vivos em Fermaught, e setenta e dois em Kilkenny. Só na província de Ulster mais que 154. 000 protestantes foram também massacrados ou expulsos da Irlanda.

O’ Niel, o primaz da Irlanda, pronunciou isto “uma guerra santa e legal”, e o papa (Urbano VIII) editou uma bula datada em maio de 1643, concedendo “completa e absoluta remissão de todos seus pecados” para aqueles que tinham tomado parte de “corajosamente fazer o que a eles pertence, para extirpar e erradicar completamente o pestífero fermento corrompido do contágio herético”.

A Inquisição ou “Santo Ofício”

Para Domingos, o espírito conducente nesta cruzada, é atribuído a honra de inventar a Inquisição infernal, ainda que Benedito, quem é zeloso em imputar a S. Domingos a honra de ser o primeiro Inquisidor Geral, é duvidoso quanto à idéia se ele primeiro sugeriu ao Papa Inocêncio ou a S. Domingos. Ela foi primeiro estabelecido pelo Papa Inocêncio III em 1204 d. C.

S. Domingos era um monstro, destituído de todo sentimento de compaixão, que dava a impressão de encontrar seu principal deleite em cenas de tortura e miséria. Durante a cruzada contra os albigenses, com um crucifixo na sua mão ele encorajou e conduziu os santos guerreiros para a ação da morte e destruição. A Inquisição ou Santo Ofício é hoje um tribunal na Igreja Católica Romana à descoberta, repreensão, e punição da heresia e outras ofensas contra [342] a Igreja de Roma.* Mas nos dias de Domingos não existia tribunal legal, nem estavam os instrumentos de tormentos trazidos à perfeição, como expostos nos últimos dias. Contudo, Domingos, sem tal maquinaria, encontrou abundantes formas de tortura, como deslocação de juntas, violação de nervos, e laceração de membros de sua vítimas, e como queima na estaca daqueles cujas convicções eram inflexíveis por outras maneiras, e que não renunciariam sua fé e liberdades.

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*A Cadeira de São Pedro, página 589

Sob a comissão do Papa Inocêncio, para punir com confisco, banimento, e morte os hereges que não receberiam seu evangelho, Domingos estimulou a magistratura civil e a população para massacrar os hereges valdenses; e ele em um tempo entregou cento e oitenta albigenses às chamas. Ele por ser tão fiel no serviço do Anticristo foi canonizado um santo, e é hoje adorado e rogado pelos católicos romanos. O Breviário Romano (até certo grau equivalente a um livro de Orações) referindo-se a S. Domingos, elogia “seus méritos e doutrinas quais iluminavam a igreja, sua destreza e virtude quais destruíram as heresias Tolossan, e seus muitos milagres quais estenderam-se ainda até a ressurreição de mortos”. O Missal Romano (qual abraça o serviço ligado com a administração da Santa Ceia) elogia seus méritos, e reza por ajuda temporal através de sua intercessão. Deste modo o Anticristo ainda mantém e honra seus fiéis heróis.

Seria impossível de transmitir sumariamente para alguma adequada concepção dos horrores da Inquisição, ou do horrível terror qual ela inspirou entre o povo. Aqueles que não levantassem sua voz em seu louvor a Anticristo, ou arriscassem um criticism de seus métodos, eram suspeitos de heresia; e tais pessoas, destituídas de advertência ou retificação, estavam sujeitos a prisão em um calabouço por um tempo indefinido até uma conveniente época para julgamento — ambos, o acusador e a acusação freqüen- [343] temente sendo igualmente desconhecidos a eles. Os procedimentos destes julgamentos foram conduzidos secretamente, e torturas eram muitas vezes empregadas para extorquir confissões. As torturas infligidas foram quase sempre demais horrorosas para serem acreditadas nesta era de hoje e colocadas em franquia, já sua realidade é confirmada por evidências, que até historiadores católicos não podem negar; e seus intentos infrutíferos para apologizar por elas, tão-somente tendem a substanciar as evidências. Instrumentos de tortura, relíquias da Inquisição, quais apresentariam inútil ou sem sucesso a negação estão ainda em existência. O “Santo Ofício” até empregou médicos para cuidarem o processo de tortura e detê-lo quando a morte parecia provável, para aliviar o sofrimento, e a vítima ficava possibilitada parcialmente para recuperar-se, para que a tortura pudesse ser aplicada uma segunda ou até uma terceira vez. Estas torturas não foram sempre infligidas como punição por ofensa da heresia; elas foram em geral para o propósito de compelirem o acusado a confessar-se, retratar ou implicar os outros, assim como o caso podia ser.

Mesmo dentro do século presente, depois que a Inquisição tinha perdido muitos de seus horrores, ela era ainda assim terrível. O historiador das guerras de Napoleão, descrevendo a conquista de Toledo pelo exército de Napoleão, incidentalmente mencionou a abertura da prisão da Inquisição, e disse:

“Parecia que os túmulos abriam-se, e empalidecidas figures semelhantes a espíritos saiam dos calabouços, quais emitiam um odor sepulcral. Barbas crescidas suspensas abaixo sobre o tórax, e unhas crescidas semelhantes a garras de pássaro, os esqueletos desfigurados, aqueles que com peito trabalhando respiraram, pela primeira vez por longas séries de anos, o ar fresco. Muitos deles foram reduzidos a aleijados, a cabeça inclinada para a frente e os braços e mãos suspensos abaixo rígidos e desamparados. Eles tinham sido confinados em tocas tão baixas, que não podiam levantar-se dentro delas, e apesar de todo o cuidado dos medicos [344] militares [do exército] muitos deles morreram no mesmo dia. No dia seguinte o General Lasale de minuto em minuto inspecionou o lugar, assistido por vários oficiais de seu estado maior. O número de máquinas para tortura estremeceram até os homens acostumados ao campo de batalha com horror.”

“Em um esconderijo numa galeria subterrânea, adjacente ao salão privado para interrogatório, estava em pé uma figura de Madeira feita por mãos de monges e representando a Virgem Maria. Uma auréola dourada rodeava sua cabeça, e em sua mão direita segurava uma bandeira. Ela dava tudo à primeira vista como suspeita para que apesar de vestida usando vestido de seda, descendo em cada lado em amplas dobras de seus ombros, ela deveria usar um tipo de couraça. No concluído exame minucioso apareceu que na parte dianteira do corpo estava completamente cunhada de pregos extremamente penetrantes e de pequenas e estreitas lâminas de facas, com as pontas de ambos voltadas ao espectador. Os braços e mãos estavam articulados, e o maquinismo atrás da partição punha a figura em movimento. Um dos servos da Inquisição foi compelido por ordem do General para operar a máquina conforme o termo dela. Quando a figura estendeu seus braços, ainda que como para abraçar alguém amorosamente para o seu coração, a bem enchida mochila de um granadeiro polonês foi posta para substituir o lugar de uma vítima viva. A estátua abraçava e apertava a mochila rematando e rematando, e quando o criado, segundo às ordens, fazia a figura soltar seus braços e voltar para sua posição anterior, a mochila ficou perfurada até a profundidade de duas ou três polegadas, e permanecia suspensa sobre as pontas dos pregos e as lâminas das facas.”

“Instrumentos de tortura” de vários tipos foram inventados, e aplicados como meios de tortura. Um dos métodos simples é explicado deste modo: A vítima, despida de toda roupa, tinha seus braços amarrados atrás de suas costas com uma corda dura, com a qual, pela ação de uma roldana, eram levantados os seus pés, nos quais os pesos estavam amarrados. Várias vezes o sofredor era levantado com um puxão e deixado a cair, com deslocamento de [345] juntas de seus braços e pernas, enquanto a corda pela qual estava pendurado penetrava a carne tiritante até os ossos.

Uma lembrança de tais ultrajes em nome de Cristo chegou ao conhecimento público recentemente. Uma oficina gráfica de uma Sociedade Bíblica em Roma tendo abarrotado o espaço, alugou um amplo salão próximo ao Vaticano. Uma grande e esquisita roldana no teto atraiu a atenção, e a inquirição descobriu o fato que o salão no qual eles estão agora ocupando com impressão de Bíblias — “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”, pela qual o Anticristo tem já sido submetido a “ineficiente” para oprimir e consumir os santos — e o mesmo salão era outrora usado pela Inquisição como uma câmara de tortura; a roldana havia provavelmente sido usada para torturar muitos pobres, amordaçados sofredores.

Aqueles convictos da heresia eram às vezes sentenciados para o que era chamado um “Ato de Fé.” A autoridade eclesiástica transferia o condenado para a autoridade secular, enquanto o clero, em pretensão de misericórdia, implorava a magistratura para demonstrar compaixão ao condenado, e, levantando a cruz, pleiteando com a vítima para abjurar ou desdizer e salvar sua vida presente e futura. Os magistrados estavam cientes de suas partes, e não demonstravam misericórdia exceto para retratadores; deste modo ganhando as bênçãos e títulos de “Defensores da Fé,” e “Exterminadores de Hereges”. O “herege” condenado vestido com uma capa multicolor com ilustrações de cães, serpentes, chamas, e demônios, e assim era levado para o lugar de execução, amarrado à estaca e submetido às chamas.

Torquemada, outro famoso Inquisidor Geral, forneceu uma marcada ilustração do espírito do Anticristo. Escritores católicos romanos admitem que ele determinou dez mil duzentos e vinte (10.220) pessoas, homens e mulheres, para serem queimados vivos. Llorente, quem foi por três anos o Secretário Geral da Inquisição, e tinha acesso a todas as evidências documentárias, em seus relatórios, publicados em 1817 d. C. (4 volumes), demonstra que entre os anos 1481 e 1808, por ordem deste “Santo Ofício” apenas, nada menos do que 31.912 pessoas foram queimadas [346] vivas, e aproximadamente 300.000 torturadas e condenadas a cumprir penitências. Todo país católico na Europa, Ásia e América tinha sua Inquisição.

Nós não podemos aqui traçar todos os pormenores das perseguições do Anticristo com referência a reformas, liberdade de consciência ou liberdade política. É suficiente dizer, que estas perseguições estendiam-se a cada país onde o Papado tinha uma posição estabelecida — na Alemanha, Holanda, Polônia, Itália, Inglaterra, Irlanda, Escócia, França, Espanha, Portugal, Abissínia, Índia, Cuba, México, e em alguns Países Sul Americanos. O espaço não permite relatar os nossos casos individuais quais servem para demonstrar que muitos dos mártires foram verdadeiros santos e heróis, que sob os mais horríveis sofrimentos tinham grace suficiente, e foram muitas vezes habilitados, quando morreram por insignificância, por cantar hinos de louvor e graças para o verdadeiro Cabeça da verdadeira Igreja, e, que igual a Ele, até orou pelos seus inimigos aqueles que, como Ele tinha predito, os perseguirão por sua causa.*

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*Para aqueles que desejam uma completa avaliação destes tempos e cenas terríveis, recomendamos: a História da Inglaterra de Macaulay; República Holandesa de Motley; História da Reforma de Aubigne; Dezoito Séculos de Cristãos de White; Elliot sobre Romanismo; e o Livro dos Mártires de Fox.

Tampouco nós, pelas mesmas razões, particularizando todo o terrível, repugnante, espírito horrível de torturas, infligidas sobre algumas das jóias do Senhor por causa da fidelidade para com suas convicções. Isto é estimado, por aqueles que aparentemente têm dado o assunto através de investigação, que o Papado, durante os mil e trezentos anos passados, tem, diretamente ou indiretamente, causado a morte de cinqüenta milhões de pessoas. E isto pode seguramente ser dito que a ingenuidade satânica e humana foram taxadas até o seu extremo para inventar novas e horríveis torturas, para ambos: os políticos e religiosos oponentes do Anticristo; os últimos — hereges — foram perseguidos com fúria dez vezes mais. Além das formas comuns de perseguição e morte, tais como tortura, queimadura, afogamento, punhalada, fome, fuzilamento, [347] com armas de fogo e matança com flechas, corações diabólicos meditaram como as mais delicadas e sensíveis partes do corpo, capazes de causar a mais cruciante dor, pudessem ser afetadas; chumbo derretido era despejado dentro dos ouvidos; línguas eram cortadas e chumbo derretido despejado para dentro da boca; rodas foram arranjadas com lâminas cortantes de facas fixadas para que as vítimas pudessem ser lentamente cortadas em pedaços; pinças e torqueses eram tornadas em brasa e aplicadas sobre sensíveis partes do corpo; olhos eram arrancados; unhas dos dedos eram arrancadas fora com ferros em brasa; buracos, pelos quais a vítima era amarrada, eram perfurados de uma parte a outra nos calcanhares; alguns foram forçados a saltar de certa altura sobre longos pregos fixados abaixo, onde, tremiam de dor, eles morriam lentamente. As bocas de alguns foram enchidas com pólvora, qual, quando incendiada, rebentava mediante explosão as suas cabeças em pedaços; outros foram malhados em pedaços sobre bigornas; outros, amarrados junto a fole, tinham bombeado-lhes ar até explodirem; outros foram sufocados até a morte com pedaços dilacerados de seus próprios corpos; outros com urina, excremento, etc., etc.

Algumas destas atrocidades diabólicas estariam completamente fora do crédito se não estivessem bem autenticadas. Elas servem para demonstrar a que depravação terrível o coração humano pode chegar; e como insensíveis à retidão, e a todo bom instinto, os homens podem tornar-se sob a influência da falsa, imitação religiosa. O espírito do Anticristo degradou e aviltou o mundo, assim, como o espírito do verdadeiro Cristo e o poder e influência do verdadeiro Reino de Deus tem elevado e enobrecido os corações e ações dos homens — e como eles farão, durante o milênio do reino de Cristo na Terra. Isto é até certo grau ilustrado pelo avanço da civilização, e o crescimento da justiça e mercê, desde que o poder do Anticristo começou a decair, e a Palavra de Deus começou de ser ouvida, e atendida, ainda que levemente.

Verdadeiramente nenhum invento artificioso do qual podemos imaginar poderia ter sido melhor calculado para enganar e oprimir a humanidade. Vantagens têm sido tomadas de cada disposição de- [348] pravada e das fraquezas dos homens caídos; cada paixão abjeta tinha sido estimulada e atraída, e a gratificação destas paixões remuneradas. Os viciosos estavam deste modo fascinados e alistados como seus devotos, enquanto aqueles da classe nobre estavam comprometidos por outros meios — por uma aparência exterior aparente e hipócrita demonstração de piedade, abnegação e caridade manifestada em suas instituições monásticas, todavia o que serviu somente para deixar muitos desta maneira afastados dos caminhos da virtude. Os alegres e frívolos encontravam ampla satisfação em suas paradas e demonstrações, suas pompas, procissões e cerimônias; os empresários, comerciantes e cavalheiros em suas missões e cruzadas; os devassos em suas indulgências; e os cruéis e beatos em seus empreendimentos para oprimir seus oponentes.

No horror e terror nós perguntamos: Por que reis, e príncipes, e imperadores, e o povo conjuntamente permitiram tais atrocidades? Por que eles não levantaram-se já há muito tempo e não derrotaram o Anticristo? A resposta é encontrada nas Escrituras (Apoc. 18:3): As nações têm bebido (estavam entorpecidas), e perderam seus sentidos ao beber o vinho misturado (doutrina, falsidade, e verdade misturada) dado a elas pela Igreja apóstata. Eles foram enganados pelas reivindicações do Papado. E, dizendo a verdade, eles estão ainda em parte despertados de sua letargia; embora os embaixadores de reis, caindo diante do papa, não fazem como os de velhos tempos que dirigiam-se a ele como ao “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, nem o consideram como “um Deus com poder sobre todas as coisas na terra e no céu” no entanto eles estão ainda longe para compreender a verdade — que o Papado tem sido, e é, a imitação do verdadeiro Reino de Satanás.

Enquanto reis e soldados cansavam-se de tal trabalho desumano, isto não era assim com a santa (?) hierarquia; e nós encontramos o Concílio Geral de Sienna, em 1423 d. C., declarando que a expansão da heresia em diferentes partes do mundo era devido o desleixo dos Inquisidores — para a ofensa de Deus, à injúria ao catolicismo e à perdição das almas. Príncipes foram advertidos, [349] pela mercê de Deus, para exterminar a heresia se eles quisessem escapar da vingança divina; e indulgências plenárias foram concedidas a todos aqueles que se empenhariam no trabalho de destruição ou providenciariam exércitos para o propósito. Estas aprovações ou promulgação de leis eram publicadas nas igrejas todo domingo. Teólogos e historiadores católicos romanos de nenhuma maneira são poucos que tinham controlado suas penas de escrever na profana causa de justificar, recomendando e elogiando a perseguição da heresia. Belarmino, por exemplo, declarou que os Apóstolos “Absteram-se da chamada no exército secular somente porque lá nos seus dias não existiam príncipes cristãos.” Doutor Dens, um célebre teólogo católico romano, publicou uma obra sobre teologia em 1758, que hoje é considerada pelos papistas como estandarte de reputação, especialmente nos seus colégios, onde ela tem certo grau ou posição como a obra de Blackstone sobre a lei civil na Inglaterra. Esta obra inspirou o espírito de perseguição por toda parte. Ela condena os patronos da heresia a confiscação de bens, banimento do país, confinamento em prisão, pena de morte e privação de sepultamento cristão.

Uma das autorizadas maldições publicada no Pontificial Católico, para ser usada contra protestantes, lê-se como segue:

“Pode Deus Todo-Poderoso e todos seus santos amaldiçoá-los com a maldição com qual o Diabo e seus anjos são amaldiçoados. Permitir que sejam destruídos e jogados fora da terra dos vivos. Permitir o vil dos mortos vir sobre eles, e deixá-los descerem com vida para dentro do túmulo. Deixar seus descendentes serem destruídos da terra — pela fome, e sede, e nudez e permitir que de todas aflições pereçam. Podem eles ter toda miséria, pestilência e tormento. Permitir que todos eles sejam amaldiçoados. Sempre e em todo lugar permitir que sejam malditos. Falantes ou silenciosos permitir que sejam destruídos. Dentro e fora deixá-los que sejam destruídos. Desde a coroa da cabeça até a sola do pé pode permitir que sejam amaldiçoados. Permitir seus olhos tornarem-se cegos, deixar seus ouvidos tornarem-se surdos, deixar suas bocas tornarem-se emudecidas, deixar suas línguas perfuradas pela maxila, não deixar suas mãos trabalhar, não deixar seus pés andar. Deixar todos [350] os membros de seus corpos amaldiçoados. Deixá-los amaldiçoados serem, estando em pé ou deitados, desde este tempo em diante para sempre; e deste modo deixar sua luz ser extinguida na presence de Deus, no dia do juízo. Permitir seus sepultamentos com cães e asnos. Deixar lobos famintos devorar seus corpos. Permitir o Diabo e seus anjos serem seus companheiros para sempre. Amém; Amém; assim seja, permita que seja assim.”

Este é o espírito do Papado; e todos que possuem o espírito do verdadeiro Cristo devem prontamente reconhecer tal base uma imitação.

Desde erros de doutrina encontrados na própria fundação de todos estes erros de conduta, não pode ser duvidoso que se circunstâncias fossem novamente favoráveis a isto, doutrinas sendo invariáveis, seu mau espírito e maus frutos em breve apareceriam novamente, em similares atos de injustiça, opressão, superstição, ignorância, e perseguição; e qualquer e todos meios concebíveis seriam restaurados, para restaurar, apoiar, e estender a imitação do Reino de Deus. Em prova disto, permitam citarmos uns poucos incidentes quais recentemente aconteceram e chamaram nossa atenção, como segue:

Em Ahuehuetitlan, Guererro, México 7 de agosto de 1887, um nativo missionário protestante, de nome Abraão Gomez, e dois assistentes, foram assassinados a sangue frio pelos nativos, por instigação de um padre católico romano, Padre Vergara, quem, quando celebrou a missa no dia anterior, é relatado de ter instigado seu povo para “fazer um exemplo do ministério de Satanás” aquele que tinha vindo entre eles; acrescentando, que eles poderiam “matar ele” com toda segurança, contando com a proteção tanto do chefe da polícia como dos padres. A palavra dos padres era lei para o povo ignorante, e para as autoridades civis. O corpo mutilado do pobre missionário, atirado e cortado em pedaços, foi arrastado pelas ruas, assunto de todas as sortes de indignidades, uma advertência a outros. Por isto nenhum socorro poderia ter sido obtido.

O jornal de Nova York Independent tendo chamado atenção a [351] este sangrento massacre, a seguinte resposta foi pelo Freeman, um influente jornal católico romano:

“Eles [missionários protestantes] viram pessoas honestas ficarem ajoelhadas, ao som do ângelus, em honra da Anunciação e da Encarnação. A Bíblia, eles dizem, brevemente eliminará tal ‘superstição’. Uma luz acesa diante de uma imagem da Mãe de Deus. ‘Ah’! exclama o missionário: Nós logo ensinaremos aos ignorantes quebrarem este símbolo,’ e assim por diante. Se a matança de alguns missionários deste tipo deteria outros iguais a eles no lar, nós quase — nós papistas somos tão perversos! — estamos dispostos a dizer: ‘Prossigam com a dança; deixem alegremente ser irrestrita.’ ”

Um ministro pelo nome de C.G. Moule contou uma história dolorosa, qual foi ao cochilo da multidão, da perseguição, em Madeira, de Robert Kelley e os convertidos resultando de seus trabalhos, que com suas crianças, aproximadamente mil pessoas ao todo, sofreram expatriações como a penalidade por receberem um pouco de verdade.

Na “Prússia Protestante”, assim chamado, Pastor Thummel tinha sido detido por “insulto à Igreja Católica Romana”. Ele publicou um panfleto criticando o Papado, no qual um dos “insultos” marcava o efeito que o Papado é uma apostasia “construído sob superstição e idolatria”.

Recentemente as Ilhas Carolinas estavam em disputa entre Prússia e Espanha, e o papa tornou-se designado árbitro ou juiz, para decidir a disputa. (Muitos fazem lembrar o único formador de seu poder e diplomacia como árbitro ou supremo juiz das nações.) O papa decidiu em favor da Espanha. Um homem-de-guerra, cinqüenta soldados e seis padres foram imediatamente enviados às ilhas pela Espanha; e em sua chegada Mr. Doane, um missionário americano, foi feito prisioneiro e cortado de toda comunicação com seus convertidos, sem motivo, exceto que ele recusou entregar seu trabalho missionário e propriedade aos padres; e porque, as ilhas agora pertencem à Espanha, e Espanha pertence ao papa, nenhuma religião pode ser lá tolerada, exceto a do papa. [352]

Um cavalheiro, em tempos passados um católico romano, e um amigo do escritor, declarou que recentemente, quando viajava na América do Sul, ele foi atacado com pedras e obrigado de fugir para o resto da sua vida, porque ele não tiraria o chapéu da sua cabeça nem se ajoelharia com a multidão, quando os padres católicos carregando o crucifixo e a hóstia passassem pelas ruas. E um caso similar, no qual três americanos foram atacados pelos padres, tumultuados pelo povo e presos pela polícia da cidade de Madri, Espanha, por uma semelhante ofensa, e sem dúvida ainda está recente nas mentes de muitos aqueles que lêem os jornais.

O Católico Convertido cita como segue do Watchman, um jornal católico romano publicado em São Luís, Mo.:

“Protestantismo! Nós arrastá-lo-íamos e esquartejá-lo-íamos. Nós espetá-lo-íamos e pendurá-lo-íamos no alto para a cova folgar. Nós feri-lo-íamos com torqueses e queimá-lo-íamos com ferros quentes. Nós enchê-lo-íamos com chumbo derretido, e afundá-lo-íamos no fogo infernal à cem braças de profundidade.”

À luz do passado, isto é inteiramente provável que com tal espírito, se fosse dotado de poder, o Editor do Watchman rapidamente estenderia suas ameaças além do “Protestantismo” para as pessoas dos protestantes.

Em Barcelona, Espanha, por ordem do governo, um grande número de cópias da Bíblia foram recentemente queimadas — naturalmente instigado por Igreja de Roma. O seguinte, traduzido do Bandeira Católico, o periódico do Papado nesse ponto, demonstra que eles aprovaram e apreciaram a ação. Ele diz:

“Graças a Deus, temos finalmente voltado aos tempos em que aqueles que propagavam doutrinas heréticas foram punidos com punição exemplar. O restabelecimento do Sagrado Tribunal da Inquisição deve brevemente ocupar lugar. Seu reino será mais glorioso e frutífero em resultados do que no passado. Nosso coração católico transborda com fé e entusiasmo; e a imensa alegria experimentamos, quando começamos a colher os frutos da nossa presente campanha, excede toda imaginação. Que dia de prazer que [353] será para nós, quando virmos Anticlericalistas escrevendo nas chamas da Inquisição!”

Para encorajar outra cruzada, este jornal diz:

“Nós aceitamos como certo publicar os nomes daqueles santos

homens sob cujas mãos como consta muitos pecadores sofreram,

para que católicos possam venerar suas memórias:

 

     “Por Torquemada —

Homens e mulheres queimados vivos ...................................   10.220

Queimados em efígie ............................................................    6.840

Condenados por outras punições ..........................................  97.371

 

     “Por Diego Deza —

Homens e mulheres queimados vivos ..................................      2.592

Queimados em efígie ............................................................       829

Condenados a outras penalidades ........................................   32. 952

 

     “Pelo Cardeal Jiminez de Cisneros —

Homens e mulheres queimados vivos ..................................       3.564

Queimados em efígie ...........................................................      2.232

Condenados a outras penalidades ........................................     48.059

 

     “Por Adriano de Florença

Homens e mulheres queimados vivos ...................................       1.620

Queimados em efígie ............................................................         560

Condenados a outras penalidades ........................................     21. 835

——————————

     “Número total de homens e mulheres queimados vivos,

sob o ministério de 45 santos Inquisidores Gerais ................       35.534

Número total de queimados em efígie ................................         18. 637

Número total de condenados a outras penalidades .............        293.533

“Total ................................................................................      347.704

 

O Milênio Papal

Como o verdadeiro Reino do verdadeiro Cristo é para durar mil anos, desta maneira a imitação Papal olha para trás sobre o period de sua grande prosperidade, qual começou no ano 800 d. C., e terminou na aurora do presente século, como o cumprimento do reino Milenário predito no Apoc. 20. E o tempo atual, no qual o Pa- [354] pado tem gradualmente perdido tudo de sua autoridade secular, sofrendo muitas indignidades das nações, que outrora eram seus defensores, e foram muito despojados dos territórios, rendas e liberdades por longo tempo reivindicados e possuídos, romanistas consideram como um “pouco de tempo” de Apocalipse 20:3, 7, 8, no fim do Milênio, durante qual Satanás será solto.

 E as datas quais marcam o começo e o fim do Milênio Papal de ignorância, superstição e fraude estão claramente demonstradas na história. Um escritor* católico romano assim refere-se ao começo deste império religioso: “A coroação de Carlos Magno como Imperador do Oeste, pelo Papa Leão, no ano 800 d. C., foi realmente o princípio do Santo Império Romano.” **

Apesar de que o Papado estava organizado, como um sistema religioso, por longo tempo, antes, e foi igualmente “estabelecido” em poder temporal em 539, d. C., no entanto foi Carlos Magno quem primeiro verdadeiramente entregou e formalmente reconheceu o domínio temporal do papa. Como Carlos Magno foi o primeiro imperador sobre o “Santo Império Romano”, em 800 d. C., assim Francisco II foi o último, e ele voluntariamente entregou seu título em 1806 d. C. +Visto que, antes do ano 800, o Papado foi subindo, apoiado pela “besta” romana (povo) e pelos seus “chi-

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*A Cadeira de Pedro.

** “O Santo Império Romano” foi o título da grande instituição política da Idade Média. Ele teve seu começo com Carlos Magno. História Universal de Fisher, página 262, descreve-o deste modo: “Na teoria ele foi a união do mundo e estado e do mundo e igreja — não dividida comunidade sob Imperador e Papa, sua celestial designação [?] significando cabeças: a secular e a espiritual.” E, desde então os papas, como no lugar de Cristo, consagrando os imperadores, segue-se que eles foram os verdadeiros cabeças.

+ “Pela batalha de Marengo, 1800, e de Austerlitz, 1805, Alemanha duas vezes derrotada prostrou-se aos pés de Napoleão. O fator preponderante ou principal resultado da última derrota foi o estabelecimento da Confederação do Reno, sob o protetorado do governo francês. Este evento pôs um fim à velha Alemanha ou Santo Império Romano, após uma duração de mil anos.” — História Universal de White, página 508.  

 

[355] fres” (poderes), portanto desde 1800 ele tem sido rejeitado desde a temporária autoridade sobre reis e povos, e tem sido rasgado, dividido e pilhado por aqueles que outrora davam-lhe amparo. (Apoc.17:16, 17) Hoje, ainda que o receptor de honras, e ainda dotado de uma ampla influência sobre as consciências dos povos, o Papado lamenta sua perda de toda semelhante autoridade secular.

O cuidadoso estudante notará quatro períodos, mais ou menos distintamente marcados, no desenvolvimento e exaltação do Anticristo, e o mesmo número distintamente marcando sua queda. Em seu desenvolvimento as quatro datas são:

1.º) Nos dias de Paulo, em volta de 50 d.C., um início do trabalho secreto da ambição iníqua foi o começo.

2.º) Papado, “o homem do pecado”, foi organizado como uma hierarquia; isto é, a Igreja chegou a uma condição organizada e os papas chegaram a ser reconhecidos como a Cabeça, representando o Cristo, reinando na igreja e sobre as nações, gradualmente, em redor de 300 d.C. até 494.*

3.º) O tempo quando os papas começaram de exercer poder e autoridade civil, como em seguida será demonstrado, 539 d.C.

(Vol. III, Cap. III)

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*O pontificado esforçou-se longamente pelo domínio como a cabeça da Igreja, e gradualmente obteram reconhecimento e domínio; e que este domínio foi geralmente reconhecido tanto prematuro como 494 d.C., está claramente demonstrado pelo escritor romanista da Cátedra de São Pedro, página 128. Depois dando em detalhes reconhecimentos do Bispo de Roma como supremo pontífice por vários concílios, bispos, imperadores, etc., ele resume deste modo:

“Estas palavras foram escritas num passado muito remoto do ano de nosso Senhor 494. ... No todo, então, isto está claro, de precedentes evidências autênticas, que a primazia da Cátedra de São Pedro [o Bispado de Roma] tinha desenvolvido-se a tal grau no quinto século, que o papa foi então universalmente considerado como o centro da unidade cristã — o Supremo Governo e Professor da Igreja de Deus, o Príncipe dos Bispos, o Último Arbítrio de apelos nas causas eclesiásticas de todas as partes do mundo, e o Juiz e Moderador do Concílio Geral, sobre qual ele presidiu pelos seus legados.”

[356]

4.º) O tempo de exaltação, no ano 800 d.C., em que, como já demonstramos, o “Santo Império Romano” foi formado, e o papa, coroando Carlos Magno imperador, foi reconhecido ele mesmo como Rei dos reis, Imperador dos imperadores, “outro Deus, na terra”.

Os quatro períodos da queda da influência papal são como segue:

1.º) O período da Reforma, qual, pode-se dizer, tinha seu começo em 1.400 d.C., nos escritos de Wycliffe — seguido por Huss, Lutero, e outros.

2.º) O período do sucesso de Napoleão, a degradação dos papas, e finalmente o arremesso à distância do título “Imperador do Santo Império Romano”, por Francisco II 1800-1806 d.C.

3.º) A rejeição final do papa como governador sobre Roma e o assim chamado Estado Papal da Itália, pelos súditos do papa e o Rei da Itália, em 1870 d.C., pelo qual o Anticristo ficou fraco e deixado sem a autoridade secular.

4.º) A extinção final desta falsificada hierarquia, aproximará o fim do “dia da ira” e julgamento já começado — qual terminará, como demonstrado pelos “tempos dos gentios”, com o ano de 1914 d.C.

Há Lugar a Dúvida?

Temos traçado a elevação do Anticristo, de uma apostasia ou “apostasia” na Igreja cristã; temos ouvido suas reivindicações blasfemas para ser Reino de Cristo e que seu papa é Vigário de Cristo — “outro Deus, na terra”; temos ouvido suas grandes e duras palavras de blasfêmia, apropriando-se de títulos e poderes pertencentes ao verdadeiro Senhor dos senhores e Rei dos reis; temos visto quão terrivelmente ele cumpriu a predição, “e consumirá os santos”; temos visto que a verdade, reprimida e de [357] formada, seria completamente sepultada debaixo do erro, superstição e poder sacerdotal, se o Senhor não tivesse no tempo próprio, prevenido por levantar reformadores, deste modo ajudando seus santos — como está escrito: “Os entendidos entre o povo ensinarão a muitos; todavia por muitos dias cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo despojo. Mas, caindo eles, serão ajudados com pequeno socorro”. Dan. 11:33, 34.

Na visão de todo este testemunho, há lugar a dúvida que isto foi concernente ao Papado que os Apóstolos e profetas foram inspirados para escrever, descrevendo minuciosamente como eles fazem suas proeminentes características? Nós pensamos que não deve restar nenhuma dúvida em alguma mente imparcial que o Papado é o Anticristo, o Homem do Pecado; e que nenhum homem poderia possivelmente cumprir estas predições. Incomparável sucesso do Papado, como um falsificado Cristo, enganando todo o mundo, tem amplamente cumprido a predição do nosso Mestre, quando, referiu-se sobre a sua própria rejeição, ele disse: se outro vier [vangloriando-se] em seu próprio nome, a esse recebereis”. — João 5:43.

Isto será observado, não há dúvida com surpresa, por muitos, que em nosso exame do assunto temos em geral omitido referência a vilanias, grossas imoralidades, sobre a parte dos papas e outros oficiais, e à escuridão de fatos do “expediente” praticado pelos jesuítas e outras ordens secretas, que faziam toda espécie ou classe de trabalho de detetives para o Papado. Temos omitido estes intencionalmente, não pelo motivo que sejam falsos, visto que ainda os católicos romanos admitem muitos deles; mas porque nossa linha de argumento não fez requerer estas evidências. Temos demonstrado que a Hierarquia Papal (ainda se ela fosse constituída da maioria moral e de homens honestos — qual não é o caso como toda história testifica) é o Homem do Pecado, o Anticristo, o falsificador e adulterador do Reino Milenar de Cristo, habilmente arranjando desta maneira quanto a enganar.

As palavras de Macaulay, o historiador inglês servem para [358] demonstrar que alguns sem especial luz profética podem ver o maravilhoso sistema do Pecado — a imitação do mais maravilhoso de todos sistemas, o Reino de Deus, ainda por vir.

Ele disse:

“Isto é impossível de contradizer que a política da Igreja de Roma é a verdadeira obra-prima da sabedoria humana [nós diríamos satânica]. Na verdade, apenas, só tal política poderia, em contraste com tais assaltos, ter sustentado tais doutrinas. A experiência de doze centenas de anos cheios de acontecimentos, a ingenuidade e o cuidado paciente de quarenta gerações de políticos e estadistas, têm aperfeiçoado essa política a tal perfeição, que entre os artifícios de habilidade política ela ocupa o mais alto lugar.”

O Fim Definitivo do Anticristo

Temos traçado o Papado até o tempo presente, até o Dia do Senhor — o tempo da presença de Emanuel. Este Homem do Pecado tem desenvolvido-se, tem feito seu trabalho terrível, tem sido punido com a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca, rasgou-lhe o poder de perseguir os santos abertamente e de modo geral, sem comentários nesta matéria como fortes são os desejos; e agora então perguntamos, O que segue? O que disse o Apóstolo concernente ao fim do Anticristo?

Em 2 Tess. 2:8-12, o apóstolo Paulo declara concernente a Anticristo: “a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua presença — Emphatic Diaglott”. A luz da verdade é para penetrar todo assunto. Por expor direitos e erros conduzirá para o grande conflito entre estes princípios, e entre cada um dos expoentes humanos — causando a grande irá e o tempo de grande tribulação. Neste conflito, o erro e o mal devem cair, e o direito e a verdade devem triunfar. Entre outros males agora para ser finalmente e totalmente destruído é o Anticristo, com qual quase todo mal, da teoria e prática, está mais ou menos relacionado. E isto será este splendor — brilhante, esta luz solar da presença do Senhor, que produzirá o [359] “dia da indignação, dia de tribulação”, porque, neste dia tanto o sistema do Anticristo, como também todos os outros sistemas maus serão destruídos; “cuja vinda [presença] é [acompanhada enquanto dura] segundo a eficácia de Satanás [satânica energia e ação] com todo o poder de sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça”. Por este motivo indignos de compartilhar o Reino Milenar como co-herdeiros com Cristo.

Nós entendemos estas palavras por conterem que no tempo da presença do Senhor (o tempo presente — desde 1874), através deste sistema do Anticristo (uma das principais agências de Satanás para engano e controle do mundo), tanto como através de todas suas outras agências, o Diabo fará uma muitíssima desesperada resistência à nova ordem de coisas que está para ser estabelecida. Ele tirará partido ou vantagem de toda pequena circunstância, e de toda fraqueza e egoísmo hereditários da família humana, para alistar seus corações e mãos e penas nesta luta final contra a liberdade e a completa elucidação da verdade. Os preconceitos serão inflamados lá, onde a verdade for claramente percebida, ninguém subsistiria; o ardente fervor será despertado, e uniões partidárias serão formadas, quais enganarão e desencaminharão muitos. E isto será assim, não porque Deus não tem feito a verdade clarear o suficiente para guiar todos os totalmente consagrados, mas porque aqueles que foram enganados não foram suficientemente sinceros na procura e uso da verdade provida como “para a tempo dar-lhes o sustento”. E deste modo isto sera manifestado que os da classe enganada não receberam o amor da verdade, mas antes através de costumes, formalidades, ou temor. E a asseveração do Apóstolo dá a impressão para ser que, nesta agonia final do Anticristo, apesar de ele dar a impressão de ganhar aumento de poder no mundo por novos estratagemas, enganos e combinações, já o verdadeiro Senhor da terra, o Rei dos reis, no [360] tempo de sua presença, prevalecerá; e finalmente, e durante o tempo de grande tribulação, totalmente aniquilará para sempre seu poder e decepções.

Quanto à exata forma na qual este conflito final deve ser esperado, podemos somente fazer sugestões, baseadas largamente sobre os aspectos simbólicos do mesmo, dados no Apocalipse. Antecipamos a gradual formação através do mundo de dois grandes partidos — dos quais os fiéis, santos vencedores permanecerão separados. Estes dois grandes partidos serão compostos num lado de Socialistas, Livres-Pensadores, Infiéis, descontentes, e verdadeiros amantes da liberdade cujos olhos estão começando de abrirem-se para os fatos do caso como eles relataram os ambos ao político desgoverno religioso e despotismo: no outro lado estarão gradualmente associados os oponentes da liberdade humana e da igualdade — Imperadores, Reis, Aristocratas; e em estreita simpatia com estes continuará a imitação do Reino de Deus, o Anticristo, apoiando e sendo apoiado pelos déspotas civis da terra. Esperamos, também que a diplomacia do Anticristo será um pouco modificada e suavizada para procurar conseguir a fácil cooperação (ainda que não em união efetiva) com extremistas de todas denominações protestantes, aqueles que mesmo agora estão ofegantes por uma nominal união mútua e com Roma — esquecendo que a verdadeira união é que produz e continua pela verdade, e não pelos credos, convenções e leis. É improvável como esta cooperação de protestantes e católicos pode parecer a alguns, nós vemos inconfundíveis sinais de sua rápida aproximação. Ela está sendo apressada pelo serviço secreto do Papado entre seu povo, por meio do qual tais políticos que estão dispostos a cooperar com o Papado são assistidos em proeminentes posições nos afazeres governamentais.

Leis podem ser esperadas logo através das quais, gradualmente, a liberdade pessoal será cortada, sob o pretexto de necessidade e [361] bem-estar públicos; até que, passo a passo, finalmente mostra-se que será necessário de formular uma “simples lei de religião”; e deste modo Igreja e Estado podem estar em certa medida unidos, no governo dos Estados Unidos da América. Estas leis, simples como elas podem ser feitas, para satisfazer tudo assim chamado “ortodoxo” (isto é, popular) aos aspectos religiosos, serão calculados para reprimir e impedir mais adiante o crescimento na graça, e no conhecimento agora “o sustento a seu tempo”. O pretexto provavelmente será, a prevenção do socialismo, infidelidade, e erupção política das classes humildes e independentes.

Evidentemente, no próximo futuro, como uma parte de sua tribulação, e ainda antes da severidade da grande tribulação deste “dia de indignação” ter estourado sobre o mundo e destruído toda a estrutura social da terra (isto será preparatório para a nova e melhor estrutura organizada, uma promessa sob o verdadeiro Cristo), sera uma severa hora de julgamento e prova da verdadeira Igreja consagrada, tanto como isto foi nos dias de triunfo do Papado; apenas agora os métodos de perseguição serão mais refinados e mais compatíveis com os mais civilizados métodos do tempo presente: os pregos, torqueses e rodas (antigos instrumentos de tortura; suplício da roda) terão mais a forma de sarcasmos e denúncias, restrições de liberdades, e boicote: social, financeiro e político. No entanto concerne a estes, e a novas combinações quais o Anticristo formará sem demora neste conflito contra o estabelecimento do verdadeiro Reino Milenar.

Em conclusão neste estudo desejamos novamente impressionar nossos leitores com o fato que o Papado é o Anticristo, não por causa de sua obliqüidade ou desvio moral, mas porque ele é a imitação do verdadeiro Cristo e do verdadeiro Reino. Isto é por causa da falta de compreender este fato que muitos protestantes serão enganados para cooperação com o Papado em oposição ao verdadeiro Rei da Glória. [362]

 

Fiel até a Morte

“Sou Eu um soldado da cruz,

Um seguidor do Cordeiro?

E devo eu temer a Sua própria causa

Ou envergonhar-se para falar seu nome?

“Devo eu ser levado para o Paraíso

Em brilhantes leitos de comodidade,

Enquanto outros pelejam para vencer o prêmio,

E navegam através de mares sangrentos?

“Nem existem inimigos para mim por face?

Eu não devo represar o dilúvio?

É este mundo inútil um amigo da graça,

Para ajudar me em Deus?

“Certamente eu devo lutar se eu reinarei.

Aumente minha coragem, Senhor.

Eu suportarei a labuta, suportarei a dor,

Ajudado pela tua Palavra.

“Teus santos em toda esta gloriosa guerra

Devem ser vitoriosos, apesar de eles morrer.

Eles vêem o triunfo desde longa distância,

Pela fé eles trazem ele perto.

“Quando teus dias ilustres surgirão,

E todos teus santos resplandecerão,

E gritos altos de vitória lacerão os esquis,

A glória, Senhor, será tua.”

 

 

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